Já falamos do Culto do Deus Rato e do povo degenerado que serve esse deus desprezível e habita o povoado de Cão Coxo, interior da Nova Inglaterra. Cabe agora falar da criatura em si, aquela que inspira um horror abominável capaz de contaminar a população residente e perverter sua própria natureza em algo que é apenas meio humano.
Como ocorre com muitos horrores ancestrais, traçar a origem de um ser do Mythos não é tarefa simples. Geralmente o teórico dedicado precisa recorrer aos cultistas que são os únicos que guardam algum registro factual sobre as criaturas que veneram. E essa fonte é bem pouco confiável.
Infelizmente, no que diz respeito ao Deus Rato, as coisas são ainda mais complicadas. Os nativo-americanos costumam transmitir suas lendas e tradições de forma oral, de modo que é rara a produção de documentos ou material escrito. Assim, o pouco que se sabe provém de cultistas capturados e posteriormente interrogados.
Parece razoável supor que o Deus Rato é um Grande Antigo, um de poder sensivelmente menor do que as entidades que compõem essa galeria grotesca de monstruosidades ancestrais que inclui Cthulhu, Tsathogua, Yig e outros. Muitos teóricos supõem que o Deus Rato poderia ser uma entidade única um degrau abaixo dos Grandes Antigos ou ainda o último representante de uma raça esquecida. Existe a teoria defendida por alguns estudiosos de que o Deus Rato poderia ser uma Cria de Shub-Niggurath, mas essa hipótese é bastante contestada. Ele também teria ligação com Nyogtha e Mordiggian, ambos deuses de recessos profundos e que regem cavernas subterrâneas.
Seja qual for o caso, o Deus Rato parece ser a mesma entidade desde o surgimento de seu culto. Isso indica que a monstruosidade é imortal pela passagem do tempo, ou ao menos que a passagem dos séculos não o afeta de maneira significativa. Gerações vem e vão, mas ele permanece o mesmo, ou ao menos, é o que dizem seus cultistas.
A criatura têm preferência por espaços subterrâneos onde fica abrigada durante as horas do dia já que a luz do sol parece incomodá-lo. Na escuridão ele se sente mais confortável, sobretudo por conseguir se guiar perfeitamente, mesmo quando imerso em trevas insondáveis. Ele se move apenas o necessário, preferindo que os seus cultistas, ou então, os grandes ratos que o servem cumpram suas vontades e caprichos. Quando forçado a fazê-lo, o Deus Rato pode se deslocar com discernimento pelos túneis estreitos de seu covil, espremendo seu corpanzil para atravessar mesmo os espaços mais exíguos. Sua sala do trono, por assim dizer, é uma câmara nas profundezas da antiga mina de Cão Coxo, um lugar insalubre e de difícil acesso, habitado por milhares de ratos e ratazanas mutantes sem pelo que parecem uma mistura doentia de homem e roedor. O espaço é preenchido por lixo, detritos, restos de ossos e excremento que criam uma forragem natural preservando o calor. Aos seus pés rastejam fêmeas enormes e inchadas, prenhes a ponto de rebentar e despejar ninhadas de crias do Deus.
Ele costuma deixar sua câmara quando rituais estão prestes a serem realizados pelos seus cultistas. É atraído pelo som de um gongo e de um cântico que mistura palavras num dialeto indígena esquecido e no obscuro idioma Aklo. Os sons combinados fazem com que o monstro se mova pelos túneis emergindo numa extremidade escura do templo. Um secto de ratos comensais sempre o acompanham nessas incursões e os cultistas sabem bem que é bom manter deles distância pois aqueles próximos são cobertos por um frenesi de mordidas e arranhões.
Em geral o Deus Rato demanda sacrifícios que lhe são oferecidos assim que ele chega, sem rodeios ou preâmbulos. Ao avistar uma vítima colocada na área destinada ao sacrifício - um pedestal de ossos amarelados, ele se aproxima vorazmente escancarando as mandíbulas. Ele usa seu peso para esmagar a vítima amarrada e em seguida dilacera o corpo com bocadas potentes que arrancam membros. O Deus Rato costuma se satisfazer com um humano adulto, geralmente uma fêmea, que é inteiramente devorada, contudo em ocasiões que ele está especialmente faminto pode ser necessário entregar outras vítimas. Na ausência destas, um sacerdote convoca quantos seguidores forem necessários e os empurra para perto da criatura. Em alguma ocasiões, o Deus pode exigir que sacrifícios sejam oferecidos à sua ninhada que devora a carne de suas vítimas até restar tão somente os ossos roídos.
Como agradecimento pela oferta de sangue, o Deus Rato compartilha com os seguidores fieis sua graça. Esta se manifesta através de uma poderosa emanação psíquica que atinge todos os presentes. O portento é uma visão arrebatadora que renova a crença do culto assegurando a eles conforto, alimento e proteção. Aqueles que o recebem são preenchidos por um êxtase jubiloso, provavelmente um estímulo extremo no centro de prazer do cérebro. Tomados por um furor delirante, os cultistas dançam, evoluem e se entregam a uma orgia bestial que pode durar horas. O Deus Rato pode participar dessa celebração escolhendo fêmeas para satisfazê-lo. Finalizado o processo, ele retorna para as profundezas onde ficará aguardando a próxima data ritualística.
Dos recessos de seu covil o Deus Rato pode enviar mensagens, convocar seus sacerdotes e transmitir suas ordens e desejos. Ele não costuma receber visitantes, exceto aqueles que sofreram mutações e que são mais roedores do que humanos. Os túneis são tomados por ratos e descer através deles sem atrair a atenção das criaturas é praticamente impossível. Além disso, a poderosa mente do Deus permeia cada centímetro dos túneis, perscrutando as passagens, ciente de qualquer elemento estranho nos seus domínios. Ele é capaz de estabelecer contato com indivíduos de seu culto que estejam longe, usando para isso suas projeções psíquicas. Também é capaz de falar com eles através de sonhos de uma forma similar ao Grande Cthulhu, mas com um alcance muito menor.
O Deus Rato não é exatamente um roedor, mas algo que se assemelha a um em forma. É provável que ele seja uma forma de vida alienígena que encontra um grau de similaridade com uma forma de vida terrena. Uma análise mais criteriosa sugere que ele não constitua uma entidade biológica nativa e sim algo vindo de outra realidade ou esfera.
Fisicamente a criatura é humanoide, movendo-se em duas pernas mais curtas e possuindo uma cavidade torácica larga com braços e cabeça. Seu corpo musculoso remete ao de um antropoide clássico, notadamente o gorila africano. Ele mede aproximadamente três metros de altura e as proporções de sua anatomia não são exatas. Seu corpo é sólido, coberto de uma pelagem crespa abundante de coloração cinza castanha que lhe fornece proteção. Estima-se que a criatura pese ao menos 500 quilos, mas a despeito disso, move-se com notável agilidade equilibrando-se num rabo fino articulado. Ele é capaz de levantar com facilidade cinco vezes o seu peso. O Deus Rato possui patas dotadas de quatro dedos terminando em unhas curtas na forma de meia lua, fortes o bastante para arranhar pedra. Ele se vale dessas garras quando precisa se defender e um golpe é capaz de dividir um humano em dois. A criatura prefere, no entanto, agarrar os seres que o desagradam para em seguida esmagá-los ou desmembrá-los.
A cabeça do Deus Rato é a parte mais incomum e bizarra de sua anatomia. Ela se assemelha ao crânio descarnado de um roedor gigante. Suas órbitas são fundas e vazias, sem a presença de olhos, o que leva a crer que ele não é capaz de enxergar, ao menos no sentido normal. A ausência de músculos no sistema auditivo - uma simples câmara lateral oca, também sugere que ele não dispõe de audição. O faro, por outro lado é muito desenvolvido permitindo a ele reconhecer pequenas variações químicas no ambiente. É provável também que ele possua algum outro sentido de localização desconhecido que lhe permite mapear e compreender seus arredores, mesmo na escuridão completa. As mandíbulas do Deus Rato são dotadas de dois grandes dentes incisivos na arcada superior e na inferior. Estes são muito resistentes e afiados, capazes de atravessar o torso de uma pessoa facilmente. Ao investir contra um humano, o Deus Rato costuma visar o pescoço, desferindo uma única e devastadora mordida que tende a ser letal. Enquanto isso, se vale de seu peso titânico para esmagar aqueles que lhe são entregues como sacrifício. A criatura é carnívora e se alimenta de forma sazonal devorando carne, sangue e ossos.
O Deus Rato é claramente uma entidade do gênero masculino. Apesar de seu porte, ele é capaz de realizar a cópula com fêmeas humanas e fecundá-las para gerar crias mutantes. Dentro do círculo do Culto, fêmeas escolhidas para essa função tendem a ser toleradas nas dependências da entidade, onde são mantidas durante todo período de gestação. Elas dão a luz a ninhadas mutantes, entre 6 e 8 espécimes de cada vez, sendo que destes apenas dois ou três perduram. Esses mutantes se assemelham a grandes ratos pelados, capazes de andar em duas pernas e que crescem até o tamanho de humanos adultos. Tais abominações raramente deixam o interior do ninho subterrâneo onde nascem.
A criatura por vezes é vista com alguns enfeites grosseiros. Colares com pedras amarradas, contas de vidro e ossos descartados transformadas em adornos rudimentares presos por tiras de tendões. As fêmeas que servem o Deus Rato costumam trançar e fiar seus pelos e amarrá-lo com anéis ou contas de metal que pendem livremente. Elas também usam piche, óleo e sangue para pintar padrões geométricos em sua pelagem que fervilha com pulgas, percevejos e outros parasitas. Ele também é visto carregando lanças com cabeças humanas mumificadas espetadas na ponta. O fedor que acompanha o Deus Rato é insuportável e pode ser detectado a grande distância.
Apesar de ser uma entidade feroz, o Deus Rato costuma ser extremamente dependente de seu séquito. Ele é capaz de se defender, mas prefere que seus subordinados lidem com questões mundanas e o protejam sempre que necessário. Ratazanas também obedecem suas ordens e correm para auxiliá-lo quando há perigo. Apesar de ser considerado um Deus e tenha habilidades notáveis, a entidade pode ser ferida e possivelmente até morta. Ciente disso, ele tentará escapar caso confrontado por inimigos equipados com armas de grosso calibre e explosivos.
Uma profecia muito antiga e conhecida na Terra dos Sonhos afirma que o Deus Rato encontrará seu fim nas presas de um formidável felino, uma Pantera Negra, para alguns um avatar da Deusa Antiga Bast.
FOR 170
CON 160
TAM 165
INT 70
POD 105
DES 70
PV: 32
Dano Extra: +3d6
Corpo: +4
Pontos de Magia: 21
Movimento: 9
Ataques por rodada: 2
O Deus Rato pode atacar duas vezes por rodada usando para isso suas garras. Opcionalmente ele pode desferir um ataque de mordida ou agarrar o inimigo para em seguida desmembrá-lo.
Capturar (manobra): O Deus Rato usa seu ataque para agarrar um inimigo menor que ele. na rodada seguinte ele arranca pedaços de seu corpo causando dano crítico.
Lutar 45% (22/9), dano 1d8 + dano extra
Mordida: Ao escolher essa modalidade de ataque, o Deus Rato desfere uma única mordida devastadora que causa 2d8 + dano extra pontos de dano.
Esquivar: 30% (15/6)
Armadura: 5 pontos de couro grosso
Feitiços: Conhece ao menos uma dezena de magias que o Guardião julgar adequadas. Os registros atestam que ele ensinou magia a seus seguidores fieis sobretudo como construir portais e alguns feitiços para Invocar/Vincular.
Perícias: Rastrear em seu covil 95%
Perda de Sanidade: 0/1d10 pontos de Sanidade por ver o Deus Rato.
FOR 3d6 x5 55
CON 3d6 x10 105
TAM 2d6 +6 x5 65
INT 2d6 +6 x5 65
POD 3d6 x5 55
DES 3d6 x5 55
PV médio: 17
Dano Extra médio: nenhum
Corpo Médio: +0
Pontos de Magia: 11
Movimento: 7
Ataques por rodada: 1
Os Roedores humanos atacam sempre que possível com seus grandes dentes incisivos.
Lutar 35% (17/7), dano 1d6 + 1 + dano extra
Esquivar: 50% (25/10)
Armadura: Nenhuma
Feitiços: Geralmente nenhum, contudo um indivíduo dessa raça com INT 85 ou mais pode conhecer 1d4 feitiços que lhe foram ensinados por seu deus.
Perícias: Escalar 80%, Furtividade 70%, Rastrear 55%, Escutar 55%
Perda de Sanidade: 0/1d6 pontos de Sanidade por ver um Roedor Humano
Perícias: Escalar 80%, Furtividade 70%, Rastrear 55%, Escutar 55%
Perda de Sanidade: 0/1d6 pontos de Sanidade por ver um Roedor Humano
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