Durante os anos 20, vários indivíduos envolvidos em investigações extra oficiais à respeito das atividades da organização conhecida como Culto de Cthulhu sofreram mortes repentinas, muitas das quais bastante estranhas.
O Professor George Angell de Providence, que investigou as raízes do Culto de Cthulhu morreu em meados de 1926, vítima de um misterioso ataque cardíaco enquanto andava pelas docas de Newport. Segundo rumores ele teria trombado com um marinheiro moreno pouco antes de sentir os primeiros sintomas do ataque cardíaco fulminante que o matou. O caso foi tratado como morte por causa natural, mas alguns suspeitam que Angell possa ter sido envenenado.
O marinheiro norueguês Gustav Johansen, indivíduo central em uma fantástica narrativa envolvendo a exploração das ruínas de R'Lyeh, também foi vítima de um infortúnio fatal em Oslo. Johansen teria sofrido um acidente e morrido em decorrência de complicações cardíacas inesperadas. Alguns amigos comentaram que ele vinha sendo seguido por dois homens com aparência estrangeira.
Francis Wayland Thurston, o acadêmico que reuniu documentos à respeito do culto e tentou lançar uma luz sobre suas ações na Nova Inglaterra também foi vítima de um inesperado ataque, vindo a falecer no início de 1927. A morte de Thurston ocorreu em circunstâncias ainda mais misteriosas, tendo ele chegado a pedir ajuda à polícia alguns dias antes, afirmando que estava sendo perseguido por "pessoas que desejavam lhe fazer mal". Thurston não foi capaz de descrever quem eram seus seguidores, mas supôs que seriam estrangeiros, "provavelmente homens do mar, ligados a um tipo de seita".
Em 1930, o famoso autor do sobrenatural, Robert McGovern investigou as ramificações de um obscuro culto que supostamente vinha sequestrando e assassinando pessoas no Norte do Texas. Após conseguir reunir pistas, McGovern enviou uma mensagem ao seu editor em Sacramento, afirmando estar de posse de informações sobre o que chamou de "uma grande conspiração" envolvendo uma espécie de Culto Demoníaco muito antigo ainda em atividade. Ele pretendia entregar esses documentos às autoridades e usar suas descobertas para escrever um livro revelador à respeito. Infelizmente, McGovern não teve tempo de revelar nada. Ele foi encontrado morto em um quarto de hotel barato em Galverston, Texas. O legista apurou que a causa da morte foi falência cardíaca crônica.
Fim ainda mais estranho teve o arqueólogo e explorador Harold P. Hogan que comandou uma expedição ao Ceilão em 1934. Na ocasião, Hogan obteve artefatos importantes com uma tribo primitiva que praticava rituais abomináveis para uma divindade marinha identificada como Culheho. A peça mais importante, um ídolo de pedra foi remetido para a América para ser exibido na Universidade Brown em uma mostra sobre o Oriente. Hogan que retornava no mesmo navio, sofreu um acidente fatal sendo esmagado por um engradado no compartimento de carga da embarcação. O ídolo desapareceu sem deixar pista durante o translado. As autoridades chegaram a investigar o caso, tratado como crime, mas nenhum suspeito foi encontrado.
O inspetor John Legrasse da polícia de Nova Orleans, envolvido diretamente na diligência que colocou fim a um culto no coração do pântano da Louisiana, quase teve fim semelhante. Em 1908, dois anos depois de capturar um bando de maníacos envolvidos com Cthulhu, Legrasse sofreu um atentado enquanto voltava para casa. Ele foi atacado em frente à sua propriedade, mas conseguiu se livrar dos agressores disparando contra eles. Na briga, Legrasse, foi levemente ferido, mas acabou sendo hospitalizado após sentir uma súbita fraqueza da qual eventualmente se recuperou.
Embora muitos neguem que exista algo como uma conspiração mundial, as circunstâncias misteriosas nessas e em muitas outras mortes inexplicáveis parecem apontar para algo muito mais sinistro que o acaso. E que pessoas que investigam as atividades do culto colocam suas vidas em grave risco. Há fortes evidências de que um ou mais cultos devotados a Cthulhu mantém grupos de assassinos em suas fileiras. Seu propósito é preservar as atividades do Culto em segredo, evitando assim que seus planos ou mesmo sua existência seja revelada ao mundo.
Trata-se de um grupo que opera dentro do culto como justiceiros à serviço dos sacerdotes. Os cultos os conhecem por diferentes nomes e eles atuam de diferentes maneiras, seu objetivo no entanto, é sempre o mesmo: punir os infiéis e levar a ira de Cthulhu àqueles que o desagradam.
Muitos dos assassinos são originalmente marinheiros, homens acostumados a levar ordens à cabo sem discutir ou fazer perguntas. Eles são recrutados ainda bem jovens entre os fiéis que demonstram comprometimento total, para não dizer fanatismo, com a causa. Apenas indivíduos que provam sua fidelidade completa com o culto são aceitos para essa importante função. Os assassinos veteranos podem exigir provas de coragem e dedicação, envolvendo desde a eliminação de desafetos até captura de sacrifícios para algum ritual. Esses testes, comumente chamados de "Preço de Sangue", demonstram que o candidato está disposto a ir até as últimas consequências para servir ao Culto.
O método preferido de assassinato empregado pelo Culto de Cthulhu é a administração de veneno.
Quando um novo assassino prova seu valor, ele é levado para um dos templos onde aprende tudo à respeito do emprego de venenos e toxinas com intenção de matar. Esse "treinamento" pode demandar anos até ser concluído, uma vez que o assassino deverá compreender cada etapa do processo de criação do veneno, a maneira como ele age na fisiologia humana e até como se tornar imune a ele.
O círculo dos assassinos acumula um profundo conhecimento à respeito de substâncias tóxicas, obtido ao longo de séculos pelos seus membros. Eles são zelosos de seus segredos e raramente compartilham essas informações. Entre outras coisas, o assassino aprende a extrair veneno de aranhas raras encontradas no sudeste asiático, recebe instrução sobre como produzir uma seiva tóxica destilada de fungos fosforescentes especialmente cultivados e o complexo processo de secar a bexiga de certos peixes albinos para criar um pó mortal cuja inalação leva à morte em poucos segundos. Os segredos são guardados e transmitidos de forma oral, não é permitido que nenhuma anotação seja feita.
O assassino aprende também como ministrar esses vários tipos de veneno sem chamar a atenção. No ocidente, os assassinos empregam anéis de metal com uma ponta afiada embebida com a substância venenosa de sua escolha. Essa agulha quase imperceptível na base do anel permite que o veneno seja transmitido para a corrente sanguínea da vítima. Basta um leve toque ou um esbarrão para que a toxina seja injetada deixando apenas um leve arranhão ou uma perfuração quase imperceptível na pele. A substância age diretamente sobre o coração, causando uma falha crônica aproximadamente dois minutos após a aplicação, em geral resultando na morte. Mesmo que a vítima sobreviva, os efeitos da toxina se fazem sentir levando a invalidez, inconsciência ou coma.
Investigadores que conduziam o inquérito sobre o culto na Nova Inglaterra entre 1926-27 foram vítimas dessa modalidade de assassinato. Legistas não foram capazes de detectar o uso de qualquer substância venenosa causadora do ataque cardíaco que fulminou os indivíduos. Apenas um patologista com treinamento em substâncias dessa natureza, efetivamente buscando esse tipo de explicação seria capaz de encontrar algum indício do seu uso. Para todos os efeitos, o método é limpo e não deixa pistas evidentes.
Contudo, cada facção emprega os métodos com os quais se sente mais familiarizada. Os assassinos à serviço do culto no Peru, usam uma rara toxina extraída das glândulas de sapos da floresta tropical criados pelo culto. Essa toxina mortal é disposta em pequenos dardos de madeira que podem ser disparados por zarabatanas. A arma é efetiva a até 6 metros de distância e um único disparo é suficiente para derrubar um homem adulto. Método semelhante é empregado por uma facção que vive nas selvas de Sumatra e usa bumerangues com bordas afiadas para transmitir o veneno extraído de raras flores derivadas da papoula.
O temido Culto de Cthulhu ativo em Xangai, liderado pelo feiticeiro imortal Lang-Fu utiliza um terrível veneno conhecido como "Sonho Negro de R'Lyeh". A fórmula alquímica foi desenvolvida pelos Abissais que ensinaram o segredo de sua criação a alguns poucos herbalistas orientais. O Sonho Negro não causa a morte da vítima, mas cria essa ilusão diminuindo os batimentos cardíacos e frequência respiratória a níveis tão reduzidos que mesmo um médico treinado dificilmente os detectaria. Sob o efeito do "Sonho Negro" a vítima completamente paralisada, experimenta alucinações reais que remetem às emanações telepáticas de Cthulhu. De fato, alguns membros do culto usam pequenas porções da fórmula para atingir um estado alucinógeno que lhes permite comungar com seu mestre. Vítimas de doses maiores, podem ficar paralisadas por dias sem sinal de vida. Uma das maiores vinganças desse cruel secto é saber que muitos de seus inimigos foram enterrados ou queimados enquanto ainda estavam vivos.
Em alguns casos, os assassinos à serviço do Culto de Cthulhu podem empregar métodos mais dramáticos para mandar um recado, sobretudo se eles desejam intimidar outras pessoas através de atentados e violência.
O culto ativo no Haiti, que inspirou os Tonton Macute, se notabilizou pela maneira sangrenta com a qual trata seus inimigos. Vítimas são capturadas e sacrificadas com requintes de crueldade, a pele flagelada por chicotes confeccionados de couro rígido, guarnecido de pontas de coral afiado.
Em Marselha, uma facção se notabilizou por eliminar suas vítimas usando uma espécie de garrote adaptado a uma máscara estilizada de couro que guarda semelhança aterradora com o semblante do Grande Cthulhu. Nas Ilhas Marquesas, um culto reservava às suas vítimas uma morte dantesca mergulhando-as em piscinas naturais onde nadavam moréias famintas. Isso sem falar dos vários cultos de Cthulhu que negociam suas vítimas com Abissais ou as entregam em sacrifício a tenebrosas bestas marinhas.
O perigo de investigar as atividades dos cultos devotados a Cthulhu, como se pode ver não se limitam a esfera da loucura. O perigo existe e é considerável para qualquer um corajoso (ou tolo) o bastante para cruzar o caminho desses indivíduos.
não é tão interresante quantos os artigos que tratam do próprio cthulhu, mas é muito bom ainda assim.
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