sexta-feira, 18 de março de 2022

A Face dos Deuses - As Cabeças Gigantes da Guatemala


Uma terra famosa por seus estranhos templos, monumentos, esculturas e cultura, a Guatemala abriga mais mistérios sem solução do que qualquer outro lugar do mundo. Com um passado tumultuado e um povo que sofreu com guerras, conquistas, doenças e desastres econômicos, o país esconde segredos que a história ainda procura decifrar.

A Guatemala pode de fato ser o berço de todas as cultura mesoamericanas. Seus primeiros assentamentos datam de 18.000 aC, como é evidenciado pela descoberta de pontas de flecha de obsidiana em todo o território. Acredita-se que esses povos pré-colombianos tenham sido os primeiros a desenvolver práticas agrárias na América do Sul, com evidências do cultivo de milho ao longo da Costa do Pacífico, se espalhando por terra ao longo dos séculos. De toda forma, a área que hoje conhecemos como Guatemala foi no passado o centro do Grande Império Maia e, como tal, inestimáveis tesouros arqueológicos estão ocultos dentro das suas fronteiras.

Um dos mistérios mais fascinantes envolve as cabeças colossais dos olmecas. O povo olmeca, surgiu no sudoeste do México por volta de 1500 aC. Eles foram os primeiros grandes construtores das Américas. Pioneiros em erguer monumentos, sua cultura deu origem a templos de pedra, pirâmides, altares, estátuas, e cidades de grande porte. Infelizmente, há muito que não sabemos sobre quem foram eles, mas o pouco que sabemos já é muito interessante.

As cabeças colossais são uma coleção de 17 enormes cabeças de pedra com várias toneladas de peso, esculpida em basalto e distribuídas pelas selvas do centro da Guatemala. Todas retratam indivíduos com as mesmas características físicas: rostos masculinos com bochechas carnudas, narizes achatados e olhos levemente vesgos. Essas características são consistentes com a estrutura facial dos descendentes olmecas modernos, e a maioria dos estudiosos acredita que as cabeças - feitas com pedras extraídas das montanhas da Sierra de los Tuxlas de Veracruz, elas foram movidas a longa distância, com grande esforço por um terreno acidentado.


Elas supostamente retratam o rostos de importantes líderes da sociedade olmeca primitiva. Possivelmente são Reis e Governantes que detinham o poder de vida e morte sobre milhares de pessoas. A maioria das cabeças foram enterradas por volta de 900 aC, o que significa que elas foram esculpidas e apresentadas bem antes disso, embora as próprias cabeças não possam ser datadas com precisão. Por qual motivo elas teriam sido enterradas também constitui um mistério, já que elas foram dispersas por diferentes regiões ao invés de serem simplesmente enterradas no local onde estavam.

Os mitos por traz dessas magnificas estátuas incluem a crença de que elas representariam deuses que nasceram homens ou ainda deuses que teriam descido dos céus em carruagens mágicas que os transportaram do firmamento para o solo. Também havia a crença de que as cabeças retratam os filhos dos deuses apontados por eles para governar a Nação Olmeca.

Entre os motivos para as estátuas serem escondidas, há suposições de que haveria uma tentativa de protegê-las de inimigos que poderiam querer destruí-las. Uma vez que cerca de meia dúzia de cabeças foram encontradas semidestruídas, existe a hipótese de que facções desejavam apagá-las para sempre. 
Finalmente, as estátuas podem ter sido escondidas por uma série de superstições e crenças enraizadas na Cultura Maia, de que a face dos deuses não deveria ser vista e menos ainda conhecida pelos mortais. seguindo esse preceito, algumas cabeças colossais poderiam ter sido deliberadamente escondidas para evitar que tivessem um fim nas mãos de indivíduos interessados em sua destruição.


Contudo, existe um outro mistério à respeito das Cabeças Gigantes, mais intrigante e profundo, que todos os outros:

Ele tem inicio em 1987, quando o Dr. Rafael Padilla Lara recebeu uma fotografia de uma enorme cabeça de pedra que teria sido descoberta nas selvas da Guatemala na década de 1950. A cabeça teria sido encontrada pelo proprietário de um terreno que havia mandado limpá-lo para realizar uma construção. Quando o solo começou a ser remexido revelou o objeto colossal. 

A descoberta de uma cabeça de pedra em um país cheio de cabeças de pedra não é exatamente uma novidade, exceto pelo fato de que essa cabeça era muito diferente das outras. De fato, ela não parecia em nada com as demais. Todas as cabeças de pedra esculpidas achadas até então possuíam uma óbvia consistência antropológica com o povo local, já esta, era muito diferente. Os lábios finos e pronunciados, com bochechas rasas, nariz grande e pontudo e a face virada para cima evidenciavam algo totalmente diverso das demais descobertas.

Alguns estudiosos, como David Childress, famoso autor e proponente da teoria dos Deuses Alienígenas, afirmaram que a Cabeça Colossal de Padilla era uma evidência de que rostos caucasianos (leia-se: europeus) já eram conhecidos pelas culturas pré-hispânicas da América do Sul. Childress alegava ter entrevistado Padilla, que por sua vez afirmou que a cabeça foi encontrada perto de uma pequena aldeia chamada La Democracia, no sul da Guatemala. A descoberta foi um acontecimento fartamente documentado e que contou com muitas testemunhas. A Cabeça chegou a ser movida e foi fotografada, conforme vemos no alto do artigo. 


Contudo a cabeça foi dinamitada por militantes revolucionários na década de 70, dez anos antes de Padilla ter conhecimento de sua existência. Esse procedimento infelizmente era bastante comum entre guerrilheiros que destruíram artefatos arqueológicos importantes para chamar a atenção para suas causas. Desde 1960 incontáveis peças foram completamente arruinadas.

Com tudo isso, as únicas evidências que temos da existência da Cabeça é uma fotografia e o testemunho dos que a viram. Pouco se consideramos o caráter bizarro dessa estátua em particular.  Mas ainda há coisas muito estranhas relacionadas a Cabeça de Padilla. 

A grande maioria dos pesquisadores que analisaram a foto julgaram que não há dados suficientes para corroborar a autenticidade da estátua. Apesar das poucas evidências, há quem acredite que existe mais do que se supõe e que a cabeça poderia ser a prova de contato entre povos europeus e os Olmecas muito antes de Colombo. Mas há outra possibilidade que veio à tona recentemente e que parece ter sido negligenciada pela maioria dos pesquisadores.


Quando se olha para a foto da cabeça de pedra ela lembra características faciais conhecidas, vistas muitas e muitas vezes em fotos e documentários sobre uma pequena Ilha do Pacífico, localizada a cerca de 3.500 quilômetros a oeste da América do Sul. O rosto que vemos na foto da cabeça de pedra de Padilla é surpreendentemente semelhante (embora não idêntico) a fisionomia dos Moai de Rapanui, as estátuas encontradas na Ilha de Páscoa. Ela tem lábios finos, narizes pontudos e queixo erguido em uma postura magnânima. Haveria alguma conexão? Calma, não diga "bobagem" sem antes ler o restante dos argumentos. 

Até outubro do ano passado, pensava-se que o contato entre os habitantes de Rapanui, os Ilhéus de Páscoa com culturas mesoamericanas pré-coloniais era virtualmente impossível, ou pelo menos altamente improvável. Na verdade, a própria ideia parecia absurda não apenas pela distância mas por muitos outros fatores. Uma raça primitiva de ilhéus que pode ou não ter causado sua própria morte através do desmatamento e fome, poderia encontrar seu caminho através de 3.500 quilômetros no Oceano Pacífico em pequenos barcos não mais sofisticados do que jangadas? Se alguém tentou, certamente pereceu ao longo da jornada. Certo?

Bem, não é bem assim, conforme demonstram provas contundentes de que tal contato provavelmente aconteceu. 

Resultados de DNA publicados pela revista Current Biology atestam um contato bidirecional entre a Ilha de Páscoa e as primeiras culturas mesoamericanas, incluindo os olmecas, muito antes do contato europeu. Os pesquisadores encontraram uma semelhança genética determinante que remete ao povo de Rapanui em amostras colhidas na América Central. Além disso, tudo indica que práticas culturais, crenças, tradições e até métodos de escultura, fabricação de ferramentas e estilização de obras de arte podem ter sido compartilhadas por esses povos primitivos tamanhas suas similaridades. Tal compartilhamento só seria possível através de um contato extensivo ao longo de várias centenas de anos. Ou isso, ou permitido por algum método de contato desconhecido e claramente esotérico. 


À luz disso, seria razoável supor que a Cabeça de Padilla possa ser uma tentativa de replicar a aparência de estátuas de uma terra distante? Mais especificamente os Moai da Ilha de Páscoa? Poderia um artesão olmeca reproduzir uma estátua sem ter visitado o lugar onde elas estão, mas isso pressupõe que deveria haver troca de informações.

Os defensores da teoria do Antigo Astronauta defendem que povos de diferentes partes do planeta, separadas por distâncias absurdas, podem ter estabelecido contato no passado. Mas como teria ocorrido esse contato? Por intermédio de quem? Em que circunstâncias? E com que motivos?

Esses mistérios do mundo antigo seguem atormentando os pesquisadores que por vezes tropeçam em anomalias históricas difíceis de explicar e por vezes, difíceis de aceitar.

Um comentário:

  1. Excelente postagem. A grandes cabeças dão asas a imaginação. E se uma dessas cabeças tivesse aspectos totêmicos que lembrasse a um polvo?

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