quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Morte na Ilha Proibida - Missionário é morto na Ilha mais perigosa do Mundo.


Um cidadão norte-americano foi morto por membros de uma tribo isolado nas Ilhas Andaman e Nicobar.

Pescadores que levaram o homem até a lendária Ilha de Sentinela do Norte disseram que os nativos lançaram uma chuva de flechas sobre ele. Seu corpo acabou sendo abandonado na praia pelos pescadores que fugiram às pressas.

O sujeito foi identificado como John Allen Chau de 27 anos, nascido no Estado de Alabama.

Contato com as tribos de Sentinelenses é proibido por convenções e leis de proteção, pois teme-se que eles não tenham imunidade a doenças externas e um simples sarampo poderia dizimar a todos. 

Estima-se que a população de nativos atualmente esteja entre 50 e 150 indivíduos que vivem na parte central da Ilha em completo isolamento, em um estado primitivo similar ao de homens da Idade do Gelo. 

Sete pescadores que levaram Chau até a Ilha foram presos e serão processados por terem levado o americano até a ilha.


Repórteres locais informaram que Chau tentava chegar até Sentinela do Norte com o propósito de fazer pregação religiosa, uma vez que ele era missionário credenciado. 

"A polícia informou que Chau tentou previamente entrar na Ilha em pelo menos quatro ou cinco ocasiões, sempre com a ajuda de pescadores", relatou o jornalista Subir Bhaumik, que faz a cobertura na ilha há anos.

"Os habitantes de Sentinela do Norte não compreendem a maioria de nossos costumes e modo de vida. Eles não sabem o que é dinheiro e a noção de propriedade é desconhecida. Além disso, jamais tiveram contato com médicos".

Em 2017, o governo indiano proibiu também que fossem feitas fotografias ou vídeos dos aborígenes que vivem na Ilha, punindo quem transgride essa lei com uma pena que pode chegar a três anos de cadeia.

Os pescadores que acompanharam John Chau, o deixaram na Ilha e ficaram aguardando por algum sinal na costa. Entretanto, assim que Chau desembarcou, ele foi saudado com uma chuva de flechas. Uma delas atingiu seu estômago e ele caiu. Mesmo assim, o missionário se colocou de pé e caminhou na direção da floresta de onde vinham os disparos. Uma das flechas o acertou no pescoço e ele caiu novamente, em seguida, nativos foram até o corpo, amarraram uma corda em volta de seu pescoço e o arrastaram para a mata.

Map locator

Os pescadores fugiram nesse momento, temendo que poderiam também ser atacados pelos sentinelenses .

O corpo de Chau foi encontrado dia 20 de novembro. De acordo com o Hindustan Times, seus restos ainda precisam ser reconhecidos já que ele foi literalmente massacrado.

"É um caso difícil para as autoridades", disse Bhaumik, "Os Sentinelenses não são passíveis de punição pelos seus atos". A Tribo costuma ser extremamente agressiva contra qualquer forasteiro invadindo seu território.

Em pelo menos mais três ocasiões, pessoas próximas da ilha foram atacadas e por pouco conseguiram escapar dos nativos.

Os Sentinelenses possivelmente estão entre os primeiros povos a migrarem da África para as Ilhas Andaman, cerca de 60 mil anos no passado. De lá para cá,o povo mudou muito pouco e constitui um caso notável de tribo que não teve contato com o mundo moderno.

Organizações não governamentais baseadas em Londres tem realizado campanhas que visam proteger as tribos nativas das ilhas Andaman. A Ilha de Sentinela do Norte tem o tamanho aproximado da Ilha de Manhattan, mas seu interior jamais foi explorado.


"Nos tempos coloniais, a ocupação de britânicos dizimou outras tribos que habitavam a regiuão, varrendo do mapa os nativos. Apenas uma pequena fração das tribos originais sobreviveram. O temor dos Sentinelenses diante de estranhos é portanto compreensível".

A tribo dos Sentinelenses e dos Jarawa - que habitam outra ilha próxima, são formadas por caçadores e coletores, que vivem da mesma maneira que nossos antepassados.

Há algum tempo, o Mundo Tentacular tem um artigo a respeito de Sentinela do Norte no qual menciona sua história em detalhes. Para quem quiser ler, está aqui no link:

SENTINELA DO NORTE

*     *     *

Eu me pergunto se isso não poderia gerar um cenário.

Um grupo de invasores forasteiros, quem sabe contratados por uma Petrolífera ou talvez pessoas com boas intenções, missionários ou estudiosos, não obstante invasores, tentariam explorar a Ilha de Sentinela do Norte e entrar em contato com o povo nativo. Acabariam eventualmente fazendo contato, mas este se provaria muito mais perigoso e aterrorizante do que poderiam imaginar.

Para apimentar as coisas, bastaria inserir na história algumas coisas inexplicáveis, uma pitada de elementos de sobrenatural, algum terror desconhecido habitando o território desconhecido e horrores não humanos espreitando na mata.

Pronto! 


Receita perfeita para uma aventura de sobrevivência no limiar da civilização.

Ah sim, lembrando também que H.P. Lovecraft citava as misteriosas Ilhas que compõem o Arquipélago de Andaman em sua obra. A clássica "A Sombra sobre Innsmouth" (The Shadow Over Innsmouth), cita as tribos de pescadores que habitavam as Ilhas Andaman e que veneravam divindades marinhas e com eles haviam se miscigenado, dando origem aos híbridos conhecidos como Abissais.

A ilha também seria um dos lugares em que as perigosas tribos de Tcho-Tchos haviam se estabelecido. 

É surpreendente descobrir que em pleno 2018, praticamente nada mudou a respeito dos habitantes de Sentinela do Norte e que eles continuam vivendo como viviam seus antepassados distantes. E é provável que assim continue por muito tempo, se eles conseguirem perseverar diante dos mares tempestuosos da evolução humana.

Nota: Em tempo, essa última foto não é da tribo dos Norte Sentinelenses, mas de uma similar que vive em outra ilha e já teve contato com forasteiros. É possível que o nível cultural seja bastante parecido.

2 comentários:

  1. É um assunto bem fascinante tanto em questão de possibilidades para ficção quanto para especulação científica... Uma tribo assim deve parecer como uma mina de ouro para antropólogos. É um poço de ideias para aventuras de RPG inspiradas no Cthulhu Mythos!

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