segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Gustave - O aterrorizante Matador dos Rios da África


Existe um assassino à solta nos rios do Burundi.

Trata-se de um matador implacável, que ataca e desaparece com as suas vítimas ou as mutila e abandona agonizando. O horror que ele tem causado é tamanho que o povo local sussurra seu nome, temendo que a simples menção possa atrair azar ou tragédia. Muitos tem histórias para contar, a respeito de amigos, conhecidos ou mesmo parentes que se foram mortos em meio a um violento turbilhão de sangue e medo.

Chamam-no de várias coisas: O Grande Devorador. O Monstro da Água Negra. A Besta de dentes afiados. O Devorador de Hipopótamos.

Ele é mais conhecido, entretanto, por um nome dado décadas atrás: 

Gustave.

O monstro é um Crocodilo do Nilo, um tipo de réptil de grandes proporções que pode atingir até 8 metros de comprimento e é conhecido pela agressividade. Gustave, no entanto, é muito maior que os demais crocodilos que infestam os rios e lagoas do Burundi, pequeno país centro africano. O animal teria pelo menos 11 metros do focinho até a cauda, ainda que alguns acreditem que ele possa atingir até mais do que 15 metros. 


O Crocodilo do Nilo é um animal impressionante. Ele parece ter sido projetado com o único propósito de nadar, se esconder e devorar suas presas. Mas Gustave é ainda pior. Em sua sanha por sangue, ele age de forma incansável, cumprindo o programa inserido na sua mente de predador.

A história já foi tema de documentários e serviu de base para filmes e programas de televisão. 

A população que vive às margens do Rio Ruzizi, tem um medo mortal dessa fera que os aterroriza há mais de 30 anos. De acordo com os moradores, Gustave já matou mais de 300 pessoas durante as últimas décadas, praticamente 10 vítimas por ano. Isso sem contar aqueles que sobreviveram ao ataque.

Alguns supersticiosos acreditam que Gustave é mais do que um animal selvagem. Seria ele um "demônio" que escolheu encarnar em um animal da selva e usá-lo para causar terror. Isso porque as atrocidades dele vão muito além do que se poderia esperar de uma criatura irracional. Ao contrário da crença comum, crocodilos não costumam agir com intento homicida, exceto quando estão famintos ou acuados. A maioria dessas criaturas ataca para se alimentar ou para proteger seus filhotes ou a si mesmos. Gustave, no entanto, parece matar por esporte e com um prazer que poderia ser descrito como humano.


Outra explicação presente no folclore menciona um feiticeiro que usando magia negra exerceria controle sobre o Crocodilo Gigante, ou ainda, assumiria a forma do gigantesco réptil para matar impiedosamente. No Burundi, magia é algo presente no dia a dia e extremamente temido.

Pesquisadores e biólogos não são capazes de oferecer uma explicação satisfatória para esse comportamento. Essa espécie de predador de grande porte raramente ataca fora de seu ambiente natural, mas Gustave não apenas contraria essa noção, como o faz frequentemente. Embora a maioria de suas vítimas tenham sido mortas enquanto estavam na margem, pegas desprevenidas, ele também ataca fora da água, sem provocação, aproximando-se para o bote fatal.

Dependendo a quem você perguntar, as façanhas da criatura já ganharam status de lendárias.

A lista de vítimas é imensa e grande parte destas não constituía ameaça, e tampouco foi devorada. Acabaram simplesmente dilacerados pelas presas afiadas e deixados para morrer. O que não faz sentido, já que o instinto natural ditaria que fossem carregados para o fundo do rio afim de serem consumidos. Gustave parece ter um prazer que beira o sadismo, por isso alguns supõem que ele seja realmente maligno. Em seus ataques, ele teria decepado membros e produzido ferimentos graves, contudo, nem sempre fatais.


Em um dos casos mais estranhos, ele teria virado uma canoa, derrubando seis pessoas na água pardacenta do Rizizi. Dessas apenas uma teria morrido, mas as outras cinco tiveram braços e pernas arrancados pela fera, que depois meramente os abandonou à própria sorte.

Outro elemento digno de lendas é a habilidade quase sobrenatural do crocodilo em se esquivar de caçadores e superar qualquer tentativa de abate. Por tudo isso, o governo do Burundi decretou que o crocodilo deveria ser morto para assim garantir a segurança da população. Caçadores foram contratados para o serviço, mas falharam em seu intento já que o monstro conseguia "desaparecer" quando necessário. Quando nada parecia resolver, o exército foi convocado para o serviço e enviou três lanchas fortemente armadas para subir e descer o rio em seu encalço.

Os soldados lançaram carcaças de vacas e cabras no rio e aguardaram que ele viesse apanhá-las. Quando enfim o animal surgiu, dispararam nele rajadas de AK-47 e granadas. Gustave simplesmente mergulhou e fugiu. Segundo especialistas as balas provavelmente não conseguiram penetrar em sua pele grossa. Na última vez que ele foi avistado, cientistas perceberam várias cicatrizes de bala deixadas no corpo do crocodilo.


Depois dessa armadilha, Gustave deixou de se aproximar de lanchas e outras emboscadas armadas falharam. O monstro, entretanto continuou matando indiscriminadamente, tanto humanos quando outros crocodilos, gnus e até mesmo os perigosos hipopótamos. A lógica é simples, por ser muito grande, ele precisa caçar presas igualmente grandes. O hipopótamo é conhecido por ser o mais perigoso animal da savana africana. No entanto, Gustave já matou dezenas e suas carcaças foram achadas nas margens do Rizizi.

Aos habitantes da região de rios e alagadiços em Burundi só resta rezar e pedir proteção para que o Devorador não venha para eles e para suas famílias.

Pois se ele vier, há bem pouco que pode ser feito...

Esse seria um parente "menor" de Gustave

4 comentários:

  1. Muito bom o texto! A natureza é muito assustadora...

    Você viu esse trailer?
    https://www.youtube.com/watch?v=Hyag7lR8CPA

    Parece ser bem "Lovecraftiano"

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  2. Relatos de animais tão singulares sempre me fazem lembrar de The Ghost e The Darkness, os leões sem juba de Tsavo.

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  3. 21 metros? Sério? Eu não consigo pensar num comparativo de tamanho e.e

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