quarta-feira, 14 de abril de 2021

Lugares Estranhos: Uma simples rua no centro de Paris e sua História de Terror

Você já se perguntou que chão é esse em que está pisando?

Sobretudo quando visita uma cidade antiga com uma longa e turbulenta história. Você já parou e se perguntou: "O que será que aconteceu aqui anos atrás?"

Quem sabe há 10 anos? 50? 100? 500 anos atrás?

Que tipo de pessoas andaram por essas mesmas ruas? O que pensavam? O que queriam? Quais as suas preocupações e aspirações?

Por vezes, quando andamos despreocupadamente pelas ruas não nos damos conta de que estamos pisando na própria história e que, se prestarmos atenção, será possível perceber um resquício dessa história, deixada ainda que discretamente na paisagem. Quase como o eco de um tempo que não voltará.

A fotografia acima é de uma movimentada rua do centro de Paris. A Rue de la Roquette, através da qual transitam automóveis e pedestres apressados sem se dar conta de onde estão ou o que foi aquele lugar séculos atrás.

Perceba que na fotografia podem ser vistas cinco marcas horizontais distintas no asfalto, exatamente diante da faixa de pedestre. As marcas são discretas e podem passar desapercebidas ao observador casual. À primeira vista, não parece ser nada de mais: talvez um desgaste causado pelo automóveis ou quem sabe uma marca deixada no momento que o asfalto foi aplicado.

Tais marcas, no entanto, tem história.

Essas linhas marcam o local exato em que a plataforma da Guilhotina de Paris um dia foi montada. 

Ela se alinhava exatamente diante da entrada da Prison de la Roquette que foi fechada em 1899. O local era uma praça e na época atraía uma plateia composta de curiosos, desocupados e pessoas com sede de sangue que vinham de todos os cantos para assistir as execuções públicas. Dispunham-se ao redor de Mademoiselle Guilhotine, procurando um lugar onde pudessem apreciar os procedimentos. Em seguida, um condenado era conduzido até a plataforma, acessada através de quatro degraus de pedra. Ele era apresentado aos presentes através de uma breve leitura de seus crimes. O carrasco impassível então preparava o réu, colocando-o de joelhos, com o pescoço livre, à inteira disposição da lâmina implacável que pesava 28 quilos e caia de uma altura de sete metros. O golpe era fatal e a cabeça separada do corpo caía em uma cesta de vime logo abaixo.


Foi nesse local que um número indeterminado de pessoas passaram seus instantes finais. Aguardando na fila pela sua vez, assistindo os demais e sabendo que a medida que a fila andava, mais perto eles estariam de seu próprio fim. Vingadora dos injustiçados, justiceira por definição, Mademoiselle Guilhotine não poupava ninguém, tratava todos igualmente: do Rei ao Mendigo, do criminoso ao inocente. 

Uma queda. 

Um corte. 

E era o fim.

Não restou nada da Prisão, da praça ou da plataforma que ali ficavam. Nada, a não ser as marcas no chão que ainda definem o espaço que a guilhotina ocupava.

Não é raro que pessoas passando por esse local hoje em dia descrevam uma estranha sensação. Um pressentimento esquisito ou um arrepio involuntário. Como se algo estivesse fora da ordem normal. Aqueles com uma sensibilidade maior ao mundo oculto descrevem que o local tem uma aura carregada, quase como se um peso incomensurável ocupasse esse espaço em especial. 

Dizem que desmaios ocorrem frequentemente entre as pessoas que passam por ali, gente que repentinamente perde a consciência como se atingidas por uma energia invisível. Alguns mencionam alucinações muitíssimo reais que confundem os sentidos. 

O som de algazarra, de gritos e choro. O cheiro de suor, multidão e sangue. A sensação de dedos e corpos invisíveis à sua volta. Até mesmo a presença de silhuetas e sombras vistas apenas com canto de olho.

Alguns acreditam que o que aconteceu ali deixou uma marca que jamais desapareceu ou virá um dia a desaparecer. Como um incêndio extinto: o cheiro de queimado suspenso no ar apesar das chamas terem arrefecido. E é isso que pode ser sentido, por quem tem a faculdade.

Todo Horror e Medo, toda Tristeza e Sofrimento, toda Culpa e Mágoa, represadas em um espaço definido de poucos metros no centro de uma metrópole.

Uma simples rua no centro de Paris.

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