quinta-feira, 27 de abril de 2017

O Último Covil - A Base Secreta do Reich na Antártida


Muitas pessoas sustentam que, perto do final da Segunda Guerra Mundial, os nazistas estavam trabalhando com armas avançadas experimentais. Sussurros a respeito de tecnologias estranhas, com um alcance e poder inacreditável, engenhos que poderiam reverter o futuro do conflito que já pendia para o lado dos Aliados. Era a Wunderwaffen, as Armas Secretas de Hitler, que segundo alguns incluíam um arsenal nuclear, armas de energia destruidoras baseadas em projetos de Nikola Tesla, aviões super-sônicos e até mesmo misteriosos discos voadores conhecidos pelo nome código "Die Glocke" (O Sino).

[Nós já falamos a respeito disso em artigos anteriores, se não leu, dê uma olhada ao longo desse mês dedicado ao lado mais estranho da Segunda Guerra Mundial]

Mas ainda que haja muita literatura a respeito, muitas dessas coisas não passam de lendas e projetos que beiravam a ficção científica. Ou será que não?

O que sabemos ao certo, é que os Nazistas realmente produziram uma grande variedade de projetos com tecnologia inovadora, que incluíam foguetes orbitais, mísseis balísticos, os primeiros dispositivos de visão noturna, e muitas outras invenções incríveis para a época. Mas em algum lugar entre os fatos históricos e a ficção especulativa a respeito das conquistas nazistas, existe uma conspiração que de tempos em tempos insiste em vir a superfície e ganhar fôlego: os nazistas construíram ou não uma Base Secreta no Polo Sul.


De fato, é verdade que os Nazistas realizaram expedições de cunho científico à Antártida, que combinavam o interesse de se estabelecer em lugares de importância estratégica, com a busca por relíquias, que guiavam as crenças esotéricas de membros chave do Reich. Para alguns, Ultima Thule, o centro de uma Civilização de origem ariana estaria oculta em algum recesso isolado do globo. Sua descoberta era uma das ambições nazistas, a prova definitiva de que eles seriam os herdeiros de um povo superior, cujo legado era a dominação sobre os inferiores. 

A Antártida, uma fronteira praticamente desconhecida, quase intocada pelo homem poderia sinalizar com segredos até então insondáveis e dar a eles um trunfo inesperado.

Os teóricos sugerem que os alemães estavam muito interessados em estabelecer sua presença no Continente Gelado. Para alguns, os planos contemplavam criar uma cabeça de ponte onde eles poderiam construir suas armas e se refugir no caso de uma derrota na Europa. Lá eles poderiam erguer um complexo bélico que lhes permitiria continuar lutando indefinidamente. Também seria o refúgio final para os Herdeiros Arianos, o lugar escolhido para plantar as sementes da "Raça Mestre" e de um novo e duradouro Reich.

E assim, surgiu o longevo Mito de uma Base Secreta construída na Antártida. 


A natureza prolífica de teorias a respeito dessa "base secreta" se tornou matéria de um trabalho apresentado recentemente por Colin Summerhayes, um pesquisador da Universidade de Cambridge e membro do Instituto de Pesquisa Polar Scott. O título da monografia era bombástico: "A Base Antártida de Hitler: Os Mitos e a Realidade". A monografia foi debatida pelo autor Daniel Oberhaus, que ao longo dos anos se converteu em uma espécie de especialista a respeito da existência factual de da base montada nos dias finais da Guerra.

Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, tanto Summerhayes quanto Oberhaus são historiadores respeitados e não meros "teóricos da conspiração", teimosos e incapazes de sustentar suas ideias. De fato, os dois realizaram uma extensa pesquisa a respeito dos planos do alto comando alemão e sua ideia de expandir o Reich para o Continente Gelado. Surpreendentemente, a dupla conseguiu desencavar documentos que mostram a existência de planos nesse sentido, ainda que nenhum deles prove a existência de alguma base perdida.

Examinando o que Summerhayes tem a dizer a respeito do assunto, encontramos documentos tratando da aparição de submarinos (U-boats) na costa da Argentina pouco antes do fim da guerra, e alguns após a rendição alemã. Segundo o autor, vários desses submarinos teriam seguido para o sul, estabelecendo-se em lugar ignorado. É conhecida a teoria de que os alemães destruíram alguns de seus U-boats para que eles não caíssem nas mãos dos aliados, contudo vários pesquisadores duvidam que as tripulações tenham cometido suicídio após destruir suas embarcações. A possibilidade dos submarinos terem sido levados para uma base secreta sempre foi controversa.


A teoria da Base Secreta encontra paralelo em outro incidente altamente debatido e controverso. A "Operação Highjump", uma missão conduzida pela Marinha Norte-Americana após a rendição dos Nazistas na Europa e o término oficial do Conflito. A Operação teria como objetivo caçar os últimos nazistas remanescentes que teriam se refugiado no Continente Gelado em uma base secreta de super-tecnologia. 

A Base teria sido construída antes do início da guerra e expandida ao longo dela. Em dezembro de 1938, um cargueiro alemão sob o comando do Capitão Alfred Ritscher teria deixado o Porto de Hamburgo seguindo para a Antártida em uma missão secreta. Equipado com dois hidroaviões Dornier Wal, a Expedição Alemã explorou mais de 200,000 milhas quadradas do território congelado, mapeando e demarcando a região em um esforço para tomar posse das terras batizadas com o nome Neuschwabenland. Especialistas da Ahnenerbe nessa viagem capturaram pinguins, plantaram sementes experimentais, procuraram Reservas de Vril e Linhas de Ley. Após o retorno de Ritscher em abril de 1939, os alemães planejavam criar um refúgio inexpugnável com instalaçõe spara construção de armas avançadas.

Durante a Guerra, tanto a Ahnenerbe quanto a MFA devotaram recursos para que o Ponto 211, o nome código do refúgio, fosse desenvolvido. Na primavera de 1945, a base já possuía um aeroporto e estações para submarinos, além de bunkers com estoques de suprimentos, munições e combustível, além de uma população de quase mil pessoas. 

Ou ao menos, é nisso que alguns acreditam.  


Não existe qualquer prova da construção dessa base. Também não há nenhuma prova a respeito da Operação que a destruiu. Nenhum documento ou indícios factuais corroborando os incidentes, embora testemunhas que teoricamente participaram da missão tenham revelado dados curiosos. Summerhayes e outros pesquisadores acreditam que a operação inteira tenha sido acobertada em face das descobertas feitas pelos oficiais americanos na tal base secreta. Segundo o estudo de Summerhayes, apenas a intromissão da Operação Highjump em 1946 conseguiu frustrar os planos nazistas de retomar a Guerra.    

Segundo os boatos, Highjump teria sido um sucesso graças a mobilização de navios e aviões que destruíram a base em um bombardeio maciço que se seguiu a um embate aéreo. Uma invasão posterior revelou que o complexo nazista estava prestes a se tornar operacional e que em seu interior estavam as plantas e os protótipos de centenas de armas e tecnologia ultra-secreta, contrabandeadas por submarino até a Base Secreta. 

Os americanos teriam mantido todos os acontecimentos relacionados a Highjump em segredo com o intuito de conservar as descobertas apenas para si mesmos. Tamanha tecnologia não deveria, no entender dos militares, ser compartilhada, nem mesmo com seus aliados, quanto mais num momento delicado em que os soviéticos sinalizavam como a próxima grande ameaça a ser confrontada.

Dada a ausência de provas e informações sobre a existência da Base Secreta Nazista desmantelada por Highjump, não é de se surpreender que a maioria dos historiadores duvidem que a Operação tenha sequer ocorrido.


Alguns elementos criados pelo mito da Base Secreta, no entanto, permanecem. Segundo Summerhayes, "atividades desse tipo eram tratadas como ultra-secretas e compartilhadas apenas com o alto-escalão do Comando militar nazista". Contudo, os poucos documentos que mencionam planos para a construção de uma base dessa natureza, parecem sugerir que não havia nada concreto e que os planos jamais saíram da prancheta.

Outras especulações apontavam para rumores a respeito da construção de um complexo subterrâneo onde o Projeto Glock teria sido continuado. Para alguns teóricos os cientistas e engenheiros desse projeto teriam sido mobilizados para a Antártida por um motivo muito particular: as expedições científicas teriam encontrado enterrado no gelo eterno construções ancestrais pertencentes a civilizações desconhecidas, povos que teriam desenvolvido uma tecnologia muito avançada, que estava abastecendo a indústria militar dos nazistas.

Existe ainda a teoria de que os nazistas teriam encontrado veículos voadores alienígenas no gelo e que, ao desmontar esse equipamento tenham dado início ao Projeto Sino. Toda essa especulação contribuiu para que as pessoas desacreditassem as suposições. Ainda que, após sua aposentadoria, um oficial da marinha, o Almirante Richard Byrd, tenha afirmado na década de 1960, que a Operação Highjump de fato aconteceu, e que graças a ela, os americanos tiveram um salto tecnológico sem precedente.   

Colocando todas essas especulações fantásticas de lado, o que temos são poucas provas para sustentar muitas teorias. Realmente, as teorias parecem não resistir a uma análise criteriosa e razoável... quer dizer, francamente: Nazistas construindo uma base secreta na Antártida?


Mas quando as coisas pareciam resolvidas, a realidade dá um jeito de colocar aquela pequena dúvida na história apresentando uma nova evidência.

Em Outubro do ano passado, o Jornal britânico "The Independent" publicou uma matéria sensacional a respeito de uma descoberta feita por cientistas russos. Ao explorar uma região isolada, eles encontraram algo inesperado; uma Base Secreta Nazista estabelecida no Ártico.

Antes que alguém possa começar a traçar conjecturas, é preciso dizer claramente que a "base secreta" está bem longe de ser o complexo tecnológico previsto pelos teóricos da conspiração. Para começar, a Base revelada pelos russos se encontra no extremo oposto do Globo, localizada na Terra de Alexandra, a cerca de 1,000 quilômetros do Polo Norte. Ela teria sido construída pelos alemães em 1942, ano em que Adolf Hitler invadiu a União Soviética

Com o nome de código "Schatzgraber" ou "Caçador de Tesouros", a base era na realidade uma estação de monitoramento de temperatura e clima. Os alemães estabelecidos no local pareciam interessados em verificar os melhores dias para incursões e quando era desaconselhável realizar vôos ou avanços pelo território soviético. Atendendo a esse propósito estratégico, a Base teria operado com uma equipe pequena, mas bem equipada, suprida por uma linha de submarinos que levava até os indivíduos instalados suprimentos, equipamento e informações. Havia um bunker enterrado na neve, um pier e um ancoradouro para submarinos.


Segundo os diários coletados no que restou da Base, ela teria sido abandonada depois que os cientistas residentes contraíram uma doença após se alimentarem da carne de um urso polar em 1944. O grupo teria pedido socorro e um U-Boat foi enviado para fazer a evacuação.

A despeito de seu propósito, a base secreta foi descoberta 72 anos depois de ter sido abandonada e permaneceu em condições perfeitas, preservando em seu interior cerca de 500 objetos que foram coletados pelos exploradores russos: documentos e pastas, caixas com suprimentos, munições, rádios e equipamento científico.

É claro, a descoberta da Base no Ártico, não prova a existência de uma instalação similar na Antártida. Entretanto, ela sem dúvida levanta suposições e acende a curiosidade de todos. Afinal, se essa base permaneceu oculta por tanto tempo, seria realmente impossível que outra instalação existisse em algum recôndito do planeta - talvez até na Antártida, esperando ser encontrada?

segunda-feira, 24 de abril de 2017

A Batalha Mística da Grã-Bretanha - Dion Fortune e a magia como arma na Segunda Guerra


Guerra e Magia têm sido companheiros de cama regulares desde o início dos tempos. Durante conflitos e em tempos de turbulência, vale tudo para superar os inimigos e derrotá-los. E se magia constitui uma espécie de trunfo ou arma secreta capaz de assegurar a vitória, com certeza valia a pena explorá-la. 

Neste septuagésimo sétimo aniversário da desesperada Batalha da Grã-Bretanha, este artigo analisa as formas como a Magia foi usada neste dramático momento da Segunda Guerra Mundial. Ao lado da Batalha Aérea que estava sendo travada nos céus durante o verão e o outono de 1940, houve outra batalha sendo disputada simultaneamente - uma Batalha Mística. Vamos ser claros - estamos falando aqui de "magia" no sentido oculto, não de "mágica", não há nada de conjuração ou ilusionismo, e sim rituais místicos e tradições ocultas. 

A Grã-Bretanha tem uma longa tradição de recorrer a magia quando os inimigos se apresentam e ameaçam a segurança de suas Ilhas. No início da Era Moderna, em Friar Bacon, um feiticeiro inglês teria desafiado um oponente saxônico para um duelo de magia no qual sua vitória garantiu a posse das ilhas. O lendário Rei Arthur teve suas mais importantes vitórias garantidas pelo seu fiel feiticeiro Merlin, contando ainda com o poder da espada mágica Excalibur. Saindo dos Mitos e investigando a realidade, temos casos de elementos sobrenaturais auxiliando governantes britânicos em vários momentos. 


Em 1588 o matemático, conselheiro e espião da Rainha Elizabeth I, o misterioso Doutor John Dee, supostamente conjurou um enorme vendaval para destruir a Invencível Armada e obrigá-la a retornar arruinada para a Espanha. Em 1807, a iminente invasão de Napoleão foi, segundo lendas, revertida por rituais místicos realizados por bruxas do Sul da Ilha Britânica que afetaram psicologicamente os franceses e os encheram de receio de atravessar o mar. A Primeira Guerra Mundial viu os Anjos de Mons, supostas figuras angelicais intervindo a favor dos britânicos e em um nível pessoal, muitos soldados acreditavam que carregar talismãs caseiros serviria para prevenir ferimentos e impedir a morte no campo de batalha.

A Segunda Guerra Mundial estava destinada a ser lutada em muitos níveis. Acima e além das maneiras conhecidas e testadas que envolviam disparar algum tipo de projétil contra o inimigo, ela viu o uso da manipulação da psicologia chegar a novas alturas como um meio de desestabilizar o outro lado. O astrólogo Louis de Wohl foi empregado pelos serviços de inteligência britânicos, cuja equipe também incluía Dennis Wheatley e Ian Fleming. Sua função era alimentar a desinformação e contrariar as previsões astrológicas feitas a respeito de Hitler. Segundo os astrólogos nazistas, os alemães estavam fadados a conquistar a Europa inteira. Com base nessas previsões, os nazistas lançaram milhares de panfletos sobre a Inglaterra, alegando que não fazia sentido tentar impedir a invasão prevista pelos astros. Imediatamente, os astrólogos britânicos fizeram suas próprias previsões que contrariavam os alemães. 

Mas os ocultistas britânicos foram muito além disso. Eles se envolveram usando métodos ainda menos ortodoxos para apoiar o esforço de guerra. 

AUTO-DEFESA PSÍQUICA

Uma figura tem sido associada mais do que qualquer outra a Batalha Mística da Britânia: a ocultista e escritora Dion Fortune. Nascida como Violet Mary Firth em 1890 em uma Família de Cientistas Cristãos no Norte de Gales, ela teve experiências com visões e mediunidade desde a sua infância, acreditando ser a reencarnação de uma sacerdotisa de Atlântida. Além disso, Dion acreditava ser capaz de canalizar psiquicamente a presença de Socrates e Merlin em sessões espíritas. Ela começou a direcionar suas experiências psíquicas de modo mais coerente após se filiar a famosa Sociedade Teosófica. Depois da Grande Guerra, ela se juntou a Stella Matutina, uma semente nascida da Sociedade Hermética da Golden Dawn, um grupo de ocultistas que por algum tempo congregou sob uma mesma Ordem Aleister Crowley, MacGregor Mathers, WB Yeats e muitos outros expoentes, que incluem a própria Dion. 


O nome místico "Dion Fortune" pelo qual ela se tornou conhecida, era composto pelas iniciais de seu nome código dos tempos de Golden Dawn – "Deo, Non Fortuna", que pode ser traduzido como "Não pela sorte, mas através de Deus" e deriva de um lema em latim de sua Família.

Como parece ter acontecido frequentemente ao longo da história da Golden Dawn, disputas internas levaram Fortune a abandonar a Estella Matutina e criar seu próprio grupo, com uma forte ênfase no Cristianismo Esotérico e com uma roupagem menos formal. Ela realizava experimentos com meditação e magia ritualística assimilando elementos dos Mitos Arthurianos (Rei Arthur) sobretudo as lendas derivadas do Santo Graal e a respeito de Glaston­bury. Apoiada pelo visionário arqueólogo Frederick Bligh Bond, ela acreditava que o Santo Graal era uma força mística que fornecia poder e protegia a Britânia.

Ironicamente, após algo que, para nossos padrões, poderia ser compreendido como um colapso nervoso, e que ela tratou como um ataque místico, Fortune passou a treinar e praticar psicoterapia. Ela escreveu diversos livros, novelas e artigos para revistas de grande influência na época, como a Occult Review, combinando psicologia e misticismo, explorando o inconsciente coletivo, noções Jungianas de anima/animus, conceitos de Linhas de Ley, projeção astral psíquica, e métodos esotéricos de cura. Fortune desenvolveu um ocultismo profundamente embasado pela psicologia (ela usava o termo "Ciência Oculta"), uma espécie de sincretismo que se apropriava de elementos religiosos de várias culturas, incluindo a cosmologia egípcia, astrologia teosofista, numerologia, Cabala e técnicas orientais que permitiam acessar a "Biblioteca de Todas as Coisas", os Arquivos Akashic. Ela desenvolveu técnicas para canalizar sua mediunidade, induzir o transe, visualização de pentagramas e globos de proteção, auto-hipnose, meditação transcendental, uso de ferramentas para previsão do futuro através de taro, bolas de cristal e espelhos escuros, análise de sonhos e contato através de sonhos com "mestres secretos". Para muitos especialistas ela foi uma das maiores ocultistas de sua época.

Dion, esteve envolvida em todo tipo de tradição hermética e testou os limites do oculto em suas experiências colecionando desafetos. Acreditando que poderia haver utilizadores de magia capazes de atacá-la física e espiritualmente, ela redigiu seu mais famoso livro com o título Auto-Defesa Psíquica em 1930.

UM EXÉRCITO MÁGICO

Para Dion Fortune, o que importava era o estudo, sendo que qualquer resultado mágico seria produzido por elementos sobrenaturais superiores: "algo desse mundo, mas que não é desse mundo agindo através de nós". Ela acreditava que problemas sociais, políticos e até econômicos, seja de pessoas ou até nações, poderiam ser resolvidos através do uso de magia.


Ela considerava ocultismo como "uma nobre busca pela alma, uma verdadeira cruzada contra os Poderes das Trevas", a magia estava a serviço da humanidade, e de 1939 em diante ela acreditava que sua Ordem – A Fraternidade da Luz Interior (Fraternity of Inner Light) – estava destinada a defender o Reino, herdando o papel do legendário Rei Arthur e dos Cavaleiros do Graal. Com o início da Guerra, ela também passou a acreditar que a tarefa carecia de mais do que os membros iniciados de sua Ordem, diante de uma ameaça desse tamanho, seria necessário reforçar suas fileiras. Em uma surpreendente reviravolta, a Fraternidade começou a alistar novos membros, convidando pessoas de fora, fazendo deles membros honorários com o discurso "Todos temos de fazer a nossa parte". 

Com membros espalhados em todo Grã-Bretanha, a Ordem começou a agir como um verdadeiro Exército Místico operando na Defesa do Império. Fortune fez da sua propriedade em Queensborough Terrace, distrito de Bayswater em Londres, o Quartel General do grupo. Havia outros quartéis generais místicos em outras cidades, sendo que o de Glastonbury era um dos centros mais importantes. Ao longo de três anos (Outubro de 1939 a outubro de 1942), o Exército Místico se juntou, realizando Rituais Místicos, Meditação e Encantos de Proteção semelhantes aos usados pela Golden Dawn, com o objetivo de proteger prédios e lugares importantes que eram alvos chave do bombardeios nazistas.

Fortune acreditava em um Espírito Nacional que habitava Glastonbury, uma força personificada pelo fantasma do Rei Arthur que despertaria para ajudá-los. O grupo acrescentou elementos cristãos, rituais da Rosa-Cruz, tradições mágicas do Livro de Abra-Merlin, a lenda do Cálice Sagrado e o Arcanjo Miguel, todos unidos para proteger a Nação contra os Invasores Nazistas, considerados servos de forças obscuras e malignas. 

O INÍCIO DA BATALHA

Os novos membros alistados para ajudar na Batalha Mística receberam treinamento em meditação e como criar proteções místicas. 


"Os membros da Fraternidade da Luz Interior foram cuidadosamente treinados na teoria e na prática da meditação. Todo domingo de manhã entre 12:15 até 12:30 certos membros focavam em um transe para criar um Círculo de Proteção ao redor de seu Quartel General. Outros membros, se uniam nessa mesma meditação ao mesmo tempo. Os membros também eram convidados a visitar o Centro para participar dos rituais e aprender magias, sobretudo de proteção. Os mais capazes recebiam permissão de passar adiante o que haviam aprendido e iniciar novos membros fazendo o Exército Místico crescer.

Através de meditação, os membros da Fraternidade acreditavam poder desviar bombas, desarmar detonadores, causar problemas mecânicos em aviões, modificar o clima, criando tempestades e nevoeiros e influenciar os pilotos e artilheiros para que errassem os alvos pretendidos. Os membros acreditavam compartilhar de uma única alma. Quando os aviões da Lufftewaffe sobrevoavam Londres, eles se colocavam em círculo de mãos dadas e canalizavam sua energia para produzir efeitos mágicos. 

Além disso, a Fraternidade acreditava que a Batalha pela Britânia era essencial para frear o avanço das Forças das Trevas. Dion Fortune foi uma das primeiras pessoas a se referir a Alemanha Nazista como uma Força comprometida com o Mal. Ela havia estudado a simbologia secreta e estava ciente de vários rituais místicos empregados pelos Nazistas. Para Dion Fortune, a Guerra não era travada apenas nos céus, nas praias e nas cidades, o Campo Espiritual estava saturado de energia que os nazistas estavam empregando para suas vitórias arrasadoras até então. A Blitzkrieg, no seu entender, estava sendo alimentada com magia, o que explicava sua incrível eficiência. Nações caíam diante do avanço das tropas nazistas em dias e nada parecia ser capaz de fazer frente a ela. 

Nada, a não ser usar magia contra magia! 

Os membros usavam seus rituais para proteção, mas também agiam ofensivamente. Aqueles capazes de empreender viagens astrais, alegavam espionar bases inimigas e ouvir planos consultando bolas de cristal e espelhos. Usavam totens e símbolos de proteção para evitar que os nazistas usassem a mesma estratégia contra eles. Ocultistas tentavam afetar Generais inimigos através de magia direcionada. Consultavam a astrologia e numerologia para determinar as melhores datas para empreender bombardeios. Enviavam relatórios a respeito de onde deveriam ser posicionadas as baterias anti-aéreas, de preferência sobre Linhas de Ley - que conduziam magia e favoreciam a mira dos artilheiros. Símbolos de proteção mística foram pintados em instalações vitais com o intuito de desviar as bombas.

A medida que a confiança de Fortune crescia, ela começou a exigir mais de seus soldados mágicos. Em 28 de janeiro de 1940, Dion enviou um relatório ao Alto Comando de Defesa do Reino afirmando que a Fraternidade da Luz Interna pretendia realizar um Ritual para invocar presenças angelicais - Anjos vestindo mantos vermelhos, tendo espadas flamejantes em suas mãos, para defender a Grã-Bretanha contra o Mal. Se o Alto Comando de Defesa se manifestou a respeito do ritual não se sabe ao certo, mas em tempos desesperados, toda ajuda parece bem vinda.


Em 21 de abril do mesmo ano, outro Ritual estendendo o apoio dos Anjos foi realizado pela Fraternidade. A invocação visava defender a Costa da Inglaterra contra uma invasão que parecia iminente. Mapas e fotos da Costa sul da Inglaterra foram colocados sobre mesas e os membros da Ordem se dispuseram ao redor delas canalizando energias. O objetivo era ousado: criar uma muralha de nevoeiro que impedisse os navios nazistas de realizar o desembarque previsto em uma consulta astrológica. Bem sucedido ou não, é fato que a semana foi de enorme nevoeiro o que impedia a visualização do litoral. Nenhum desembarque aconteceu nesse dia ou em qualquer outro e a Fraternidade comemorou seu feito.

A seguir, Fortune começou a liderar ataques ritualísticos e batalhas no plano astral, com seus seguidores visualizando a si mesmos como armas mortais. A Fraternidade tentava descobrir planos secretos, determinar a localização de submarinos e de deslocamento de tropas se valendo de rituais que supostamente reverberavam no plano astral. Além disso, havia um grupo determinado a espalhar maldições e atormentar os nazistas mais graduados com todo tipo de malefício. Na luta contra o mal, qualquer arma à disposição poderia ser usada. Fortune e seus colegas mais próximos contavam que chegaram a lançar maldições semanalmente contra Hitler, Goebbels, Heinrich e Mussolini.

Quando Dion Fortune ganhou fama de feitiçaria e de empregar magia negra ela se saiu de forma bem humorada: "Se a magia que uso é branca ou negra, eu não sei. Mas após o fim da guerra, eu usarei água e sabão para remover qualquer mancha".

Mas embora estivesse na ofensiva, Fortune acreditava que os Nazistas também usavam forças mágicas similares, ainda que muito mais terríveis. Ela escreveu ao Comando Britânico em uma correspondência: "Não estou certa do quanto Hitler sabe a respeito do conhecimento técnico sobre o ocultismo e sua aplicação a assuntos militares, mas tenho certeza que ele está assessorado por especialistas", em outra correspondência datada de outubro de 1945, ela assumia que o Fuhrer deveria ter "algum conhecimento de ocultismo e certo grau de mediunidade desenvolvida e que isso havia permitido a ele sobreviver a atentados".

Existe consideráveis trabalhos a respeito do interesse dos nazistas em assuntos esotéricos, particularmente no que diz respeito aos Mitos do Graal e artefatos ancestrais. Fortune acreditava que os nazistas mantinham um Destacamento de Ocultistas como consultores e para a realização de rituais que aumentassem suas chances de vitória. Segundo ela, os nazistas buscavam artefatos antigos e magias nas nações que haviam conquistado. O uso desses artefatos contrabandeados da Europa ocupada, do Norte da África, do Oriente Médio e do Leste Europeu constituía um perigoso arsenal sobrenatural. Nas mãos de ocultistas alinhados com doutrinas malignas esses artefatos poderiam deflagrar efeitos aterrorizantes.


"Nós estamos lidando com forças ocultas perigosas. Eles (os nazistas) encontraram canais de expressão através do subconsciente de pessoas suscetíveis que não possuem princípios espirituais fortes. Nesse contexto, eles são tão, ou mais perigosos que a mais destrutiva das armas".

BATALHAS ASTRAIS, BOMBAS DE VERDADE

No auge da emblemática Batalha da Britânia, em meados de 1940, Fortune sentiu que o grupo já havia obtido algum sucesso sobre seus adversários. Ela sentiu, entretanto, que um momento dramático estava para acontecer e que um milagre precisava ocorrer para que a Inglaterra continuasse lutando. Esse momento, segundo Fortune, veio com a Evacuação de Dunkirk, quando tropas britânicas e francesas presas no litoral conseguiram uma milagrosa fuga através do Canal da Mancha. "Quando a tempestade estava mais bravia, tudo de que precisávamos era de uma certa calmaria, e mesmo as autoridades militares mais céticas falaram a respeito de um milagre". Até onde se sabe Fortune e seu grupo jamais afirmaram que a Evacuação de Dunkirk foi uma obra deles, mas disseram que aquele seria o momento da grande reviravolta na Guerra.

A despeito dos triunfos no campo místico, a guerra parecia cada vez mais próxima. Em um comunicado em setembro de 1940, Fortune escreveu que "toda nossa meditação esta semana foi voltada para os pilotos de caça da RAF em sua batalha mais importante". Durante os bombardeios sucessivos de Londres feitos pela força aérea alemã, boa parte da vizinhança de Bayswater foi destruída, mas o Quartel General da Fraternidade da Luz Interior se manteve intocado. "Durante todo o bombardeio e o som de explosões, nós permanecemos calmos e não experimentamos nada além de um absoluto sentimento de paz".

Essa confiança aumentou ainda mais quando a Blitz alemã acertou as duas casas vizinhas ao Quartel General da Fraternidade e esta ficou ilesa. "A casa ao lado ruiu com a explosão de bombas incendiárias e apesar dos estrondoso ruído próximo nós escapamos sem nenhum dano". Mesmo em meio a todo cenário de destruição Fortune escreveu em um diário: "Nós construímos uma proteção poderosa, quase tangível ao nosso redor. Essa é a segunda vez que um bombardeiro atinge nossa vizinhança, mas não houve vítimas. Não há como negar que existem forças poderosas agindo aqui".


Mas a despeito dos rituais e das proteções criadas, na semana seguinte, a propriedade foi atingida por um ataque aéreo maciço. "Sofremos alguns danos, mas eles não provocaram nenhuma vítima fatal. As invocações tiveram sucesso parcial, poderia ter sido muito pior". Ela se referia provavelmente a uma bomba que atravessou o telhado da biblioteca da Fraternidade, mas que não explodiu devido a uma falha no detonador. 

A NOVA ERA

A medida que a Batalha da Grã-Bretanha e a Blitz passou e a guerra gradualmente começou a pender para o lado dos Aliados, Dion começou a direcionar seus esforços para que o conflito terminasse o quanto antes. Como muitos, Fortune acreditava que após o fim da guerra deveria haver um período de reconstrução não apenas físico, mas social; a Era de Aquário estava se aproximando e muitas feridas precisavam ser cicatrizadas. A ocultista escreveu repetidas cartas pedindo a políticos e líderes do governo que não usassem os dias finais da guerra como pretexto para uma vingança. "A vitória não pode ser alcançada com a destruição completa do inimigo. Quando esta guerra terminar, a maneira como as coisas serão conduzidas serão determinantes para que conflitos desse tamanho não ocorram novamente".

Alguns seguidores mais próximos de Dion Fortune acreditam que os ataques psíquicos que ela sofreu durante a guerra, feitos pelos magos nazistas, a levaram para o túmulo mais cedo. Tendo ensinado seus métodos para os membros da Fraternidade por quase duas décadas, ela sucumbiu a leucemia pouco depois do término da guerra em 1946, alguns dias depois de completar 56 anos de idade. Ela foi enterrada em Glastonbury. 

A Fraternidade da Luz Interior continua existindo até os dias atuais.

LUTANDO O BOM COMBATE

Talvez Fortune e outros ocultistas britânicos tenham tido algum sucesso nesses dias escuros de temor e destruição. Poderia a energia psíquica focada pela Fraternidade ter ajudado a suportar a força acachapante da Blitz Nazista que despejou bombas sobre Londres 24 horas por dia, 7 dias por semana ao longo de meses?


Enquanto a intervenção sobrenatural de Dion Fortune pode não ter produzido nenhum benefício prático além do psicológico de aumentar a moral, seus efeitos não podem ser minimizados. Na história oral relatada pelos veteranos da Batalha da Britânia, é comum encontrar indivíduos atribuindo a milagres e ocorrências inexplicáveis sua própria sobrevivência. Muitos afirmam categoricamente que só saíram vivos desse conflito porque uma força superior parecia estar intercedendo por eles no momento de maior necessidade.

Apenas o olho do cético é capaz de separar a verdade da mentira e cada um tem sua própria interpretação a respeito da existência ou não do misticismo nos Campos de Batalha. Ainda assim, magia parece continuar a desempenhar um importante aspecto nas guerras contemporâneas. Nos anos 1980, o "Rei dos Bruxos Britânicos" Alex Sanders relatou ter feito uma série de rituais mágicos que visavam derrotar os inimigos argentinos na Guerra das Malvinas (Falklands). Sanders se gabava de ter encurtado o Conflito em pelo menos seis meses, graças a magias que permitiram um avanço seguro e sucessivas conquistas. Após o 11 de setembro, cerca de sete toneladas e meia de aço retirado das ruínas das Torres Gêmeas foram derretidos e usados para forjar o USS New York, que entrou em serviço em 2009. Isso carrega um imenso simbolismo, ainda mais quando sabemos dos rumores a respeito de que uma parte desse mesmo aço foi usado para forjar espadas usadas em rituais e cerimônias pelas forças armadas.

A Batalha da Grã-Bretanha com certeza foi vencida, pela imensa coragem, determinação e habilidade dos britânicos, da Commonwealth e dos pilotos aliados que lutaram nos céus enfumaçados daquele verão em 1940. Foi uma vitória imensa, com um significado profundo para o restante da Segunda Guerra Mundial e para o século XX. A monumental Operação Leão Marinho - a Invasão da Inglaterra, foi frustrada não apenas pelo sacrifício de homens e mulheres, mas pela capacidade de comprometimento de todo um povo - e porque não de magos, determinados a lutar até o último fôlego... 

E nunca se render!

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Sociedade Vril - Nazistas em busca de uma substância mística


A segunda metade do século XIX e o início do século XX foram marcados por um crescimento explosivo de Filosofias Espiritualistas e de Grupos Radicais.

No primeiro grupo, destacou-se Helena Petrovna Blavatsky, mais conhecida como Madame Blavatsky, fundadora da Sociedade Teosófica e autora de um compêndio filosófico-religioso, que se tornaria um guia, de avançada profundidade para a época, denominado "A Doutrina Secreta", editado em 1885. Blavatsky era uma ocultista célebre, que percorreu os quatro cantos do mundo, incluindo grandes períodos de permanência no Tibet, onde teve profundas experiências místicas, dando origem à doutrina teosófica que, a seu turno, foi capaz de "ocidentalizar" ensinamentos esotéricos orientais. A despeito de seus ensinamentos a doutrina criada por Blavatsky não teve o cuidado de medir as palavras, em seus textos filosófico-religiosos, a fim de que não fossem mal interpretados no futuro.

Era comum seus textos teosóficos exaltarem uma raça raiz de origem hindo-ariana, classificada como superior a uma outra raça de pele escura. O livro também se referia aos Mestres de grande sabedoria e poder, tutores da Sociedade Teosófica, como pertencentes à "Grande Fraternidade Branca", elemento que também foi interpretado por um viés racista. Finalmente, o livro fazia uso de termos como 'raças menos desenvolvidas' ou 'raças primitivas', o que, do mesmo modo, foi entendido como elemento de discriminação. 

As teorias de Madame Blavatsky contemplavam o surgimento de uma sexta sub-raça raiz, uma raça avançada que, profeticamente, substituiria a nossa atual, quinta e seria formada por seres alvos, de olhos claros e de estatura elevada, os arianos, a raça superior.

A doutrina teosófica, mal interpretada segundo os atuais teosofistas, foi o motivo perfeito para que grupos racistas defendessem a separação das outras raças, atribuindo-lhes a culpa por todo o mal da sociedade moderna. Tendo como base a Teosofia, parecia inegável para esses grupos que a miscigenação era a causa do enfraquecimento da humanidade.

O Führer em marcha
Além dos teosofistas, haviam grupos de radicais de toda a sorte agindo na política da Europa. A união de grupos esotéricos com radicais, com fixação ocultista, deu origem a alguns dos mais malignos e aviltantes grupos da história da humanidade, entre eles a Sociedade Thule, a Sociedade Vril e finalmente ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista.

Mas como surgiram esses grupos e de onde vieram os bizarros conceitos que ajudaram a formar essas Sociedades Malignas?

O Vril, foi citado pela primeira vez em 1872, por meio do lançamento do livro "The Comming Race" (A Raça do Futuro), do ocultista Edward Bulwer-Lytton. Originalmente um membro da Ordem Hermética da Golden Dawn, uma dissidência da Rosa-Cruz inglesa, Lytton possuía vasto conhecimento esotérico. O que ele fez, no entanto, foi escrever um simples livro de fantasia e ficção.

O livro de Lytton era a respeito de uma raça avançada, constituída de um povo nobre, de pele e olhos claros e estatura elevada, denominada Vril-ya, detentores de enormes poderes, pelo fato de fazerem uso do Vril, uma substância energética usada para todos os fins, para curar ou para matar, para construir ou para destruir. O Vril era um fluido maravilhoso que concentrava energia e que era a base de toda a civilização Vril-Ya. O protagonista do livro acidentalmente descobre a civilização vivendo num mundo subterrâneo paradisíaco e faz com eles contato. Fica sabendo então da importância do Vril e de como ele poderia ser usado para despertar uma nova Era de Ouro para a humanidade. No final do livro, os Vril-ya revelam ter poder suficiente para destruir o mundo, se assim o desejarem. Mas ao invés disso, eles esperam entrar em contato com uma raça humana superior a quem pretendem transmitir seu legado quando chegar o momento.

O sonho de descobrir Vril-Ya
Pode parecer absurdo que uma trama fictícia desse tipo tenha exercido tamanho impacto em círculos ocultistas, mas foi exatamente o que aconteceu. O simbolismo da história e a noção de que um povo receberia uma recompensa por manter seu sangue puro, calou fundo entre os ocultistas. Com base no livro, eles assumiram que a raça escolhida para suceder aos Vril-Ya era a dos germânicos, sendo também contaminados pela ambição de dominar o mundo. A ficção foi encarada como realidade, e o livro passou a ser uma espécie de guia do que estava por vir.

Com base nisso, a Sociedade Vril foi fundada em 1918, em um hotel próximo da cidade alemã bávara de Berchtesgaden. No início ela foi chamada de Sociedade Germânica de Metafísica e contava com poucos membros. Entre seus fundadores principais estavam Rudolf von Sebottendorff e Dietrich Eckhart

Rudolf von Sebottendorff era um ocultista, alquimista e maçom que havia participado da fundação da Sociedade Thule um ano antes. Ele adotou um novo nome e agregou um título, o de Barão, mesmo sem pertencer a nobreza. Para muitos ele era um aproveitador, envolvido com magia negra e satanismo que se tornaria agente nazista e espião em Constantinopla durante a Guerra. 

Dietrich Eckhart, por sua vez era um estudante de medicina que não terminou o curso e posteriormente, se tornou jornalista. Era viciado em morfina e esteve várias vezes internado em sanatórios e manicômios. Foi amigo íntimo de Adolf Hitler de 1919 a 1923, quando faleceu. Era um anti-semita furioso e tinha uma personalidade dominadora. Eckhart conheceu Hitler por ocasião de seus discursos políticos e exerceu enorme influência sobre o futuro Führer, incutindo-lhe a ideologia nazista. Era um 'gênio louco', passava-se por profeta, e acreditava na vinda de um Salvador para a Alemanha.

Expedição Nazista ao Tibet
Outro membro da Sociedade, que se juntou posteriormente era Jörg Lanz von Liebenfels um jornalista e místico que também se viu fascinado pela ideia do Vril. Liebenfels já havia criado um culto chamado Ariosofista, em que exaltava a superioridade ariana; realizava rituais esotéricos na cidade de Carnuntum, na Áustria, local de uma batalha onde os alemães derrotaram os romanos, em tempos idos. A partir de 1905, editou o periódico anti-semita "Ostara", que tinha entre seus leitores assíduos Dietrich Eckhart e Adolf Hitler. Foi Liebenfels quem atribuiu a Hitler grande capacidade mediúnica.

Em dezembro de 1919, um quarto membro se juntou ao grupo e ajudou a atrair ainda mais seguidores para a Sociedade recém constituída. Era a médium austríaca Maria Orsic que alegava ter recebido transmissões telepáticas sobre a criação da Sociedade Vril e de sua importância para a humanidade. Maria era uma medium famosa em toda Alemanha, que alegava ter visões a respeito do futuro glorioso da nação. Ela defendia que caberia ao povo alemão a primazia na transformação da humanidade.

Essas quatro pessoas dariam origem a um grupo constituído com os mais sinistros objetivos, direcionado para a perpetuação materialista, cujos membros compartilhavam de ideias nefastas e que ajudariam a cimentar a base do pensamento do Partido Nazista.

Alguns historiadores modernos taxam os membros da Sociedade Vril de loucos, ocupados na busca de uma substância de existência impossível. Realmente eram loucos maldosos, mas, na realidade, o Vril que procuravam parece se tratava de uma energia esotérica potencializada. Ocultistas esclarecidos especulam que as forças esotéricas, produzidas através de diversas práticas mágicas (cerimônias de magia negra, rituais tântricos entre outras modalidades) podem ser compreendidos como uma forma de energia.

É inegável entretanto, que os membros da Sociedade procuravam avidamente por quaisquer indícios do Vril ao redor do mundo.  

Seguindo as previsões de Maria Orsic, eles se envolveram em expedições arqueológicas e antropológicas em uma desvairada busca por todo o globo, principalmente pelo Tibet, onde acreditavam, residiam seus antepassados arianos. Também acreditavam que suas buscas revelariam artefatos da Atlântida, outra civilização lendária que teria se valido do Vril no seu auge.

A belíssima Maria Orsic
A essa altura, os delírios dos membros da Sociedade se tornaram ainda mais bizarros. Maria Orsic havia criado um Círculo interno de mulheres com habilidades mediúnicas cuja função era estabelecer transes e localizar qualquer possível fonte do Vril. Karl Hostofer (outro nazista com futuro dentro do Partido) foi incumbido de realizar as investigações na Ásia e, apesar de não ter encontrado o Vril, trouxe de lá a suástica, que era essência um simbolo positivo de prosperidade, mas que foi modificado pelos nazistas para ser o distintivo do movimento. O símbolo substituiu o "Sol Negro", um brasão cujas origens estão envoltas em denso simbolismo esotérico.

As mulheres tinham grande influência na Sociedade, eram chamadas de Vrilerinnen Fraus. Duas delas se converteram em verdadeiras Profetizas dentro da Sociedade. Maria Orsic e uma outra medium conhecida apenas pelo nome de Traute em determinado momento se tornaram líderes da Sociedade. Elas mantinham os cabelos longos, realizavam adivinhações e previsões diversas após relações sexuais. Traute chegou a realizar uma predição na qual, após uma relação sexual, viu surgir de seus órgãos genitais a figura do Führer, o futuro salvador da Alemanha, e o identificou como Adolf Hitler. Em algumas dessas sessões mediúnicas, as sacerdotisas diziam manter contato com seres de outras realidades, dimensões, planos...

Não se sabe ao certo quantos membros do Partido Nazista, políticos, empresários e apoiadores aderiram à Sociedade Vril, mas as conexões estabelecidas entre os membros e pessoas importantes na Sociedade Alemã é inquestionável. Em 1933, ano em que os Nazistas chegaram ao poder, muitas pessoas influentes, ricas e formadoras de opinião foram convidadas a participar das celebrações. Foi através desse vínculo que a Sociedade conseguiu se estabelecer no Partido, alinhando seu discurso à doutrina nazista.

Alguns setores do Partido haviam sido convencidos pelos membros da Sociedade secreta que o Vril era essencial para a conquista da Europa e depois do mundo. Nessa época, a medium Maria Orsic relatou que o Vril seria utilizado como matriz energética das mais variadas armas. Ele seria, por exemplo, o combustível para máquinas aéreas em forma de disco (inspiradas pelos Vimanas indianos) que seriam usadas como a arma mais eficaz para derrotar os inimigos da Alemanha. A Alemanha buscou criar os Discos Voadores através de um projeto chamado Die Glock. Orsic teria visto em um dos seus transes que o Exército Alemão se tornaria uma Máquina de Guerra imbatível graças a substância mística.

Os Discos Nazistas tomariam a Terra e depois o universo...
A procura pelo Vril levou alemães e austríacos a praticarem todo o tipo de sortilégio, principalmente o tantrismo negro, realizado durante cerimônias orgiásticas nas sedes da Sociedade Secreta. O propósito desses ritos não era apenas localizar o Vril, mas segundo boatos assassinar inimigos políticos e desafetos canalizando energia mística com o intuito de matar, ferir ou aleijar.

Para alguns pesquisadores, a Sociedade Vril contou com alguns indivíduos chave do Governo alemão entre os seus membros estariam entre outros: Herman Göering (criador da Lufftwaffe), Heinrich Himmler (o homem forte da SS), Alfred Rosenberg (idealizador da Teoria Racial e promotor do Extermínio Judeu), Rudolf Hess (político proeminente do partido nazista), Martin Bormann (chefe da chancelaria nazista), que seriam membros com maior ou menor influência dentro da Sociedade. Não obstante, todos teriam passado pelas iniciações e rituais que envolviam verter sangue sobre o símbolo da sociedade. Muito se discute se Hitler também fazia parte da Sociedade Vril, mas segundo a maior parte dos historiadores, ainda que o Führer não fizesse parte ativamente, é razoável supor que ele conhecia e aceitava suas atividades.

De todos os membros da Alta-Cúpula do Partido Nazista, é provável de Heinrich Himmler fosse o mais envolvido com a Sociedade Vril. O interesse de Himmler pelo ocultismo é bastante conhecido e foi ele o responsável por introduzir muitos elementos de simbolismo místico no Terceiro Reich. Ele comandava a SS com base em suas convicções políticas mas, antes de tudo, seguindo suas concepções ocultistas.

Himmler teria sido um membro ativo da Sociedade Vril e se dedicava a participar de celebrações místicas, fazendo disso uma religião. Realizava casamentos, rituais místicos tântricos, iniciações, evocações e sacrifícios. A cerimônia de casamento de uma prima de Eva Brown, esposa de Hitler, foi realizada por Himmler.

A SS, sob seu comando, além de representar uma força de batalha, formada pela nata dos soldados alemães, se tornou uma força acessória da Sociedade Vril, adaptando iniciações e outras atividades que envolviam a doutrina. Sua obsessão pelo ocultismo era tal, que mandou modificar o Castelo de Wewelsburg, utilizando mão de obra escrava de prisioneiros de guerra, para que se tornasse um templo dedicado ao Nazismo e doutrinas obscuras. Não por acaso, muitos dos símbolos presentes nas paredes e câmaras de Wewesburg eram dedicados a Sociedade Vril. O Sol Negro, estava entalhado no alto da Torre Norte do Castelo, local onde ficava o Templo em que ocorriam as celebrações mais importantes, como a iniciação dos membros da SS.

Celebração nazista em Berlim
Mais profundamente nesse mesmo castelo, situa-se uma cripta, destinada à realizações de rituais ainda mais profanos (supostamente até missas negras) onde, após sua morte, Himmler pretendia guardar suas cinzas. O castelo encontra-se intocado até os dias de hoje, emanando energias deletérias produzidas em seu passado macabro.

No decorrer da Segunda Guerra, a Sociedade Vril continuou desfrutando de certo prestígio, mas esse durou apenas até o conflito se equilibrar e começar a pender contra a Alemanha Nazista. Apesar de contar com muitos membros dentro do Partido e nas Forças Armadas, a Sociedade começou a ficar em segundo plano diante de outros grupos como a SS de Himmler.

Seus membros mais importantes começaram a perder prestígio.

O Barão Sebottendorff cometeu suicídio, pulando no Bósforo, em maio de 1945 quando soube da derrota dos nazistas. Ele havia trabalhado ativamente para os nazistas tentando estabelecer uma aliança com a Turquia que nos dias finais da Guerra chegou a ser cortejada sem êxito para compor o Eixo.

Jörg Lanz von Liebenfels, caiu em desgraça bem antes do fim da Guerra. Ele tentou se aproximar de Hitler depois dele subir ao poder mas acabou irritando o Fuhrer com sua insistência para receber algum posto de importância. Hitler mandou fechar a revista Ostara e proibiu Liebenfels de continuar publicando seus artigos. Após a Guerra ele acusou Hitler de ter corrompido suas ideias.

Karl Hostofer, o explorador que buscou o Vril incessantemente foi capturado pelos soviéticos e julgado por crimes de guerra. Ele morreu antes de ser condenado a forca em um campo de prisioneiros.

O sonho de encontrar a Civilização Ariana
Nos últimos dias da Guerra, Heinrich Himmler foi promovido a Comandante das Forças do Reno, um título que o colocava como segundo homem mais importante da Alemanha. Himmler usou seu novo posto para costurar uma rendição com os Aliados,o que enfureceu o Führer que mandou prendê-lo. Himmler pressentindo o perigo tentou escapar e foi capturado pelos britânicos. Sob custódia, ele ingeriu duas pílulas de cianureto e morreu em 23 de maio de 1945.

Maria Orsic e Traute desapareceram misteriosamente em 1945, junto com seu grupo de Vrilerinnen Fraus. Acredita-se que elas possam ter escapado para a Itália e se misturado aos milhares de refugiados de guerra que vagavam pela Europa na época. Alguns supõem que ela estava tentando retornar para a Croácia que era a pátria de seu pai. Teóricos de conspiração acreditam que ela tenha sobrevivido à Guerra e que tentou reerguer a Sociedade Vril nos anos seguintes.

O Vril ou a civilização que o dominava jamais foram encontrados.

O Reich Nazista que deveria perdurar por um milênio, foi completamente aniquilado em 12 anos, deixando um saldo de milhões de mortos.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Geek & Game Rio Festival 2017 - Mega Evento de Cultura Geek no Rio de Janeiro


Pessoal do Rio de Janeiro, entre 21 e 23 de abril, a Zona Oeste vai se transformar na Meca da Cultura Geek brasileira.

Os pavilhões do Rio Centro vão hospedar o Primeiro Festival Geek & Game, um Mega Evento que Celebra a Cultura Geek em todo o seu esplendor com Oficinas, Convidados Especiais, Torneios de Games, Palestras, Concursos de Cosplay, Quadrinhos, Filmes, Séries, Mesas de RPG e boardgames, stands de editoras e lojas.

Leia aqui o Press Release do Evento e reserve o final de semana de feriado para esse evento.

Não fique de fora dessa!

No feriado de 21 de abril, o Rio Centro vai se transformar em um grande palco de cultura pop e games, oferecendo uma experiência única ao público.


No feriado de 21 de abril e até o dia 23, o Rio Centro será palco do maior evento de Cultura Pop e Games já realizado no Rio de Janeiro. Durante três dias, o Geek & Game Rio Festival vai reunir 70 mil fãs de eSports, videogames, quadrinhos, colecionáveis, filmes e séries de TV. Além de desfilar seus cosplays e vibrar com os campeonatos, os visitantes poderão assistir palestras, participar de Meet & Greet com artistas famosos dos cenários nacional e internacional e encontrar diversos produtos desses segmentos.

A organização do Geek & Game Rio Festival é uma parceria da Fagga | GL events Exhibitions, responsável por 20 feiras por ano no Brasil, entre elas a Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, com a Supernova, uma das maiores empresas de esportes eletrônicos do país e responsável pela curadoria do evento.

Destaques do Geek & Game Rio Festival:

ARENA DE GAMES:

Um dos principais destaques do evento é a arena Gamer Stadium, que irá receber competições de esportes eletrônicos, os eSports. A estrutura suspensa da arena, que tem 900m2, permitirá ao público ficar mais próximo dos cyberatletas. Os torneios serão realizados todos os 3 dias, em um palco de 40m2, equipado com um telão gigante, com narração profissional e transmissão ao vivo dos jogos pela internet.

Acomodados em seis arquibancadas, os visitantes poderão acompanhar disputas de times profissionais dos jogos mais cobiçados do momento, como Tom Clancy's Rainbow Six Siege, da Ubisoft, que tem tido um crescimento considerável, na sexta-feira; Counter Strike: Global Offensive, da Valve, um dos pioneiros nas competições internacionais, no sábado; e League of Legends, da Riot, um dos mais disputados no mundo, no domingo.


JOGADORES PROFISSIONAIS:

No torneio de Rainbow Six Siege, competirão as equipes Santos Dexterity e Black Dragons. Após os jogos, os torcedores poderão conhecer e tirar fotos com os integrantes da Black Dragons, entre eles a capitã Nicolle “Cherrygumms” Merhy e Leo “Zigueira” Duarte, dois destaques cariocas das competições, em uma sessão de Meet & Greet.

Em Counter Strike: Global Offensive, jogarão dois times masculinos, Team One e ProGaming, e dois femininos, ProGaming e um time de estrelas da categoria que terá o nome anunciado durante o evento. Já a disputa de League of Legends será entre INTZ eSports e ProGaming.

CONCURSO COSPLAY:

Durante três dias, centenas de jovens vestidos como seus heróis favoritos irão desfilar pelo festival e parte deles vai participar de um concurso que premiará o vencedor com uma Scooter 0km, da marca Auguri. O Cosplay Awards irá selecionar o competidor que melhor representar o seu personagem de quadrinhos, games, filmes, desenhos, séries, entre outros.

Serão selecionados 80 participantes de acordo com a ordem de inscrição no concurso. Eles passarão por seletivas nos dois primeiros dias de evento e os 10 melhores se apresentarão na grande final no domingo, 23 de abril, no Palco Cosplay, às 18h.

CONVIDADOS INTERNACIONAIS:


Grandes personalidades do mundo geek e gamer participarão do Geek & Game Rio Festival. Entre eles, o renomado designer Tim Schafer, que se tornou uma lenda dos jogos do estilo Adventure. O norte-americano é conhecido mundialmente por suas criações, como os títulos Day of The Tentacle, Full Throttle e Grim Fandango. Participará do evento em um painel em que irá conversar com os fãs sobre seus notáveis trabalhos, no feriado de 21 de abril, sexta-feira, às 17h.

Os fãs de quadrinhos terão a chance de conhecer o ilustrador David Lloyd, criador da série V de Vingança e da icônica máscara de Guy Fawkes, usada até hoje como símbolo de resistência. O britânico participará de um painel que irá discutir os “Quadrinhos como ferramenta de protesto”, no dia 22, sábado, às 13h30.

A escritora norte-americana Christie Golden, responsável por mais de 35 livros oficiais do universo nerd, irá deleitar os fãs da literatura. No domingo, 23, às 15h30, ela irá falar sobre seus trabalhos baseados na famosa franquia Warcraft, da produtora de jogos Blizzard.

ESPAÇO INFANTIL:

O Geek & Game Rio Festival é um evento dedicado à toda família em que o público infantil terá seu próprio espaço. Os pequenos geeks de quatro a 12 anos poderão aproveitar diversas atividades desenvolvidas especialmente para eles na área Little Heroes, de 100 metros quadrados. Pais e filhos poderão se divertir juntos em atrações como oficinas de cinema, ciências, quadrinhos, jogos de tabuleiro e de videogame. Os que gostam de se vestir como seus heróis favoritos terão a chance de mostrar as fantasias em desfiles de cosplay infantil.

INFLUENCIADORES:

Como não poderia deixar de ser, renomados influenciadores farão parte do roll de atrações, entre eles estão confirmados Zangado Games, uma das vozes mais influentes quando o assunto é videogames. No primeiro dia de evento, Zangado irá encontrar pela primeira vez o criador da máscara de Guy Fawkes, que usou por três anos em seu canal, o britânico David Lloyd.

Estarão presentes, ainda, o escritor, blogueiro e podcaster Eduardo Spohr, integrante do NerdCast, e o grupo de amantes de jogos clássicos 99Vidas, que além de um site e um podcast, lançaram o jogo 99Vidas, para PC, baseado em clássicos dos anos 90 e desenvolvido com financiamento coletivo. Os integrantes do canal Pipocando, especializado em filmes e séries de TV, com 2,5 milhões de assinantes; e os influenciadores Malena, do canal Malena0202 (3,5 milhões), Rato Borrachudo (1,9 milhões) e Guilherme Damiani, do canal Damianizando (1,7 milhões), completam a seleção de astros.

ARTISTAS INDEPENDENTES E PAINÉIS:


O Artway é um dos pilares do festival e serve como uma vitrine em que os produtores de HQs, livros e produtos relacionados terão a oportunidade de mostrar seus mais recentes trabalhos para o público, que poderá interagir, dar opiniões e trocar ideias com os criadores. Serão mais de 40 mesas expondo os trabalhos de estúdios, editoras e artistas independentes.

Além de conhecer as novidades do mundo dos quadrinhos, os visitantes do Geek & Game Rio Festival poderão acompanhar discussões sobre o tema em diversos painéis que acontecerão durante todo o fim de semana no palco Hiker Station, com a participação de grandes nomes do segmento no país, como Carlos Ruas, de “Um Sábado Qualquer”; Marcos Noel, de “Gi & Kim, os Bem Casados”; Marcelo Amaral, de “Ser Pai de Menina é...”; Ana Carolina Recalde, de “Beladona”; e Estevão Ribeiro, de “Os Passarinhos”.

WORKSHOPS:

O GGRF Lab, terá sete workshops com os temas: Storytelling & Projetos Transmídia, por Enéias Tavares; Empreendedorismo Geek, por Pilar Moretzsohn e Luiz Guilherme Guedes; Os Segredos da Animação 2D por KillerJabuti; Edição de Vídeos, por Anderson Gaveta; Recursos Narrativos para Quadrinhos, por Rodney Buchemi; Mídias Digitais e Cultura Pop, por Victor Azevedo; e Gamificação como Ferramenta de Branding, por Christian Gintner. 

Cada workshop custa R$ 75 e as inscrições podem ser feitas através do site ggrf.mundoepic.com.br. O GGRF Lab é realizado com o apoio do Grupo Epic, ecossistema empreendedor com foco em geração Y.

BOARDGAMES E ATRAÇÕES PARA TODOS OS PÚBLICOS:

Os fãs dos jogos analógicos também terão o seu espaço no GGRF. O Board Game Alley é uma área dedicada inteiramente ao gênero, com jogos de tabuleiro, RPG e card games, e terá a participação da Copag, Galápagos Jogos, Retropunk Publicações, Jambô Editora e Pensamento Coletivo.

Além disso, o evento ainda vai abrigar área de exposições, colecionáveis, lojas com diversos produtos do segmento, sessões de Meet & Greet com convidados, campeonatos de videogames, bate-papos com personalidades, e Food Trucks.

Serviço:

Geek & Game Rio Festival 2017
Data: 21 a 23 de abril de 2017
Horários: Sexta e sábado das 10h às 21h e domingo das 10h às 20h
Local: Rio Centro
Endereço: Av. Salvador Allende, 6555 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro

Site Oficial: http://www.ggrf.com.br/

Ingressos: http://www.ggrf.com.br/ingresso.php

domingo, 16 de abril de 2017

Wunderwaffen - As Super Armas Secretas dos Nazistas


Pouca coisa desperta mais polêmica do que o tema Alemanha Nazista.

Ele atrai a atenção e especulação de todos há mais de 70 anos. Desde a Segunda Guerra Mundial, as pessoas se perguntam como um Regime de Horror como esse se formou justo em uma nação avançada, moderna e progressista. A despeito do horror desencadeado, há algo estranhamente fascinante a respeito da mitologia oculta do nazismo, seus significados, segredos e mistérios. A combinação de poderio militar e misticismo gerou toda uma subcultura de estudo sobre o assunto.

Um dos aspectos mais curiosos sobre o Nazismo diz respeito a algo que se convencionou chamar Wunderwaffen, armamentos de tecnologia avançada até para os padrões atuais. Essas armas vão de miras laser até motores de jatos supersônicos, coisas que não existiam na década de 1940, exceto na ficção, mas que já eram contempladas pelos cientistas alemães como possíveis e que em alguns casos chegara a ser fabricadas. Outras armas nunca saíram do papel, mas nem por isso deixam de ser fantásticas.  

Mas quanto dessas histórias são verdadeiras, e quanto não passa de invenção?

Como todos complexos militares industriais, a Alemanha Nazista possuía programas de pesquisas e desenvolvimento, bem como engenheiros e operários à seu serviço. Dentro dessas indústrias bélicas, programas e planos para o desenvolvimento de armas avançadas de fato existiram. A medida que os recursos e mão de obra diminuíram ao longo da guerra, menos projetos foram levados adiante, mas alguns dos que seguiram adiante até o final do conflito eram simplesmente incríveis.


Hoje em dia, sabemos a respeito de praticamente todos os programas militares em desenvolvimento durante o governo nazista. No final da Guerra, os Aliados conseguiram capturar várias instalações relativamente intactas e delas confiscaram tecnologia, planos e documentos. Obtiveram ainda protótipos e maquinário. Muito desse material deveria ter sido destruído pelos próprios nazistas, mas quando a guerra já estava perdida, a prioridade era ocultar crimes ocorridos nos Campos de Extermínio.  

Os planos confiscados pelos Aliados mostravam que os nazistas estavam de fato comprometidos com a construção de Caças à Jato, como os modernos Messerschmitt Me-262 e o Heinkel He-162, ambos muito superiores a qualquer avião do período. Perto do fim da guerra, algumas tropas já estavam sendo equipadas com o Zielgerät ZG-1229 Vampir, miras infravermelhas, que forneciam visão noturna, bem antes dos americanos conceberem a ideia. Talvez o auge do poderio militar nazista tenha sido o Programa de desenvolvimento do míssil de cruzeiro V-1 e do projétil balístico suborbital de longa distância, o V-2. Três mil protótipos foram testados e mais da metade deles conseguiu atingir o espaço, quinze anos antes do Sputnik 1.

Outros planos, ainda mais fantásticos de fato existiram, ao menos em plantas. Entre os veículos aéreos, existia o Horten Ho-229 um avião propelido à jato, o Mach 2.2 Lippisch P13a um caça com asas em formato delta, um avião espião de altitude similar ao U-2 americano chamado DFS-228, e até um avião com asas em rotação, o Messerschmitt P.1101, que se tornou o precursor do Bell X-5. Haviam ainda planos para o desenvolvimento de aviões capazes de realizar decolagem e pouso vertical.

Os nazistas também tentaram desenvolver agressivamente o projeto para seu Amerika Bomber, um avião bombardeiro com capacidade de voo para realizar ataques nos Estados Unidos. Os nazistas acreditavam que fazendo bombardeios sobre as cidades americanas, poderiam mudar o curso da guerra. Esses aviões incluíam variantes do jato Arado E 555 e até mesmo um veículo suborbital chamado Silbervogel que chegou a ser testado. Com esses aviões, os nazistas conseguiriam lançar bombas sobre Nova York e Boston, por exemplo, ferindo duas das principais cidades da América.


Em terra, os alemães tinham planos para a construção de enormes tanques blindados. A tecnologia de tanques nazistas durante a Guerra era muito superior a dos aliados. O Tanque Tiger II possuía uma capacidade de mobilidade, velocidade e blindagem notável, quase comparável a dos Tanques atuais. Mas os planos eram construir armas ainda maiores e mortais. O Landkreuzer P.1000 Ratte e o P.1500 Monster, comportavam uma tripulação de 40 a 100 homens respectivamente. Eram máquinas gigantescas, equipadas com canhões de longo alcance e que mais lembravam trens do que tanques. Eles podiam disparar as maiores peças de artilharia desenhadas até então, projéteis de 800 mm com poder de destruição devastador. Esses tanques poderiam reduzir cidades inteiras a ruínas se tivessem sido produzidos. 

No mar, os nazistas planejavam a construção de um novo modelo de submarino capaz de disparar seus mísseis V-2 do alto mar nas cidades norte-americanas. O plano era construir esses barcos como plataformas móveis de lançamento, transportando até 100 mísseis de longo alcance. Três chegaram a ser desenvolvidos, um até ficou pronto antes do fim da guerra, mas os testes do V-2 atrasaram em relação ao submarino. O projeto da plataforma posteriormente foi usado pelos americanos e soviéticos, mas apenas nos anos 50.

Os Nazistas também estavam próximos de desenvolver armas atômicas para equipar nos seus mísseis V-2. Documentos secretos obtidos do alto comando alemão, atestam que o projeto para a construção de complexos de enriquecimento de urânio estavam em progresso. Com esse material, não demoraria até que eles conseguissem fabricar armas de destruição em massa. 

Enquanto o Projeto Manhattan estava ocorrendo nos Estados Unidos, ele tinha um irmão gêmeo na Alemanha: o Uranverein, ou Clube do Urânio. O Uranverein teve um início tão promissor quanto o Projeto Manhattan, talvez até mais eficiente; contudo, os nazistas não dispunham de recursos para as pesquisas e o curso da guerra freou seu progresso. A operação com os reatores alemães para a criação de plutônio requeria Água Pesada, que vinha quase que inteiramente da Estação Hidroelétrica de Vemork na Noruega, um lugar que produzia nitrogênio para fins agrícolas. O Clube do Urânio foi desmantelado por aquela que talvez tenha sido uma das operações de sabotagem mais importantes da história: Operação Gunnerside, na qual uma pequena equipe de comandos noruegueses foi lançada de paraquedas atrás das linhas inimigas e esquiaram até Vemork. A seguir, escalaram os rochedos ao redor da usina, invadiram o complexo através de um duto de ventilação e plantaram explosivos. A explosão resultante destruiu todo o suprimento alemão de água pesada e a maior parte do equipamento necessário para sua produção. 3,000 soldados foram enviados atrás dos sabotadores, mas os noruegueses conseguiram escapar.


Meses mais tarde, a indústria voltou a operar, mas bombardeios aliados conseguiram atingir as instalações mais uma vez. Os alemães fizeram uma última tentativa de enviar um carregamento de água pesada através de cargueiros no Mar do Norte . Uma heroica equipe de comandos noruegueses, incluindo o lendário guerrilheiro Knut Haukelid, conseguiu plantar explosivos à bordo. Com o navio danificado, submarinos terminaram o serviço e mandaram embarcação e carga para as profundezas do mar. Isso abalou o programa nazista de armas atômicas de tal forma que ele foi cancelado. 

Vários especialistas em tecnologia acreditam que os cientistas do Clube do Urânio chegaram a realizar testes simulando explosões atômicas. As armas, no entanto, tinham o "interior oco", ou seja, embora contassem com a tecnologia para implosão do material radioativo, não foram abastecidas com plutônio. Historiadores defendem que seria questão de tempo até os nazistas desenvolverem por completo seu programa nuclear e estarem aptos a criar bombas atômicas. Se o Clube do Urânio tivesse prosseguido em suas pesquisas a Guerra poderia ter acabado de forma muito diferente. Em 2006, cientistas encontraram traços de radiação em estações de pesquisa usadas nos tempos da guerra, assinaturas de energia que comprovam manipulação de compostos radioativos. Isso mostra que os alemães, possuíam a tecnologia, anda que seu suprimento de plutônio fosse escasso. 

Isso tudo nos leva ao derradeiro e mais inacreditável projeto da Wunderwaffen nazista, um projeto ultra-secreto batizado Die Glocke, que significa "O Sino". O Sino seria um veículo aéreo em formato de disco, em geral descrito como um Disco Voador. Quando se fala na Wunderwaffen nazista, muitos pesquisadores imediatamente pensam a respeito desses misteriosos discos, seus apelidos e denominações. Em nenhuma base ou complexo industrial capturado pelas forças aliadas, algo remotamente semelhante ao Sino foi encontrado, ao menos nenhum que se saiba.


Há, no entanto, muitos papéis, documentos e mesmo plantas aludindo para a construção de tais máquinas aéreas de design absurdo. 

A origem dos Discos Voadores nazistas é discutida em detalhes em um livro escrito em meados de 1990 por um historiador militar polonês chamado Igor Witkowski chamado "A Verdade a respeito da Wunderwaffe". Em seu livro, Witkowski conta uma história sensacional: Ele teria obtido acesso (mas não a liberdade para fazer cópias) a documentos secretos redigidos nos dias finais da Guerra com um oficial nazista chamado Jakob Sporrenberg. Através das transcrições, o autor relata como tomou conhecimento a respeito do Projeto Sino que envolvia o desenvolvimento de um veículo aéreo com motores gravitacionais de flutuação.

Não se sabe, entretanto, se o livro de Witkowski tem algo de verdadeiro ou é mera ficção especulativa. Ele não oferece evidências da existência e ninguém parece apoiar as suas ideias e conclusões. O personagem principal do livro, o Oficial SS Sporrenberg também não pode corroborar as alegações. Ele foi executado por crimes de guerra em 1952. Em vida, sabemos que Sporrenberg foi um Oficial severo que enfrentou os partisans na Polônia e que teve pouca conexão com ciência aérea e os grupos de desenvolvimento de armas do exército.

Mas embora existam poucas provas para sustentar as lendas do Disco Voador Alemão, a mitologia que cerca o regime ajuda a propagar esse tipo de crença. Misticismo e o Mundo Oculto, afinal, fazem parte do Legado Nazista (se é que podemos chamar assim).

O Regime sempre foi um imã de teorias bizarras e controversas. A origem dessas histórias, parece ser o trabalho de dois autores franceses que nos anos 1960 lançaram um trabalho chamado "O Amanhecer dos Feiticeiros" (The Morning of the Magicians), no qual especulavam a respeito das muitas tradições místicas e sociedades secretas ativas na Alemanha. Entre essas obscuras Sociedades influentes nos anos que antecederam a Guerra, uma em especial chamava a atenção, seu nome era Sociedade Vril (sobre a qual teremos um artigo).


A misteriosa Sociedade Vril congregava um grupo de ocultistas, alegados feiticeiros, supostos satanistas e pessoas muito importantes no meio político que daria origem ao Partido Nazista. Segundo o Livro, a Sociedade Vril se ofereceu para aparelhar o exército alemão e torná-lo em uma Máquina de Guerra eficiente, virtualmente imbatível, cujo poder seria abastecido por conhecimento místico e tecnologia até então desconhecidas. 

A base de tudo seria o Vril. A Sociedade acreditava na existência dessa misteriosa substância que forneceria uma fonte de energia inesgotável. Utilizando o Vril, cuja origem para a Ordem é mística, as máquinas de guerra do Exército Nazista rodariam sem parar e sem a necessidade de renovação. O fluido mágico ainda ajudaria a criar soldados invencíveis uma vez que ele era também uma espécie de fórmula para a saúde e longevidade. 

É bizarro imaginar que os Nazistas realmente acreditassem nesses conceitos que parecem ser retirados de histórias pulp e de ficção científica, mas ao que parece, pessoas muito importantes na alta cúpula do Partido Nazista acreditavam na existência do Vril e nas suas incríveis capacidades. Tanto é verdade que investiram milhões de marcos antes da guerra em expedições e buscas infrutíferas pela Civilização Ancestral que ocultava o Segredo do Vril.

Mas qual a relação entre o Vril e o Projeto Die Glocke? 

Os teóricos acreditam que o Disco Voador Nazista seria uma máquina abastecida pelo combustível místico e que ele era a base para o funcionamento dos seus motores anti-gravitacionais. A grande vantagem do Vril sobre os demais combustíveis era o fato do fluído garantir uma autonomia de voo indefinida. Uma vez acionados, os motores permitiriam vôos longos e estáveis, distâncias simplesmente não importariam.

Mas existiam outros Projetos de Discos Voadores em desenvolvimento pelo Exército Alemão.


O mais conhecido talvez seja o aparelho aéreo idealizado por Victor Schauberger, um cientista austríaco que chefiou um Projeto que visava construir um veículo aéreo de formato e modelo inovador. As plantas desses projetos secretos, deixam bem claro que Schauberger estava em busca de uma espécie de Disco Voador. O cientista concebeu um sistema de propulsão chamado "Vórtex Líquido" que para alguns, ao menos na teoria, poderia funcionar.

Schauberger trabalhou em um complexo militar ligado a Lufftwaffe em Leonstein entre 1938 e 1945. Lá ele tinha autoridade para construir protótipos e realizar testes. Seu maior sucesso teria sido um protótipo de um metro e meio, pesando 135 quilos que através de um motor elétrico gerava um campo antigravidade que permitia ao aparelho capacidade de flutuação. 

Segundo Schauberger: "Se água ou ar rotacionasse em uma força giratória de oscilação chamada "coloidal", energia suficiente poderia ser gerada permitindo capacidade de levitação".

Em outro teste, ocorrido em 1942, um outro protótipo teria levitado a dois metros de altura e se movido mediante a ajuda de jatos horizontais. O aparelho teria carregado dois passageiros, mas ele não funcionou por muito tempo. Para alguns, o programa visava a construção de um hovercraft primitivo e não de um veículo de altitude.

No final da Guerra, o complexo de pesquisas de Schauberger foi destruído pelas bombas soviéticas. O cientista e sua equipe receberam ordens de explodir os protótipos e queimar as plantas e documentos para que nada caísse nas mãos dos inimigos. O cientista alegou até o final de sua vida que ele cumpriu a ordem apenas em parte. Para escapar de uma condenação, ele aceitou destruir os protótipos, mas manteve as plantas de sua pesquisa no intuito de negociar  com os americanos a tecnologia na qual vinha trabalhando. Não se sabe se essa história é verdadeira, mas Schauberger imigrou para a América em 1945 e se estabeleceu em Houston onde alegava ter trabalhado em uma divisão secreta ligada a Força Aérea Americana.


Schauberger, no entanto, não viveu muito para compartilhar de sua visão, ele logo adoeceu e contraiu uma doença degenerativa. Em seu leito de morte ele teria dito: "Eles tomaram tudo de mim. Eu não tenho mais nada! Não possuo mais, nem a mim mesmo!"

O Cientista morreu em 1947.

Durante os anos 1950, os norte-americanos tentaram desenvolver aparelhos aéreos com aerodinâmica arrojada como o Avro-Car e o Neg-G que pareciam muito com os Discos Voadores idealizados pelos cientistas do Projeto Glock. Infelizmente, os projetos acabaram sendo abandonados no início dos anos 1960 quando aviões à jato ganharam primazia e se tornaram as armas mais eficazes do arsenal aéreo. 

Seria possível que os nazistas tivessem não apenas desenhado armamentos e veículos aéreos fantásticos, mas construído tais aparelhos? Será que se eles tivessem tempo para desenvolver essas armas, elas realmente seriam usadas nos campos de batalha? E se esse fosse o caso, será que eles fariam diferença no rumo do conflito que definiu o mundo para as gerações futuras?

As super-armas de Hitler podem jamais ter saído da prancheta dos projetistas, mas elas continuam nos fascinando e aterrorizando, assim como quase tudo a respeito do Regime Nazista.