quarta-feira, 10 de abril de 2019

O Arsenal da Quadrilha Barrow - As armas de Bonnie e Clyde


Era um tempo em que criminosos eram glorificados e a população torcia por eles. Assassinos, ladrões e sociopatas violentos eram os heróis do público. Escapar da lei e da ordem era uma façanha que apenas os rebeldes e loucos conseguiam. Suas histórias e feitos se tornaram lendários, mas não resistiam a uma análise criteriosa que os identificava como bandidos sanguinários.

Ainda assim, bandidos se tornaram parte importante da história americana. Frank e Jesse James são um bom exemplo da devoção dos americanos pelos bandidos. A dupla de criminosos que aterrorizou o Missouri após a Guerra Civil se tornou famosa mundialmente. A Gangue do Colt, chefiada pelos irmãos James deixou um rastro de sangue, mortes e vingança, mas também fascinação e interesse duradouros. Há outros como Machine Gun Kelly, Frank Dillinger, a Quadrilha Dalton...

Mas talvez, os mais célebres sejam Bonnie Parker e Clyde Barrow, os míticos amantes nascidos na época mais injusta e dura da história americana. Os dois acumularam uma legião de fãs que torcia por eles e que mal conseguia acreditar quando eles foram abatidos em 1934. Os bancos que a dupla assaltava eram a representação daquilo que o povo mais pobre detestava - os grandes vilões da história. Quando alguém se ergueu contra essas instituições, as pessoas imediatamente se identificaram com eles.

As fotografias, poesias e as manchetes sensacionalistas ajudaram a catapultar o nome dos dois para a história, transformando-os do dia para a noite em celebridades. Havia mulheres cortando os cabelos na moda Bonnie Parker, homens vestindo roupas e chapéu no estilo Clyde e as vendas do Ford V8 duplicaram depois dos elogios feitos à Henry Ford, projetista da máquina. Mais do que os indivíduos, suas armas se tornaram um sinônimo de rebeldia. A Metralhadora BAR (Browning Auto-Gun) e a espingarda Remington se tornaram as armas favoritas dos fãs de Bonnie e Clyde e passaram a ser identificadas com eles.


A Quadrilha Barrow se envolveu em pelo menos cinco grandes tiroteios com as forças da lei e da ordem, estando sempre em menor número. Mas eles compensavam isso com muitos disparos. Em um dos cercos dos quais eles conseguiram escapar, um jornal estampou na manchete "Mais de mil disparos feitos", o que era verdade. Bonnie e Clyde podiam não ser grandes atiradores, mas sabiam que disparando centenas de tiros, alguns deles encontrariam o endereço certo.

Na ocasião de sua morte, o casal transportava dentro de seu automóvel a seguinte lista de armamento:

• Três .30-06 Browning Automatic Rifles (BARs)

• Uma espingarda Winchester de Cano curto 10 gauge com alavanca de recarga

• Uma espingarda de cano curto 10 gauge Remington Modelo 11

• Sete pistolas automáticas calibre .45 Colt 1911

• Uma pistola automática calibre .32 Colt

• Uma pistola automática calibre .380 Colt

• Um revólver Double Action Colt

Eles tinham ainda 3000 balas de vários calibres, além de 100 pentes completos de munição para a BAR cada um com 20 projéteis.

A maioria das armas de Parker e Barrow, e aquelas usadas pelos agentes da lei e da ordem que os capturaram, ainda existem e permanecem em exposição no Texas Ranger Hall of Fame e no Museu de Waco, Texas - uma exposição interessante para os fãs de História americana, ou qualquer um que ame história ou tenha interesse em armas de fogo.

O que se segue é um olhar mais próximo dessas armas.

BAR M 1918 .30-06 Browning Automatic Rifle



Clyde Barrow chamava esse rifle automático (o seu favorito) de "arma de espalhar". Em geral o termo scattergun se refere a espingardas que disparam cartuchos de chumbo em uma nuvem mortal que se "espalha", mas Clyde se referia ao fato de que quando atirava com a BAR, as pessoas se espalhavam e corriam em todas as direções. Não é para menos! O BAR é uma arma assustadora e uma rajada dela é suficiente para fazer qualquer um se atirar o chão. Perfeito para alguém que quer manter civis afastados e homens da lei acuados. 

Uma das ações mais ousadas da Barrow Gang foi atacar a prisão agrícola de Eastham, onde Clyde ficou preso. A peça chave do plano era o poder de fogo da BAR, que os criminosos haviam obtido assaltando um quartel da Guarda Nacional em Enid, Oklahoma. Para dar cobertura aos seus comparsas e permitir a fuga de prisioneiros, eles dispararam contra a copa de árvores criando uma distração perfeita.

Clyde aprendeu a remover o supressor de ruído de seu BAR e assim fazia ele rugir como um trompete. O som era seco e muito alto, realmente assustador.

Em 13 de abril de 1933, um grupo de cinco homens da polícia de Joplin, Missouri, cercou a cabana em que a Barrow Gang estava reunida. Eles acreditavam que se tratava de uma quadrilha de contrabandistas de bebida e não faziam ideia que haviam descoberto o covil dos ladrões mais famosos da época. Ao se aproximar da janela, acabaram sendo vistos e Clyde rapidamente disparou uma rajada de sua BAR. A arma automática cuspiu mais de 200 projéteis fazendo buracos na parede e acertando os agentes em cheio. Dois deles morreram na hora.

Três meses depois, em 18 de julho, um bando de 13 oficiais de polícia armados com metralhadoras Thompson e viajando em um carro reforçado com placas de metal, cercaram a quadrilha no hotel Red Crown Tourist, próximo de Kansas City, Missouri. Apesar de contar com armas automáticas, eles se viram em desvantagem contra o poder de fogo superior dos criminosos. Clyde mantinha pelo menos três metralhadoras limpas e carregadas, prontas para disparar. E não poupava munição quando pressionava o gatilho!

O tiroteio em Kansas City entrou para a história como um dos mais violentos da época. As Thompson disparavam projéteis calibre .45, enquanto a BAR lançava uma barragem de munição .30-06 capaz de atravessar madeira, paredes e até metal a uma distância de 100 jardas. A quantidade de disparos foi tão grande que três dias depois, os jornalistas enviados para cobrir a cena ainda sentiam cheiro de pólvora no ar. Nenhuma janela foi poupada e as paredes da cabana tinham tantos buracos que o dono da pensão preferiu colocar a cabana abaixo ao invés de remendar os danos.


Quatro dias depois, Bonnie, Clyde e W.D. Jones conseguiram, ainda que feridos afugentar 50 homens armados que tentavam capturá-los perto de Dexter, Iowa. Novamente, o que falou mais alto foi o poder de fogo das BAR que impediram o avanço da polícia. Clyde distribuiu suas armas para os comparsas e com os três fazendo uma barragem de tiros foi impossível se aproximar. Logo depois desse tiroteio, eles perderam duas BAR, mas Clyde foi rápido em roubar uma loja de munições e outras três armas para repor o arsenal perdido.

Quando o casal enfim foi morto em uma emboscada, as autoridades encontraram dentro do automóvel três BAR prontas para a ação. Os pentes de munição estavam colocados em uma maleta especial de transporte de munição e deixadas à mão para recarregar e disparar. Estima-se que um atirador treinado consiga descarregar um pente com 20 disparos em 6 segundos e recarregar outro em mais 6 segundos. Clyde se orgulhava de fazer tudo em 7 segundos. 

Carregada com o poderoso cartucho de rifle .30-06, a BAR foi criada pelo projetista de armamento John Browning em 1917 e usada pela Força Expedicionária Americana na Grande Guerra Mundial. O conceito da BAR era simples: permitir ao soldado distribuir uma barragem de projéteis enquanto se movimentava. Até então, as metralhadoras necessitavam ser instaladas em tripés. Com a BAR, um soldado podia atirar e empreender perseguição contra seus alvos e atirar na direção que quisesse. Ela valia por uma coluna inteira de atiradores.

A chave de seleção permitia fogo simples ou automático, disparos para cada ocasião. Alguns soldados se empolgavam tanto com o uso da BAR que afirmavam ser um enfeite a tal "chave seletora", mantendo ela sempre no modo de full auto fire. A BAR rapidamente substituiu as enormes metralhadoras Lewis e Chauchat, que além de pesadas ainda tinham uma manutenção complicada e engasgavam. A BAR pesava aproximadamente 7 quilos e podia ser municiada com um pente de 20 projéteis ou um de 40. Clyde adaptou novamente a sua arma para que ela pudesse comportar um carregador de 60 projéteis. Com isso, ele poderia sustentar uma cadência de tiro de 550 a 600 disparos por minuto.  

A BAR viu pouca ação nos campos de batalha da Europa já que o primeiro carregamento delas foi entregue nos dias finais da Guerra em 1918. Ainda assim, ela foi incorporada ao exército e se tornou uma peça chave de infantaria nas décadas seguintes, usada até meados dos anos 1950. Eventualmente ela foi substituída pela metralhadora M 60 que usava uma cinta de munição e tinha manutenção mais fácil. 

.38 Colt Army “Fitz Special”


O .38 Colt Army Special nessas fotos foi achado no automóvel dirigido por Bonnie e Clyde na emboscada em que eles morreram. O revólver foi fabricado em 1924, e tem uma história curiosa - alguém o roubou de um Texas Ranger chamado M.T. "Lone Wolf" Gonzaullas enquanto ele estava trabalhando na limpeza das cidades durante a criação dos oleodutos no Leste do Texas nos anos 1920. Gonzaullas modificou seu revólver em um modelo que era conhecido na época como Fitzgerald Special, ou "Fitz Specials". A modificação consistia em reduzir  o tamanho do tambor em duas polegadas, removendo a frente do gatilho e sua guarda. A arma podia então ser pega com uma luva grossa e se ajustava melhor à empunhadura de pessoas com as mãos grandes.

Não se sabe como ou quando a arma entrou para o arsenal da Barrow Gang, mas é no mínimo curioso que ela estivesse em poder deles. Mais ainda se consideramos que foram os próprios Texas Rangers os responsáveis pela emboscada que os matou. O revólver estava guardado no porta luvas do V-8 e foi reconhecido semanas mais tarde pelo próprio Gonzaullas que afirmou ser o trabalho de modificação obra sua. 

O Colt Army Special foi produzido pela primeira vez em 1908. Nessa época, polícia e exército estavam trocando seu equipamento do anêmico calibre .32 para o mais robusto .38. O Colt Army se tornou a arma de confiança dos militares e passou a ser usado em um coldre ajustado na cintura e coxa. Contudo, logo depois, a própria Colt lançou em 1911 a pistola semi-automática .45 que se tornaria a arma mais desejada pelos militares e que até hoje é usada. Com isso, os Colt Army já comprados pelo exército, foram cedidos para as forças policiais em quase todo o país sendo renomeados Colt Official Police em 1927. Eles se tornaram a arma básica dos agentes da lei e da ordem na América. Cerca de 400,000 deles estavam em circulação até 1969, quando a Colt decidiu parar de fabricá-los.

.30-06 Colt Monitor Machine Gun


O Colt Monitor mostrado acima foi usado na emboscada fatal de Bonnie e Clyde pelos Texas Ranger. Ele está em exposição no Museu dos Rangers e pertenceu ao policial Joaquin Jackson, cujo livro "One Ranger" dá uma ideia honesta do trabalho e das dificuldades desses policiais. 

Ela não era portanto uma arma que compunha o arsenal de Bonnie e Clyde, mas foi usada para abatê-los. O agente dos Texas Ranger Frank Hamer se armou com uma dessas metralhadoras sabendo que precisaria de poder de fogo para competir com os BAR da Barrow Gang. Alguns policiais temiam que o uso da Monitor em uma área urbana poderia ser desastroso já que a arma tinha uma cadência de tiro semelhante a do BAR e poderia facilmente acertar civis já que os seus projéteis atravessavam paredes. Hamer defendia que a polícia precisava de armas potentes e quando seu pedido por elas não foi aceito, ele próprio foi até uma loja de armas e comprou dois Colt Monitor e munição. 

A arma não havia sido adotada ainda pelo exército americano e provavelmente por essa razão, a Gang Barrow não conseguiu colocar as suas mãos em uma delas. Ao comparar o BAR com a Monitor, Hamer concluiu que a segunda levava vantagem e pediu que outras quatro fossem providenciadas para a emboscada. O Monitor usava cartuchos .30-06 e ao contrário da munição .45 das Thompson conseguia varar a lataria de um automóvel Ford V8. 

O Colt Monitor ganhou enorme fama como a arma que matou Bonnie e Clyde e depois disso foi adotado por forças policiais como uma versão civil do BAR. Ele foi usado por esquadrões especialmente criados para perseguir os gangsters dos anos 1930. O então diretor do FBI, J. Edgar Hoover a apelidou de "arma portátil de destruição em massa". O Monitor tinha o cano mais curto que o BAR e não se valia de um tripé, sendo usado com duas mãos. O pente de munição comportava entre 20 e 30 projéteis e podia manter uma cadência de tiro de 550 projéteis por minuto. 

O famoso Cutts Compensator na ponta da arma era vital para seu funcionamento, ele evitava que durante uma rajada prolongada a arma voasse das mãos do atirador. Alguns gangsters que usaram o Monitor removiam o compensador para que a arma fizesse um ruído assustador. Sem o apetrecho ela também produzia uma labareda amarela ao disparar.

.32 Colt Pocket Hammerless Model M Pistol


O Colt Hammerless Model M era, junto com a Metralhadora Thompson, uma das armas favoritas de Hollywood durante a Era da Depressão. Praticamente todos os filmes de gangsters do período, ou que tivessem detetives ou femme fatale, mostravam personagens equipados com uma delas. As linhas dessa pistola eram tão modernas e icônicas que ela passou a ser chamada de "Pistola Art Deco". Dessa vez, Hollywood estava refletindo a realidade: O Colt Hammerless, Model M, era uma das armas mais usadas pelos bandidos do período que caíram de amores por ela, assim como alguns agentes da lei que a consideravam especial.

Entre 1903 e 1945, cerca de meio milhão dessas pistolas semi-automáticas foram produzidas e vendidas, encontrando um público fiel entre militares e agentes da lei. Ela também se tornou uma favorita de vendedores e pessoas que tinham que viajar frequentemente pelas estradas do interior da América. Fácil de guardar e transportar, podia ser facilmente colocada no porta luvas do carro ou no bolso do casaco. 

O Colt Hammerless, na verdade tinha um cão (a peça que deflagra o disparo), mas este ficava escondido e protegido na lateral da arma o que evitava dele ficar preso em tecido ou no coldre ionde a arma era transportada. O design foi criado por John Browning e ele desenhou um pente de munição pequeno no calibre .32. O pente tinha carga para 8 projéteis, oferecendo um impressionante e rápido poder de fogo para uma pistola tão compacta.

Alem disso, era uma arma discreta que caiu no gosto também de donas de casa como Gladys Hamer, esposa do Texas Ranger Frank Hamer, que em 1934 se tornou o homem que terminou com o reinado de crime e assassinato de Bonnie e Clyde. Bonnie por sinal tinha uma dessas e a usou em pelo menos meia dúzia de assaltos. A arma acabou se perdendo em algum momento da jornada deles pelas estradas. 

12-Gauge Stevens Sawed-Off Double Barrel Shotgun


A Companhia S J. Stevens de armas e ferramentas lançou uma versão da espingarda 12 com o cano curto copiando algo que já se fazia há anos, serrar o cano das armas para deixá-las mais manuais e compactas. A ideia de Stevens era facilitar a portabilidade da .12, mas isso é claro acabou atraindo algumas críticas, afinal encurtar o cano de uma espingarda era algo típico de bandidos e foras da lei.

Não por acaso, essa espingarda ganhou o apelido de "robber's shotgun" (Espingarda de ladrão). Apesar disso e da má fama que a acompanhava, ela vendeu bem se convertendo em um dos principais produtos da Stevens Arms até seu fechamento em 1965.  

Chama a atenção o fato de que a espingarda possui uma coronha de pistola e tambor de uma calibre 12 modificado. A munição era colocada "quebrando" o cano e encaixando o projétil em seu interior. A Shotgun Stevens era barata, forte e com um poder de fogo impressionante para uma arma tão pequena. Ela ganhou reconhecimento entre vigias, leões de chácara e motoristas de carros forte, por ser fácil de esconder. Alguns a usavam em um coldre adaptado, como se fosse uma pistola. Também ficou famosa como a espingarda ideal para se ter em baixo do balcão de um bar. 

A arma na fotografia foi encontrada no carro de Bonnie e Clyde abandonado após uma tentativa de roubo à banco em Hillsboro, Texas em 1932. A arma parece ter sido usada também em uma série de assaltos a postos de gasolina e lojas de conveniência. 

Remington Model 11 20-Gauge Semiautomatic Shotgun



A arma favorita da senhorita Bonnie Parker, exatamente a mesma que ela usou nas famosas fotografias em que "ameaça" seu amante (a foto no alto desse artigo). 

Clyde serrou o cano da espingarda, deixando-a mais compacta para alguém da estatura de Bonnie, que não media mais do que 1,50 m. Com a espingarda mais curta ela podia segurar com as duas mãos e minimizar o coice violento da Remington. Clyde apelidou essa arma de "chicote" pois o recuo dela era tão forte que podia voar longe se não estivesse sendo segura corretamente. Não devia ser fácil para uma moça franzina como Bonnie manejá-la, mas ela o fazia bem o bastante.

A Remington modelo 11 foi a primeira espingarda americana com carregamento automático. Seu mecanismo interno permitia que seis cartuchos fossem municiados pela culatra, após cada acionamento um cartucho novo era empurrado para a câmara e ela ficava pronta para disparar. O mecanismo patenteado por John Browning foi oferecido para a Winchester que não se interessou por ele, aparentemente acreditando que os usuários não abririam mão do mecanismo clássico de alavanca (pump). A arma começou a ser vendida em 1905 e continuou até 1947.

A arma na foto acima estava em poder de Bonnie e Clyde no dia em que eles foram mortos. Um dos Texas Rangers que participou da emboscada disse que a mão de Bonnie chegou a se mover para a esquerda procurando a arma quando ela percebeu a armadilha. De fato, a arma era mantida ao alcance das mãos em uma correia presa na porta do automóvel.

Winchester Model 1901 10-Gauge Lever-Action with Shortened Barrel


A Winchester Modelo 1901 .10 com alavanca, era a espingarda de estimação de Clyde Barrow e foi recuperada no carro da morte no dia da emboscada fatal. Após o ataque, ela foi entregue a Frank Hamer como uma espécie de prêmio por ter matado os foras da lei.

Desenhada por John Browning a arma representava um avanço em poder de fogo e intimidação. A companhia Winchester contratou o famoso armeiro para desenvolver uma espingarda para a companhia que já dominava o ramo de rifles. Browning incluiu no desenho um tubo que acondicionava até cinco cartuchos de munição e uma alavanca que impulsionava uma nova munição após cada disparo. Na prática era uma fusão entre o rifle Winchester de repetição e a espingarda convencional.

Apesar de seu design inovador a arma não teve grande apelo ao público já que foi vendida apenas na versão .10 que não era tão potente quanto a .12. A espingarda ganhou fama como a arma favorita de fazendeiros, mineradores e homens do campo - e o apelido "Elmer Gun" (por conta do inimigo mortal do coelho Pernalonga, que usava um modelo parecido).

É possível que muitos gostassem da arma pelo fato de seus disparos serem barulhentos e capazes de afugentar ladrões. Muitas pessoas defendiam que um disparo da Winchester .10 para o alto era suficiente para fazer qualquer bandido correr sem olhar para trás.  Exemplares dela podem ser vistos em filmes como Roy Bean e Terminator 2.

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