O sub-gênero "Horror-Folclórico" (Folk Horror) foi definido originalmente na consciência popular pelo cineasta Mark Gatiss no documentário da BBC "A History of Horror" (2010).
Segundo Gatiss, esses filmes compartilham de uma obsessão comum pelas paisagens, folclore e superstições antigas e bebem da fonte de tradições pagãs. São produções onde o sobrenatural está presente de forma muito discreta, manifestando-se através de acontecimentos aparentemente corriqueiros e de sensações que vão se intensificando até se tornarem inquestionáveis.
A seleção de filmes inclui títulos bastante populares nos anos 1960 e 1970, mais notavelmente Witchfinder General, The Blood on Satan’s Claw, The Witches e é claro, The Wicker Man que é o filme mais lembrado quando o sub-gênero é mencionado.
Estes e outros filmes particularmente os dos Estúdios Hammer, são memoráveis pela beleza rural das locações que se sobrepõe aos lugares escuros e ermos típicos do horror. As sombras tenebrosas dão lugar a paisagens deslumbrantes e ensolaradas com florestas e pedras sagradas onde rituais tem lugar. Tudo parece incrivelmente perfeito, mas é ali que a semente do horror germina.
Os rituais que aparecem nos filmes do sub-gênero são tipicamente cerimônias devotadas aos elementos da natureza e divindades da fertilidade. Envolvem adoração ao fogo, a chuva e terra, como as forças primais que garantem o sustento e a perpetuação. Os ritos envolvem ainda danças, decoração com flores e celebrações de cunho sexual - as famosas orgias pagãs.
O Horror-Folk geralmente tem como foco alguma comunidade isolada, ou um culto, no qual as tradições antigas são honradas em datas específicas. O sistema de moral e crença envolve rituais bem definidos, com sacrifícios e torturas devotadas a veneração. Em parte, o terror surge do choque entre pessoas que não compreendem (ou que entendem apenas em parte) esses rituais e os verdadeiros cultistas que desejam atender os requisitos de suas celebrações.
Outros filmes identificados como folk-horror incluem Wake Wood, The Borderlands, Kill List, A Field in England, Apóstolo e é claro, mais recentemente, a Bruxa.
Folk Horror, entretanto não é um gênero exclusivamente britânico ou europeu; nos Estados Unidos, bons exemplos de filmes desse gênero incluem Colheita Maldita, Wendigo e A Bruxa de Blair, entre vários outros.
A mais nova adição ao sub-gênero vem de ninguém menos que o elogiado diretor de Hereditário, Ari Aster.
No novo filme de Aster, Midsommar, um casal em férias (Florence Pugh e Jack Reynor) se encontram transportados para um idílico vilarejo rural na Suécia onde os habitantes parecem à primeira vista incrivelmente amigáveis e gentis. Contudo, nada é o que parece ser, quando surgem indícios de que um horror sem nome espreita, a medida que a data de um festival vai se aproximando.
O roteiro de Aster no IMDb tem a seguinte sinopse:
"Dani (a personagem de Pugh) em viagem pela Suécia, fica sabendo de uma pequena cidade no interior do país. Lá anualmente um ritual é realizado. Atraídos pela paisagem idílica, pelas belezas naturais e pela gentileza dos moradores locais, eles decidem fazer uma visita. Todos parecem felizes e satisfeitos com a chegada deles, talvez satisfeitos demais! Logo fica claro que algo sinistro está prestes à acontecer e que o ritual não é exatamente o que os forasteiros esperavam encontrar".
O trailer de Midsommer pode ser visto abaixo:
Midsommar marca o primeiro trabalho do diretor Ari Aster após o elogiado sucesso, Hereditário (2018) que se tornou um sucesso de público e crítica. Muitos cinéfilos já saúdam Aster e sua produtora a A24 como o celeiro das melhores ideias e produções de horror na última década.
Será que teremos um novo sucesso com Midsommar?
Saberemos em breve, o filme será lançado em 9 de agosto.
Cara, não sabia que existia esse Subgênero do Horror. Vou ficar ligado nesse filme de nome difícil aí ( risos ). Um abraço!
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