sexta-feira, 13 de maio de 2022

Triskaidekophobia - A Fobia do número 13 e seus significados ocultos


Para celebrar a data...

Desconfiança e medo sempre cercaram o número 13. O “azarado” número 13 ainda é temido nos dias atuais e a profundidade da fobia ultrapassa e muito a mera superstição. Existe até um nome clínico, ela é chamada de Triskaidekaphobia, o medo patológico do número 13 e de tudo o que ele representa.

Parece bobagem? Mas não é.

A fobia do número 13 é estudada pela psiquiatria moderna e mereceu reconhecimento em publicações importantes como a Revista de Psiquiatria Americana.

Uma pessoa que demonstra problemas com o número 13, em geral é apenas supersticiosa. No entanto, verdadeiras fobias se desenvolvem como resultado de fortes superstições ou crenças enraizadas no subconsciente coletivo, dentre elas o do número 13, frequentemente associado a azar.

Temer ou ter receio do número 13 não chega a ser algo fora do comum para a maioria das pessoas. Muitos tendem a achar perfeitamente normal desconfiar das implicações do número 13, por mais ilógico que seja temer um simples número. Na sociedade, evidência da fobia que cerca o número 13 está em todo lugar. Pode ser chocante contemplar o quanto um simples número é evitado mesmo na sociedade moderna.

O Número 13 raramente aparece em prédios marcando aquele que seria o Décimo-Terceiro Andar. Nos Estados Unidos 87% dos prédios que tem mais de 13 andares, pulam do andar 12 direto para o 14. Da mesma forma alguns restaurantes possuem como regra não aceitar mesas com 13 indivíduos. Na contingência de uma reserva dessa natureza, o restaurante aceita receber um décimo quarto cliente gratuitamente. Para alguns esse costume remete a Última Ceia, quando 12 apóstolos sentaram a mesa na companhia de Cristo (ou seja 13 indivíduos). O resultado todos nós sabemos!

O número 13 é comumente evitado como data para cirurgias e intervenções médicas. Segundo uma pesquisa nos dias 13 de cada mês o índice de internações diminui em 60%, sendo que em sexta feira 13, ele sofre uma redução vertiginosa, caindo em 80%. E isso não afeta apenas aos pacientes; cerca de 50% dos médicos relatou que evitam realizar cirurgias nessa data. Algo semelhante acontece em viagens. O dia 13 é no calendário um dos dias com menos pessoas viajando. As companhias aéreas registram uma sensível mudança nas reservas de passageiros nessas datas.

Da mesma maneira, assentos marcados com o número 13 são preteridos. Em vôos a poltrona 13 muitas vezes fica vazia e comumente os agentes de viagem deixam ela por último, designando passageiros para elas somente em caso de lotação. Mesmo em cinemas ou teatros, os assentos com número 13 ficam vazios.

Botes salva vidas, prefixos de voo e veículos de socorro também muitas vezes não possuem o número 13 que é convenientemente ignorado.

As raízes do significado do número 13 podem ser traçadas até as religiões pagãs da Europa. O número 13, segundo algumas tradições, possuía uma conotação mística e auspiciosa. Um número de sorte para muitos povos da antiguidade eles estava associado a transformações, mudanças drásticas e alterações profundas. Alguns povos, como os celtas viam o 13 como um número mágico.

Quando o cristianismo se tornou dominante na Europa, o número 13 passou a ser associado a datas de infortúnio como uma espécie de propaganda negativa que visava nublar o significado original do número. O 13 também passou a representar o número cabalístico das feiticeiras, que se associavam em grupos de 12 membros, sendo o décimo-terceiro seu patrono: o Diabo.

O medo do número 13, no entanto, se torna ainda mais forte quando agregado a uma data em especial, a sexta-feira.

A sexta feira para os cristãos sempre foi uma data de azar, supostamente parte da mesma propaganda negativa contra as religiões pagãs, que festejavam esse dia. Jesus expirou na cruz em uma sexta feira, esse portanto não deveria ser um dia de festejos ou de sorte. Além disso, segundo a tradição judaica, incorporada ao cristianismo, foi em uma sexta feira que o Dilúvio contemplado na Bíblia teve início. Chuvas que não pararam por 40 dias e 40 noites e que cobriram o mundo com água trazendo destruição sem precedente. Ainda segunda a Bíblia, teria sido em uma sexta feira que Eva ofereceu a Adão a infame maçã que decretou sua expulsão do Paraíso.

O folclore e as tradições orais se espalharam pelo mundo e a origem do temor da sexta-feira 13, hoje constitui um mistério perdido no tempo. 

Há, no entanto, teorias:

Segundo o Mito Nórdico, Frigga, a deusa devotada ao amor e fertilidade era reverenciada pelos povos nórdicos e germânicos. Quando eles se converteram ao cristianismo, Frigga teria se exilado em desgosto nas montanhas e passou a ser vista como uma Bruxa. Segundo o mito, toda a sexta-feira ela se reunia com 12 outras feiticeiras para operar malefícios. Na Escandinávia a sexta feira é considerada dia de bruxas, um dia para tomar cuidado com o que acontece e postegar decisões importantes.

Os Nórdicos por sinal, possuíam outra história a respeito da simbologia do 13. Segundo eles em uma importante ceia, haviam 12 guerreiros sentados à mesa. Com a chegada de Loki, eles se tornaram 13, e justamente o décimo terceiro teria causado uma discussão que terminou com a morte de Balder, um dos presentes. Daí decorria a crendice de que 13 pessoas à mesa é um convite ao infortúnio.

Outra teoria famosa se refere a lendária queda dos Cavaleiros Templários, cuja ordem foi proscrita pelo Rei Felipe de França em 13 de Outubro de 1307, uma sexta feira 13. Para recordar essa data, os Templários sobreviventes teriam consagrado o costume de reconhecê-la como uma data de profundo azar.

Uma teoria difundida na Inglaterra, dá conta de que a sexta feira 13 se tornou uma data de profecia ligada a má sorte quando o Rei Harold II decidiu liderar seu exército na Batalha de Hastings no ano de 1066. Na ocasião o monarca não ouviu seus conselheiros que lhe advertiram para descansar com a tropa após uma árdua jornada antes de empreender o ataque. O Rei sem se importar com o conselho ordenou o avanço das tropas e como resultado sofreu uma amarga derrota. Harold acabou morto, seu exército desmantelado e os sobreviventes acabaram amaldiçoando a data.

Seja qual for a origem, a Sexta Feira 13 sempre será lembrada como a data do azar e do mau agouro. Portanto não faz mal evitar hoje os gatos pretos, passar por baixo de escadas e não mexer em espelhos.

Se eu tivesse de apostar em uma data para o retorno dos Antigos, provavelmente essa data seria uma Sexta Feira 13.

Como curiosidade, eis aqui a Triskaidekophobia - Uma fobia para Chamado e Rastro de Cthulhu.

Um personagem sofrendo dessa fobia pode tê-la desenvolvido a partir de uma forte superstição. É possível que o número remeta a um acontecimento traumático ou a uma data que causou o choque original.

O personagem vítima de Triskaidekophobia teme o número e tudo o que ele representa. Ele não sai de casa nos dias 13 de cada mês e sente-se apavorado nos dias que antecipam essa data. Ele teme falar a respeito e se comporta demonstrando ansiedade e certo grau de paranóia.

O indivíduo não aceita se hospedar em quartos de hotéis com esse número, não apanha taxis com a placa terminando em 13, não apanha trens que saem da estação às 13 horas, não visita amigos ou faz compras em casas de número 13. Ele jamais sentará em uma mesa com treze indivíduos.

Em casos graves, o indivíduo se torna compelido a fazer contas e negar tudo aquilo cujo resultado remete ao número 13.

Se forçado a fazer qualquer uma dessas coisas o indivíduo reage como se estivesse diante de um objeto de temor, em certos casos ele pode reagir violentamente, ter uma crise nervosa ou até ficar catatônico.

Eu vi apenas uma vez um personagem ser acometido dessa fobia. O personagem havia desenvolvido um medo patológico de que o relógio desse 13 badaladas, o que acabaria por condená-lo a ficar para sempre na terra dos Sonhos. Foi bem divertido (sobretudo porque não era com meu personagem!).

4 comentários:

  1. Salve salve, sou Daniel Coimbra, um dos organizadores do Dia D RPG 2010, pedindo aqui sua ajuda para divulgar o evento. Segue link do release:
    https://docs.google.com/document/pub?id=1pght3tYmYWzxBo5B2XO5a7_vk6aYYsmmO0WhMbwn1a4
    Em nome dos rpgistas brasileiros, agradecemos desde já!
    : )

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  2. Se alguém tiver real interesse do por que 13 integrantes em círculos de magia e afins, acessem

    http://www.deldebbio.com.br/2008/12/02/hieros-gamos-e-magia-sexual/

    Se não acreditarem em nada do que estiver escrito lá, tudo bem, mas é uma aula de história nonetheless.

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  3. Muito instrutivo e macabra. Aguardo outros artigos sobre numeros funestos, e suas implicações sempre divertidas em campanhas, contos e afins. Um abraço.

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  4. Não tenho superstição quanto ao número, mesmo porque eu mesma nasci numa sexta 13. È como aquele ditado que diz: “No creo en brujas, pero que las hay, las hay”.

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