quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Albert Fish - O Homem Cinzento (conclusão)


"Independentemente do termo que possa ser usado para definir as fronteiras médicas e legais da insanidade, o caso do Sr. Fishestá muito além dessa fronteira. "

Frederick Werthan -
Médico Psiquiatra 

ATENÇÃO: O texto à seguir contém descrições chocantes, portanto, recomenda-se discernimento.

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A confissão de Albert Fish seria ouvida por muitos policiais e psiquiatras ao longo das semanas seguintes. Muitos deles sairiam da sala, horrorizados pelas suas descrições vívidas e pelas reminiscências repletas de sadismo. Sabe-se que pelo menos um estenógrafo deixou o aposento para vomitar e que um policial agarrou o velho decidido a estrangulá-lo ali mesmo.


Fish por sua vez estava feliz em contar os detalhes mais mórbidos como se fossem façanhas invejáveis. Ele estava satisfeito por receber toda atenção de homens estudados e melhores que ele, pela primeira vez em sua desprezível existência.

Uma versão de sua confissão, devidamente editada, foi publicada nos jornais que alardeavam a prisão do "Vampiro do Brooklyn", também chamado de o "Monstro de Nova York". A população da cidade estava horrorizada que tal criatura pudesse realmente existir.

O longo depoimento prestado na Delegacia para embasbacados policiais era uma verdadeira odisseia de perversão e depravação. Tudo aquilo parecia inacreditável, até que detalhes começaram a ser corroborados mediante investigação. Tudo era ainda mais surpreendente considerando como Fish parecia um idoso decrépito e inofensivo. Ele era um velho encarquilhado de aparência frágil, com cerca de 60 quilos e apenas 1,50 m de altura. Nada nele depunha à respeito do caráter selvagem de seus crimes e os detetives se perguntavam se ele não seria simplesmente um louco querendo aparecer. Mas não... infelizmente, tudo o que o velho dizia podia ser provado e confirmado.
 
O detetive King foi o responsável pela confissão inicial. Fish disse-lhe que no verão de 1928 ele foi dominado pelo que chamou de uma insuportável "sede de sangue" - uma necessidade patológica de matar. Quando ele respondeu ao anúncio de emprego de Edward Budd, era o jovem, não sua irmã Gracie, que ele pretendia atrair até um local remoto para cortar seu pênis, deixando-o sangrar até a morte.

Logo depois de deixar a casa dos Budd pela primeira vez, Fish comprou as ferramentas de que precisaria para matar e mutilar os meninos: um cutelo, uma serra e uma faca de açougueiro. Ele embrulhou esses objetos em um pacote que deixou em uma banca de jornal antes de ir para a casa da família pela segunda e última vez. Quando Fish viu o jovem e robusto Edward, do tamanho de um homem adulto, e seu amigo Willie, ele se convenceu de correria risco em tentar dominar os dois ao mesmo tempo.

Foi só depois de ver Gracie que ele mudou de ideia e de planos. Era ela que ele queria matar desesperadamente agora. Conforme havia escrito na carta, ele sabia que precisava devorá-la, à qualquer custo.

Quando conseguiu convencer os pais da menina a deixá-la acompanhá-lo, ele saiu com a convicção de matá-la. Fish parou na banca de jornais para pegar seu pacote antes de pegar um trem que os levou até o Bronx e depois para o vilarejo de Worthington em Westchester. Para Grace, ele comprou uma passagem só de ida. O velho descreveu como Gracie ficou encantada com a viagem de quarenta minutos até o campo. Apenas duas vezes em sua vida ela estivera fora da cidade. Na estação de Worthington, Fish estava tão absorto em seu plano monstruoso que deixou o pacote de ferramentas no trem. Ironicamente, Gracie percebeu e o lembrou de trazer o pacote.

Eles caminharam por uma estrada remota até chegarem a um prédio abandonado de dois andares chamado Wisteria Cottage no meio de uma área bonita e arborizada. Enquanto Grace se divertia do lado de fora com as várias flores silvestres, Fish foi até o quarto do segundo andar, abriu seu pacote de ferramentas e tirou as roupas em preparação para o que viria à seguir.

Então ele chamou Gracie para subir.

Com as flores silvestres que ela juntou arrumadas em um buquê, Gracie entrou na casa e subiu para o quarto seguindo a voz do velho. Ao ver o homem nu, gritou pela mãe e tentou fugir. Mas Fish a agarrou pela garganta e a sufocou até a morte. Ele estava sexualmente excitado pelo ato de estrangulá-la, tanto que chegou a ejacular ao apertar seu pescoço.

Ele apoiou a cabeça dela em uma velha lata de tinta e a decapitou com o facão, lembrando de recolher a maior parte do sangue da lata. Depois, ele jogou o balde no quintal. Ele despiu a criança sem cabeça e a cortou em dois com a faca de açougueiro e o cutelo. As partes do corpo de sua escolha ele levou embrulhadas em jornal. O resto ele deixou lá para que voltasse dias depois, quando jogou tudo nos fundos e cobriu com pedras soltas e terra. Ele se desfez de suas ferramentas da mesma maneira. 

Após sua confissão, o detetive King fez uma pergunta final: "o que o levou a fazer essa coisa horrível?"

"Você sabe", respondeu Fish pensativo. "Eu nunca consegui explicar isso."

O capitão John Stein perguntou-lhe por que ele havia escrito a carta aos Budd e Fish respondeu que também não sabia por quê: "Eu tenho essa mania de escrever."

Naquele dia, a polícia foi ao Chalé Wisteria e recuperou os restos mortais de Gracie. Albert Fish estava por perto, completamente sem emoção ao testemunhar a cena.

Fish foi interrogado pelo promotor público assistente Francis Marro e quando ele perguntou a Fish por que havia assassinado Gracie, ele explicou que "uma espécie de sede de sangue o dominara. Depois ele disse ter sido tomado por grande tristeza. "Eu teria dado minha vida meia hora depois de fazer o que fiz, para devolvê-la à vida."

Marro perguntou se ele havia estuprado Gracie e Fish foi inflexível: "Isso nunca passou pela minha cabeça." Nada foi perguntado na ocasião sobre o alegado canibalismo mencionado na carta de Fish aos Budd. A polícia considerava aquilo muito insano para ser verdade. Ou, talvez, eles já estivessem pensando que incluir detalhes horríveis sobre o canibalismo reforçaria o inevitável caso de defesa por insanidade.

Naquela noite, a captura de Albert Fish vazou para os jornais e repórteres apareceram no apartamento dos Budd com a notícia. Pouco depois, o detetive King levou o Sr. Budd e seu filho Edward à delegacia para identificar Fish.

Edward fez mais do que identificar Fish. Ele se jogou sobre o velho. "Seu bastardo! Filho da puta sujo!" disse tentando socá-lo.

O Sr. Budd ficou surpreso com a falta de emoção de Fish. "Você não me conhece?" ele perguntou ao velho.

"Sim," Fish respondeu educadamente. "Você é o Sr. Budd."

"E você é o homem que veio à minha casa como hóspede e levou minha garotinha embora", disse ele em lágrimas.

Albert Fish, como era de se esperar, era bem conhecido pela polícia. Seu histórico remontava a 1903, quando foi preso por furto. Desde então, ele havia sido preso seis vezes por vários crimes menores, como o envio de cartas obscenas e pequenos furtos. Nada muito sério. Metade dessas prisões ocorreu na época do sequestro de Gracie. Todas as vezes, as acusações foram retiradas por ele ser velho e ninguém considerar correto mandá-lo para a prisão. Ele também havia estado em instituições mentais mais de uma vez.

Quando questionado sobre sua formação, Fish disse: "Nasci em 19 de maio de 1870, em Washington, DC. Meu pai era o capitão Randall Fish, maçom de 32º grau, e ele está enterrado no terreno da Grande Loja do cemitério do Congresso. Ele era um capitão de barco do Rio Potomac, indo de DC a Marshall Hall, Virgínia", contou sem esconder uma ponta de orgulho.

"Meu pai caiu morto em 15 de outubro de 1875, na velha estação da Pensilvânia, onde o presidente Garfield foi baleado, e fui colocado no Orfanato St. John em Washington. Fiquei lá até quase nove anos e foi aí que tudo começou a dar errado. Eu era açoitado sem misericórdia. Vi meninos fazendo muitas coisas que não deveriam ter feito. Cantei no coro de 1880 a 1884 - soprano, no St. John's. Vim para Nova York. Eu era um bom pintor de interiores.

"Eu comprei um apartamento e trouxe minha mãe de Washington. Nós morávamos na Rua 76 West com a 101 e foi lá que conheci minha esposa. Depois que nossos seis filhos nasceram, ela me deixou. Ela pegou todos os móveis e nem mesmo deixou um colchão para as crianças dormirem.

"Ainda estou preocupado com meus filhos", ele fungou. Os seis filhos tinham de 21 a 35 anos. "Eu achei que eles viriam visitar o velho pai na prisão, mas não vieram."

Albert Fish enfrentava acusações em Manhattan e no condado de Westchester. Este o indiciou por assassinato em primeiro grau, enquanto Manhattan preparava uma acusação de sequestro.

Enquanto isso, a polícia prosseguia investigando a vida do velho em busca de novas pistas. O motorista da linha de bonde do Brooklyn viu uma foto de Fish no jornal e se adiantou para identificá-lo como o velho nervoso que viu em 11 de fevereiro de 1927, que tentava acalmar um garotinho sentado com ele no bonde. Joseph Meehan, o motorista aposentado, observava os dois com atenção. O menino, que não tinha paletó nem casaco, chorava continuamente pela mãe e precisava ser arrastado pelo velho para dentro e para fora do carrinho. O velho disse que o menino era seu neto, Billy. O garotinho, no fim das contas, era Billy Gaffney que havia sido raptado pelo "Bicho Papão".

Quando confrontado com esse crime, Fish apenas acenou com a cabeça reconhecendo a culpa: "Sim, sim, o menininho", disse dando início a confissão sobre os atos indescritíveis que sujeitou o pequeno Billy Gaffney: "Eu o trouxe para os lixões da Riker Ave. Há uma casa que fica isolada, eu o levei lá, onde ninguém ouviria nada". 

Fish contou como despiu e amarrou as mãos e pés do menino, amordaçando-o com um pedaço de pano sujo que tirou do lixo. Então queimou suas roupas. Em seguida, voltou e pegou o bonde para 59 St. às 2 da manhã. e caminhou de lá até em casa. "estava pensando no que faria".

No dia seguinte, por volta das 14 horas, pegou suas ferramentas e foi até a casa determinado a dar cabo do menino. Uma de suas "ferramentas" era um velho cinto de couro curtido que ele transformou num chicote de nove pontas. Fish bateu no menino até ele perder os sentidos. Depois mutilou sua face com uma faca que levava consigo. Ele morreu depois de um tempo. Em meio ao frenesi, ele ainda mordeu e bebeu o sangue da criança.

"Então eu o cortei para aproveitar as partes mais macias e tenras", disse sem manifestar qualquer emoção. Quando ficou satisfeito com os pedaços que havia escolhido, jogou o restante em quatro sacos de cheios de pedra no rio Hudson. Fish contou que preparou as partes do corpo no fogão de sua casa, comendo por cinco dias um ensopado temperado com cebola, cenoura, nabo, aipo, sal e pimenta. "Estava delicioso", concluiu por fim.

Dias depois, um homem de Staten Island se apresentou para identificar Fish como o homem que tentou atrair sua filha de oito anos para a floresta não muito longe de onde Francis O'Donnell foi assassinado três dias depois, em 1924. A garota, no final da adolescência, o viu em sua cela e o reconheceu. 

Fish era o Homem Cinzento, assim descrito naquela época. O velho também foi relacionado a um assassinato em 1932 de uma garota de quinze anos chamada Mary O'Connor em Far Rockaway. O corpo mutilado da garota foi encontrado em uma floresta perto de uma casa que Fish estava pintando.

Com todas essas acusações em diferentes condados. Havia muito pouca chance de Albert Fish ser absolvido pelos crimes que cometeu. Sua única oportunidade de evitar a pena de morte era fazer com que os alienistas ou psiquiatras forenses o declarassem louco e portanto inimputável.

O Dr. Fredric Wertham em seu livro The Show of Violence descreve seu primeiro encontro com o maníaco Albert Fish em sua cela. Ele ficou chocado ao ver como Fish era "manso, gentil, benevolente e educado". "Se você quisesse alguém a quem confiar seus filhos, ele seria aquele que você escolheria."

A atitude de Fish em relação à sua situação era de total distanciamento. "Não tenho nenhum desejo particular de viver. Não tenho nenhum desejo particular de ser morto. É uma questão indiferente para mim. Não acho que esteja totalmente certo."

A psicose parecia ter se instalado no seio da família de Fish pelo que o Dr. Wertham pode averiguar: "Um tio paterno sofria de psicose religiosa e morreu confinado num hospital estadual. Um meio-irmão também morreu institucionalizado. Um irmão mais novo era débil e morreu de hidrocefalia. Sua mãe era considerada "muito esquisita" e dizia-se que ouvia e via coisas. Uma tia paterna era considerada "completamente louca". Um irmão sofria de alcoolismo crônico. Uma irmã tinha algum tipo de 'aflição mental.

Ele alegou que seu nome verdadeiro era Hamilton Fish, em homenagem a um parente distante que era secretário de Estado do presidente Grant. Cansado de ser provocado por esse nome, ele preferiu o nome de Albert e passou a usá-lo por conta própria. Quando tinha vinte e seis anos, ele se casou com uma jovem de dezenove e com ela teve seis filhos. Quando a criança mais nova tinha três anos, a mãe fugiu com outro homem, deixando Fish para criar os filhos. Posteriormente, ele "casou" três outras vezes, embora não fossem matrimônios legais, uma vez que ele nunca se divorciou da primeira esposa.

O Dr. Wertham considerou a perversidade sem paralelo de Fish única nos anais da literatura psiquiátrica e criminal. "O sadomasoquismo dirigido contra as crianças, principalmente os meninos, assumiu a frente de seu desenvolvimento sexualmente regressivo."

Fish disse-lhe: "Sempre tive o desejo de infligir dor aos outros e de que os outros me infligissem. Sempre gostei de tudo o que doía."

Wertham contou que "experiências sádicas de todos os tipos imagináveis ​​foram praticadas por ele, ativa e passivamente. Fish sentia um desejo crônico de causar e de sentir dor. Muitas das coisas medonhas que ele fez com suas vítimas, foram feitas com ele, com seu consentimento".

Fish confidenciou ao Dr. Wertham sua longa história como predador sexual de crianças, "pelo menos cem", disse ele ao contabilizar suas vítimas infantis. Fish as atraía com dinheiro ou doces. Ele geralmente escolhia crianças negras porque acreditava que a polícia não prestava muita atenção quando elas estavam feridas ou desaparecidas. Depois de atacar, ele evitava retornar ao local. Com isso, viveu em pelo menos 23 estados e em cada um matou pelo menos uma criança. Às vezes, ele perdia o emprego como pintor porque sua presença levantava suspeitava de que estava ligado a crianças desaparecidas. Ele era visto conversando com elas ou espiando de longe.

O maníaco tinha uma compulsão para escrever cartas obscenas e o fazia com frequência. De acordo com o Dr. Wertham, não eram as cartas obscenas típicas baseadas em fantasias e devaneios para fornecer uma emoção fugaz. Eram tentativas de descobrir pessoas com inclinações sadomasoquistas".

Inicialmente, o psiquiatra teve dúvidas sobre se Fish estava mentindo para ele, especialmente quando disse ao psiquiatra que havia enfiado agulhas em seu corpo durante anos na área entre o reto e no escroto: "No início, disse ele, só enfiara essas agulhas e as puxava de novo. Depois enfiara outras tão fundo que não conseguia tirá-las, e elas ficavam lá." O médico fez um raio-X e descobriu pelo menos 29 agulhas instaladas na região pélvica.

Por volta dos 55 anos, Fish começou a ter alucinações e delírios cada vez mais frequentes. "Ele teve visões de Cristo e começou a se envolver em especulações religiosas sobre como purificar os pecados. A maneira mais lógica, aos seus olhos, era através do sofrimento físico e autotortura. Ele misturava citações da Bíblia com trechos que afirmava terem sido reveladas a ele em visões. Teria dito: "Feliz aquele que pega os pequeninos e bate suas cabeças contra as pedras." Fish acreditava que Deus havia ordenado que ele castrasse meninos, coisa que havia feito várias vezes.

Wertham ficou surpreso quando Fish descreveu o horrível canibalismo do corpo de Billy Gaffney. "Seu estado de espírito enquanto descrevia essas coisas nos mínimos detalhes era uma mistura peculiar. Ele falava de maneira prática, como uma dona de casa descrevendo seus métodos favoritos de cozinhar. Mas às vezes sua voz e expressão facial indicava uma espécie de satisfação e emoção". 

Que Fish sofria de alguma psicose religiosa era indiscutível. Os filhos de Fish o viram "se ferindo com um remo cravejado de pregos até ficar coberto de sangue. Eles também o viram sozinho em uma colina com as mãos levantadas, gritando: "Eu sou o Cristo".

O Dr. Wertham, nomeado como alienista da defesa, acreditava que Fish era totalmente insano: "Eu caracterizei sua personalidade como introvertida e extremamente infantil. Descrevi sua constituição mental anormal e sua doença mental, que diagnostiquei como psicose paranoica. Fish sofria de delírios e particularmente estava tão confuso sobre as questões de punição, pecado, expiação, religião, tortura, autopunição, que não via a si mesmo como um pervertido. Ele achava realmente estar à serviço de um poder superior. 

Wertham acreditava que Fish teria matado pelo menos quinze crianças e mutilado cerca de cem outras. Dois outros alienistas testemunharam que Fish era clinicamente insano. No entanto, os quatro alienistas chamados pela promotoria eram de opinião contrária, diziam que Fish era são no momento dos crimes. Um desses alienistas da promotoria era o chefe do hospital psiquiátrico onde Fish fora destacado para observação alguns anos antes, onde havia sido considerado "inofensivo e são".

O julgamento de Albert Fish pelo assassinato premeditado de Gracie Budd começou na segunda-feira, 11 de março de 1935. A Defesa atacou a competência dos alienistas do Hospital Bellevue que observaram Fish em 1930 e o declararam são. Ele também planejou estabelecer que Fish estava sofrendo de "envenenamento de chumbo", uma demência sofrida por pintores de paredes que provoca alucinações.

A principal estratégia da Promotoria foi resumida no início do julgamento: "A prova, resumidamente, será que este réu é legalmente são e que ele conhece a diferença entre certo e errado e a natureza dos seus atos. Ele não é mentalmente defeituoso, possui uma memória maravilhosa para um homem de sua idade, tem orientação completa do que acontece a seu redor, Não possui deterioração mental de qualquer tipo. Ele é sexualmente anormal, conhecido clinicamente como um pervertido sexual e psicopata sexual. Seus atos são anormais, mas quando ele raptou e matou uma menininha, ele sabia que era errado fazer isso, e por isso, deve responder por seus atos . "

O advogado de defesa se concentrou na vida bizarra de Fish e na autoflagelação com remos e agulhas. Em seguida, ele mencionou a competência de Fish como pai e seu amor pelos filhos: "Apesar de todas essas tendências brutais, criminosas e perversas, há um outro lado desse réu. Ele foi um pai muito bom e nunca fez qualquer mal aos seus filhos. Ele encerrou seus comentários lembrando ao júri que cabia à promotoria provar que um homem que matava e comia crianças era são.

No terceiro dia do julgamento, apesar das extenuantes objeções do advogado de defesa, uma caixa com os restos mortais de Grace Budd foi trazida para o tribunal como prova, enquanto o detetive King recriava a partir da confissão de Fish como a garota foi morta. Então o Promotor enfiou a mão na caixa e estendeu o pequeno crânio da garota morta para o júri. Foi um momento absurdamente bizarro.
 
A Defesa colocou vários filhos de Fish no banco para testemunhar seu comportamento bizarro, mencionando a autoflagelação e suas ilusões religiosas. Eles também testemunharam que ele era um bom pai que sempre cuidou deles e nunca os maltratou fisicamente. Também foram lidas várias das cartas obscenas escritas pelo réu, o que fez algumas pessoas desmaiarem e o Juiz ordenar o esvaziamento do tribunal.

O julgamento durou dez dias, mas o júri levou menos de uma hora para chegar ao veredicto de culpado. Posteriormente alguns jurados disseram que Fish provavelmente era louco, mas que seus crimes eram tão medonhos que ele merecia morrer de qualquer maneira. 

O condenado não gostou do veredicto, mas não chegou a protestar formalmente e disse que não iria sequer recorrer da sentença que lhe foi atribuída. Aparentemente, a perspectiva de morrer na cadeira elétrica o atraía e fazia seus olhos faiscarem em antecipação. Ao fim do julgamento, ele se manifestou, agradecendo ao Juiz, Promotor e ao Júri por colocar um fim na sua existência lamentável. Ele afirmou que não queria mais viver e que morreria feliz se não causasse mais nenhum mal. 

Em 16 de janeiro de 1936, as luzes da Prisão de Sing-Sing oscilaram, quando uma descarga elétrica de 2 mil volts atravessou o cérebro de Albert Fish. Foi o fim de um dos mais perversos seres humanos de todos os tempos.

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