A Lenda do Palacete Bolonha começa como muitos romances góticos da ficção: com uma História de Amor.
O engenheiro Francisco Bolonha, personagem principal dessa trama, havia se apaixonado perdidamente pela pianista Alice Tem-Brink que conhecera no Rio de Janeiro. Os dois começaram a namorar, mas como o engenheiro era natural de Belém do Pará a distância tornava extremamente complicado o relacionamento, quanto mais naqueles tempos. Alice alegava que não podia abandonar a família e que nada sabia a respeito do então Grão-Pará para desistir da vida na Capital e ir para aqueles recônditos. Francisco prometeu então que se ela aceitasse seu pedido de casamento, mandaria construir para os dois um palacete que não deixaria nada a desejar aos da Europa.
E foi isso que Bolonha fez.
Mandou erguer, no ano de 1905, uma das edificações mais importantes da arquitetura de Belém. O Palacete era um prédio em estilo art noveau, com características clássicas do apogeu do Ciclo da Borracha quando impulsionado pela riqueza dos seringais, o Pará, experimentou um enriquecimento rápido e uma modernização acelerada.
O Palacete foi construído com o que havia de mais moderno em termos tecnológicos e que o dinheiro podia pagar. O construtor uniu vários estilos arquitetônicos no edifício e realizou a morada mais suntuosa e luxuosa da cidade àquela época. O prédio contava com quatro pavimentos, térreo, salões, áreas sociais com direito a salão de baile, banheiros, pias de granito e torneiras douradas, além de vários quartos. A magnífica fachada com detalhes intrincados, sacadas, varandas e mansarda com torreão, media quase vinte metros de altura.
Por dentro, o palacete tinha uma distribuição particular, com enorme quantidade de estuques, dourados e azulejos decorativos no estilo art noveau, contava ainda com mosaicos que lembravam os de Pompéia, alto relevos com motivos greco-romanos e vários revestimentos em madeira de alto padrão. No térreo ficavam as acomodações dos criados e a área de serviços, no primeiro pavimento estava a área social para recepção de visitas. Através do pátio de entrada chegava-se ao vestíbulo, sala de música, salões de jantar e almoço. Uma escadaria de mármore levava para os aposentos particulares no segundo e terceiro pavimentos. A planta dava destaque para sacadas cobertas, roupeiros, sala de banho e mais varandas. Os quartos do casal ficavam no terceiro pavimento, que trazia ainda capela, escritório e biblioteca. Finalmente, o quarto e último pavimento, acessado por uma escadaria em caracol levava a um deslumbrante mirante do qual se via as redondezas.
A Mansão contava com instalação elétrica nos aposentos, encanamento de água quente e fria em todos os banheiros, rede integrada de gás e esgoto - um verdadeiro luxo para a época. A propriedade, conforme prometido era um palácio de sonhos de fadas. Mas a história que se seguiu era digna de pesadelos!
Apesar da suntuosidade, o prédio sempre atraiu a atenção das pessoas por outras razões além de sua importância arquitetônica. Diz a sabedoria popular que riqueza nem sempre está associada à felicidade e que fortuna, muitas vezes não é sinônimo de alegria. No que diz respeito ao célebre Palácio Bolonha, não faltam lendas e histórias bizarras que parecem confirmar esses dizeres. Uma sucessão de fatos e incidentes macabros ocorreram na propriedade nos últimos cem anos e estes ajudaram a construir a fama do local como o endereço mais assombrado de Belém.
Primeiro a respeito do lugar escolhido para a construção. Nem sempre ali existiu uma avenida larga e requintada: antes, dizem, havia uma charneca pantanosa, com lagoas de água estagnada e profunda. Por ser um lugar de difícil acesso, habitat de grandes jacarés, convencionaram usá-lo como ponto de desova para os cadáveres de escravos a quem não se dava sequer um enterro digno. Uma vez por mês, uma carroça vinha dar naqueles alagadiços insalubres e descarregava sua macabra carga para regalo dos enormes répteis. Não por acaso esse horrível detalhe fez com que o pântano ganhasse fama de ser maldito, assombrado pelos espíritos dos infelizes ali abandonados. Quando o charco foi drenado para as obras de infraestrutura da cidade que crescia, vieram à tona as ossadas, mas ao invés de dar a elas descanso, uma parte simplesmente foi jogada de lado e outra coberta com aterro.
Se os restos humanos que ficaram no terreno carregavam ou não uma maldição é discutível, mas o mesmo não se pode dizer de outros aspetos que contribuíram para fomentar a lenda. Por muito tempo, correu o boato de que Bolonha desenvolveu um interesse perigoso pelo sobrenatural e que este sedimentou-se nas paredes de sua obra prima arquitetônica.
Francisco Bolonha nasceu em Belém do Pará no ano de 1870, oriundo de uma família tradicional da cidade que sempre teve muito dinheiro, mas que aumentou sua riqueza através da exploração da Borracha. Durante sua infância, a família se mudou para a Europa, para o tratamento da frágil saúde de sua mãe, Henriqueta Bolonha. Foram morar em Paris e aparentemente viveram uma existência tranquila na Cidade Luz. Na volta ao Brasil, após alguns anos, Francisco experimentou sua primeira grande tragédia, quando a mãe, acometida por forte depressão, se lançou ao mar na frente do menino, que a viu sumir nas águas do Oceano Atlântico.
A tragédia deixou sequelas no menino de 10 anos, que ficou mudo por quase um ano, atormentado por pesadelos e lembranças daquela noite. Preocupado com o filho, Manoel Bolonha recorreu à vários médicos conceituados e psiquiatras para romper o silêncio da criança. Quando estes falham, buscou padres, curandeiros, benzedeiras e até pajés que sugeriram os mais variados tratamentos. Curiosamente, o que acabou funcionando e devolvendo ao menino a alegria foi a companhia de um grande cão da raça Rotweiller. Em algumas semanas Bolonha voltou a falar e retomou o rumo de sua vida. Aos 16 anos ele foi para o Rio de Janeiro para estudar engenharia e depois de se formar, seguiu para exercer a profissão em Paris.
Na França, o rico herdeiro conviveu com a alta sociedade parisiense, conhecendo artistas, gente influente, e descobrindo também a famosa boêmia da capital. Sua vida era uma esbórnia regada a festas intermináveis, champanhe, drogas alucinógenas e as tão famosas prostitutas francesas de quem se torna assíduo cliente. Mas sua animada existência no auge da belle époque tem novo revés com a segunda tragédia em sua vida. Um amigo pessoal e colega, também arquiteto de renome, tem uma morte repentina bem diante de Bolonha. A tragédia reaviva seus antigos traumas e ele cai em depressão sentindo que não há sentido na vida.
Bolonha afunda na depressão e no vício, tendo a companhia de indivíduos ligados às alegadas Ciências Proibidas e ocultistas. Em dado momento, decide voltar ao Brasil e deixar para trás o ambiente insalubre no qual havia mergulhado. Dizem que seu plano era se lançar ao mar no mesmo ponto em que a mãe havia perecido, mas lhe falta coragem para dar cabo da própria existência.
Pouco depois de desembarcar no Rio de Janeiro, Francisco foi convidado para um recital onde conheceu a pianista Alice Tem-Brink por quem acaba se apaixonando. A paixão reaviva seu desejo de viver e é tão avassaladora que ele passa a cortejá-la insistentemente. À princípio a moça resiste aos seus galanteios, pois não pretendia se casar tão cedo e com um noivo de um lugar tão distante, mas aos poucos ela vai cedendo. Dessa corte acaba surgindo o plano de construir o Palacete em Belém, uma obra que representaria o amor entre os dois.
Após o casamento e lua de mel, o casal aparentemente feliz e otimista com o futuro se estabelece no recém inaugurado Palacete Bolonha. Os primeiros anos do casamento transcorreram em meio a riqueza, ostentação e prosperidade. Mas nem tudo ia bem nesse conto de fadas... Alice não conseguia engravidar, e a relação do casal começou a se desgastar, visto que um culpava o outro pela infertilidade. A tristeza descambou então para brigas sucessivas, por vezes, até agressões.
Na casa, os empregados são os primeiros a perceber que algo mais estava errado. Eles mencionam sons estranhos na calada da noite: correntes sendo arrastadas, gritos de horror e lamentos. Certa noite, uma criada de confiança de Alice desmaia depois de ver três homens negros com os corpos retalhados, como se tivessem sido atacados por animais selvagens. Comenta-se que são os espíritos dos escravos lançados no antigo charco e despedaçados pelos jacarés famintos. As histórias se multiplicam entre a criadagem e é difícil controlar as fofocas.
Francisco insiste que tudo isso não passa de bobagem e superstição, mas Alice também é afetada pelos incidentes cada vez mais frequentes. Certa noite ela se depara com o fantasma de um escravo no salão de festas. Isso a abala profundamente e faz com que ela evite andar pela casa depois do anoitecer. A dona do palacete vive enclausurada em seu quarto e teme sair de lá. Passa os dias rezando e pedindo proteção, as noites em constante vigília. A personalidade de Bolonha se deteriora: ele volta a beber, usa drogas e leva mulheres para o Palacete. A sociedade local fica escandalizada pelos rumores de que Francisco mandou importar prostitutas da França. Dizem que se envolve novamente com o oculto, que havia deixado de lado desde seu retorno ao Brasil. Fascinado pelo tema, ele consulta livros de magia negra, realiza rituais e cerimônias no estúdio trancado para horror de todos.
A cada dia que passa Bolonha se entrega mais e mais numa existência promiscua que arruína sua saúde e consome grande parte da sua fortuna. Em poucos anos vivendo no limite, o engenheiro vira um trapo humano, doente com diabetes e sífilis, cai de cama. Ele é cuidado por sua fiel esposa, que se dedica ao marido até o dia em que Bolonha morre em decorrência da diabetes. Alice após esse episódio se vê livre, vende o Palacete e com o que resta da fortuna de Bolonha, parte para a Europa. Ela nunca mais volta ao Brasil.
Mas a história do Palacete Bolonha não para por ai, e fica ainda mais macabra. Depois da venda do imóvel e a morte do engenheiro, o local se torna por algum tempo a Sede da Prefeitura de Belém. Funcionários reclamam constantemente que o lugar tem uma "aura estranha" e enervante. Coisas parecem sumir, objetos mudam de lugar, portas e armários abrem sem que haja alguém por perto. Um segurança noturno pede as contas depois de se deparar com uma aparição macabra, um escravo com o braço dilacerado.
No curso dos anos, diversas famílias tradicionais se revezam no local, mas nunca permanecem mais do que seis meses na propriedade. Ao sair, preferem manter sigilo sobre o motivo para deixar o edifício, talvez para não desvalorizar o valor de venda. Alguns afirmam que o fantasma de Francisco Bolonha, amargurado, emaciado e confuso, se uniu a hoste de espíritos inquietos de escravos aprisionados no Palacete.
A história vai se tornando cada vez mais infame com o passar dos anos: uma narrativa macabra alimentando a seguinte, criando uma longa tapeçaria de rumores que o povo de Belém segue compartilhando entre si. Aqueles que antes se deslumbravam com a magnífica casa, agora sentem pavor, e evitam olhar para a construção maldita. Muitos moradores do bairro de Nazaré contam que nas noites escuras, de madrugada, o enorme cão negro de Bolonha, pode ser ouvido latindo e uivando no topo da construção. O animal morto há muito, foi enterrado na frente do casarão com as palavras em latim "Caven Canen" (cuidado com o cão) no mosaico que cobre a sepultura.
Um dos episódios mais macabros dessa história relata que em 1968, dois homens tentaram invadir a propriedade, motivados pelas histórias de que objetos valiosos continuavam lá dentro. Os dois supostamente foram mortos com brutalidade extrema. Um Jornal da época publicou a perturbadora história:
"Dois corpos foram encontrados estraçalhados no bairro da Campina, entre a Praça da República e Reduto. Os corpos, literalmente, haviam sido trucidados e partes deles foram achadas espalhadas em frente ao Palacete Bolonha, pendurados em fios da iluminação pública, em um raio de 300 metros; uma verdadeira visão dantesca do inferno em plena Belém!"
Depois desse acontecimento a casa ficou fechada durante 30 anos, sendo que coisas estranhas continuavam acontecendo como relatavam vizinhos e testemunhas. Mesmo desabitada, ainda se ouvia passos, lamentos e gritos vindos do interior. Em 1998 o palacete foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural, retornando sua posse à Prefeitura de Belém - a casa é restaurada e aberta para a visitação pública.
Mesmo que com menor intensidade, as atividades paranormais continuaram a acontecer no Palacete. Turistas relatam ver mulheres nas banheiras, vultos passando de uma sala para outra, escravos mutilados e os latidos de um cão de grande porte. Um relato especialmente bizarro cita os membros de um grupo teatral que foi contratado pela prefeitura para se apresentar no salão da casa. Uma das atrizes, ao usar o banheiro, tem uma visão aterradora de uma mulher cadavérica na banheira. A atriz passa mal, perde os sentidos, desmaia, bate a cabeça e sai de lá em uma ambulância.
Vários médiuns e sensitivos visitaram o palacete para sondar o ambiente sobrenatural. A maioria dos relatos citam que Francisco Bolonha não conseguiu se desligar da casa e que seu espirito, junto com o do cão, vagam pelo local. Conforme as lendas, há ainda os espíritos de mulheres lascivas, supostamente trazidas por Bolonha da Europa para serem suas amantes e de escravos cujos ossos continuam nas fundações da casa. Nas últimas décadas um rumor se torna recorrente entre aqueles que tentam traçar a origem do horror contido nesse endereço macabro. Afirmam que a tragédia da família decorre de uma maldição trazida por Manuel Bolonha, quando este tentava curar o filho traumatizado pela morte da mãe. Ele teria firmado um pacto com o demônio, recebendo o cão negro que ajudaria a romper o transe do menino. O animal, no entanto, seria responsável por perverter a natureza do jovem Francisco e torná-lo um homem escravo de seus vícios e caprichos.
Mas o que podemos tirar dessa história macabra? Seria ela verdadeira ou não passa de uma lenda coberta de exageros descabidos e rumores infundados? Vamos ao que se sabe a respeito dessa história sob um olhar mais cético.
O Palacete Bolonha, obviamente existe em Belém do Pará e foi construído pelo arquiteto Francisco Bolonha, profissional conceituado que realmente formou-se pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro, esteve na França e casou com a pianista carioca Alice Tem-Brink. O palacete foi morada do casal, construído como presente de casamento pelo arquiteto à sua amada esposa. Os dois viveram na propriedade por décadas, e não chegaram a ter filhos uma vez que Francisco contraiu caxumba já adulto. As brigas e discussões do casal à cerca da incapacidade de ter filhos, são mera especulação. Mas embora detalhes da vida privada no palacete sejam fragmentados, não há como atestar os rumores sobre indiscrições e traições no local. Essa parte, parece também deveras exagerada, sobretudo o abuso de álcool, drogas e o desfile de amantes na propriedade.
A história corrobora que a localização no passado correspondia a um pântano e é razoável crer que haviam ali jacarés, mas se o local foi usado como cemitério de escravos, parece aberto a discussão. Não há nada que comprove esse detalhe, a não ser velhas histórias. Mesmo a parte a respeito de ossadas achadas após a drenagem não puderam ser comprovadas.
Já da morte de Henriqueta Bolonha, mãe de Francisco ao que consta, realmente ocorreu em alto mar, no retorno da família ao Brasil, contudo, não existe consenso se ela teria caído do navio ou saltado para seu destino. Fato é que o menino testemunhou o ocorrido e ficou profundamente traumatizado. Sabe-se que ele de fato não falou por algum tempo e que um grande cão Rottweiler presenteado ao menino foi essencial para sua recuperação depois que métodos tradicionais falharam. O cão aliás, foi de fato enterrado no pátio do Palacete com a famosa inscrição "Caven canem" em um mosaico.
Não existe registros de que Francisco tenha sido um assíduo frequentador de cabarés e da vida noturna de Paris. É de se supor que ele de fato tenha aproveitado dos prazeres da capital da França, mas não há qualquer menção à excessos ou de um amigo arquiteto que tenha morrido diante dele. Em algumas versões dessa história, esse tal amigo seria ninguém menos Auguste Eifell, o construtor da famosa torre que recebeu seu nome. Bolonha supostamente estudou com Eifell em sua estadia em Paris, mas é impossível que o amigo morto diante dele e o catalizador de uma nova tragédia pessoal fosse o famoso construtor francês. Este morreu em 1923, sem qualquer menção a uma testemunha brasileira. Tampouco o alardeado "interesse pelas Ciências Proibidas" de Francisco é mencionado em qualquer lugar antes da lenda. Tudo leva a crer que esse pormenor tenha sido incluído em algum momento da construção do mito.
Francisco Bolonha tinha uma saúde frágil em seus últimos anos e ele de fato faleceu em decorrência de complicações causadas pela diabetes. Um corte no pé gangrenou e o levou ao óbito. Não há, entretanto menção alguma a ele ter definhado e cedido por conta de um quadro agravado por doença venérea. Quando de sua morte, ocorrida em 1938, ele tinha a idade considerável de 68 anos e o cortejo fúnebre foi seguido por um grande número de populares, o que contraria muito a noção dele ser visto com reservas pela sociedade e população local. Não há registros do que aconteceu com Alice Tem-Brink, mas é razoável supor que após a viuvez, e sem filhos, ela tenha levado uma vida bem pouco chamativa até sua morte.
A grande questão nessa história diz respeito aos fantasmas e a natureza sobrenatural do Palacete, afinal, não faltam relatos sobre assombrações que infestam o lugar. Não é raro que prédios antigos e lugares históricos se tornem o ponto focal de lendas sobre fantasmas, e o Palacete Bolonha parece o típico lugar capaz de atrair tais histórias. Podemos dizer que o lugar sempre teve fama de assombrado e que essa fama apenas aumentou após a morte de seus donos e o progressivo abandono do prédio cuja fachada se deteriorou e concedeu a ele uma aparência de "castelo assombrado". Não faltam relatos de pessoas que alegam ter visto algum fantasma nos arredores do palacete e como geralmente acontece, essas histórias vão se acumulando até serem costuradas ao tecido das lendas urbanas das grandes cidades.
Hoje o Palacete continua lá, aberto à visitação e aos olhares de curiosos que passam pelos seus salões surpresos pela opulência decadente do passado. Tudo leva a crer que o Palacete continuará a atrair essas histórias, ainda mais agora que constitui uma das atrações principais da capital paraense. A história fictícia da Casa Bolonha, o Palácio construído pelo amor e dominado pelo Terror, exerce sobre nós, amantes de uma boa história assombrada, um enorme fascínio difícil de afastar.