por Luciano Giehl com Davi Hoefling baseado no livro Arkham Unveiled
No mapa as cores representam a classe predominante em cada região. Verde Escuro marca um bairro de classe alta, o verde claro classe média e o marrom as áreas mais pobres. Como se pode perceber o mapa de Arkham possui uma divisão bem clara entre as classes sociais.
As pequenas bandeiras marcam a localização de bairros com predominância de imigrantes estrangeiros.
RIVERTOWN
Esta parte da cidade está localizada, parcialmente, no norte da French Hill, indo desde a River Street até descer sinuosamente e encontrar o Rio Miskatonic. É uma área mais baixa, que tende a alagar na estação das chuvas quando o rio enche, devorando as margens. Nessa época a lama e o barro preto do fundo do Miskatonic é revolvida e como resultado as ruas ficam tomadas de sujeira e de um cheiro desagradável remanescente dos produtos químicos usados pela indústria têxtil.
Habitantes do sul da River Street costumam ser descendentes de franco-canadenses ou europeus orientais falando dezenas de dialetos. Pequenos guetos congregando habitantes de mesma descendência se formaram naturalmente. Os únicos imigrantes judeus de Arkham habitam essa área. Uma pequena sinagoga foi construída em 1909, mas ela foi consumida em um incêndio três anos depois.
River Street e pier |
Mais adiante as casas vão ficando cada vez mais empobrecidas. Algumas das pessoas mais pobres de Arkham vivem aqui, espremidas em bangalôs e cortiços entre a River Street e o rio. As casas hospedam famílias grandes apinhadas em habitações pequenas e feias. As ruas de terra batida sem calçamento costumam ficar cheias de lama e evitar os respingos constitui uma arte. A maioria das pessoas simplesmente pararam de se importar com isso faz tempo. A lama preta de RiverTown na bainha da calça é um indicador de pobreza na cidade.
A área da River Street também é uma das mais perigosas de Arkham com crime e violência constante. Não é algo frequente, mas já foram vistos cadáveres boiando no Miskatonic ou lançados nas margens lamacentas, sobretudo durante os períodos de maior beligerância entre gangues de italianos e irlandeses. Policiais tendem a ignorar chamadas dessa área e os próprios cidadãos formam comitês de vigilância que agem à margem da lei. Alguns dos únicos linchamentos ocorridos na história recente cidade tiveram como palco a rua na beirada do rio.
River Street |
Há boatos que os velhos armazéns abandonados da River Street continuam sendo usados por contrabandistas de bebidas que descem o Miskatonic nas noites sem lua em embarcações à vela para não chamar a atenção. Os homens de Dan "Irish" O´Bannion, o maior chefão criminoso de Arkham controlam a área e ai de quem desafiar a autoridade deles. Até mesmo a gangue local de pequenos delinquentes os Finn-Boys devem obediência a O'Bannion, reservando parte de seus ganhos ao mafioso.
CAMPUS TOWN
O Campus é a região mais movimentada de Arkham.
Trata-se do principal ponto turístico da cidade, que atrai o maior número de visitantes. A paisagem é mantida imaculadamente limpa e as dependências da Universidade são ótimos lugares para caminhar, visto que são sombreadas, amplas e frescas. Patrulhas de polícia são frequentes; vadiagem, principalmente após o anoitecer, é proibida.
Embora os prédios da Universidade encontrem-se fora dessa área o local tem um toque acadêmico. O Hospital St Mary (a Unidade modelo usada pela Universidade) e o Estádio de Futebol Americano ficam nessa vizinhança.
Trata-se do principal ponto turístico da cidade, que atrai o maior número de visitantes. A paisagem é mantida imaculadamente limpa e as dependências da Universidade são ótimos lugares para caminhar, visto que são sombreadas, amplas e frescas. Patrulhas de polícia são frequentes; vadiagem, principalmente após o anoitecer, é proibida.
Fachada do Prédio principal da Miskatonic University |
Assim como o bairro Merchant, o terreno do Campus é mais baixo, erguendo-se apenas ao sul. Há várias praças, restaurantes e lojas nessa área fazendo com que o ambiente fique constantemente tomado pelos estudantes. Mesmo à noite, é comum encontrar alunos reunidos nos bancos da praça ou mesmo sentados no gramado em animadas conversas. Lanchonetes, cafés e um pequeno comércio se desenvolveu nessa área. Alunos podem alugar bicicletas para ir à aula ou esperar pelo ônibus que sai a cada 10 minutos com destino a Universidade.
Ao norte da rua Crane e da West existe um bloco de casas residenciais, construídas em estilo federalista-georgiano. Muitas dessas casas não são mais residências, mas são mantidas como escritórios pela Universidade ou outras organizações. Esta área é bem preparada como qualquer outra do Campus. Ali fica a Casas do Reitor, a casa que hospeda os professores convidados ou temporários e o auditório cívico. A área abriga ainda o pequeno teatro usado pelo grupo de alunos artistas, jocosamente chamado The Thespian Arkhanites. Mais adiante fica o prédio que hospeda o Pavilhão das Artes, um dos únicos departamentos localizado no campus.
Crane Street |
Na esquina com o Hospital localiza-se a morgue ocupando a área que antes hospedava o Pavilhão da Escola de Medicina, transferido para a Universidade e que hoje é uma escola de enfermagem. A Biblioteca Orne, depositário do vasto acervo de livros da Universidade, fica no final da rua e é de longe a maior construção.
A Oeste da rua Boundary existem dois blocos de casas mais modestas. A Hill Street é uma velha rua cercada por antigas árvores apodrecidas, que brotam da terra ao longo da estrada em alguns lugares. Esta é uma parte antiga e rústica da cidade com casas que datam do século XVII, e as famílias que as habitam estão lá há muitas gerações, provavelmente é a parte mais antiga da cidade.
O contraste entre o velho e o novo é um dos charmes da Boundary. Enquanto algumas casas são novas em folha, oferecendo todo tipo de conforto, ao lado encontram-se antigas moradias reminiscentes dos tempos coloniais. Para estudantes com espírito de antiquário, o lugar oferece incontáveis vislumbres dos velhos tempos e uma oportunidade de conhecer a arquitetura da Nova Inglaterra.
FRENCH HILL
Prédio principal da Biblioteca Orne |
FRENCH HILL
Assombrada pelo sempre presente campanário da Igreja Episcopal de Bayfriar, essa é outra área histórica, o coração que viu a chegada dos primeiros colonos ingleses.
As casas de tijolo cinzento, telhados de amianto e ocasionais telhas georgianas foram deterioradas pelo tempo e sua arquitetura é rústica. Dispostas lado a lado, cortadas por ruelas e becos elas assomam ao longo da colina que dá nome ao bairro. Muitas casas se aglomeram, acavalando-se loucamente pelas ruas apertadas. O projeto urbanístico caótico é resultado da ocupação por parte das famílias de imigrantes despejadas no porto de Arkham no início do século. Muitos deles receberam permissão de ocupar as velhas casas abandonadas que existiam aqui depois da inundação de 1888. Entre as construções mais antigas encontra-se a pérfida morada que pertenceu a lendária feiticeira Keziah Mason, conhecida como A Casa da Bruxa. Ela foi convertida em uma pensão que hospeda famílias de baixa renda e alunos com recursos modestos.
Muitas ruas não são mais do que passagens estreitas e vias tortuosas em forma de escada, que sobem a colina e, eventualmente, são atravessadas por pórticos de pedra escura. O crime é comum nessa vizinhança e muitos moradores de Arkham consideram essa área perigosa evitando-a, sobretudo, à noite.
As casas de tijolo cinzento, telhados de amianto e ocasionais telhas georgianas foram deterioradas pelo tempo e sua arquitetura é rústica. Dispostas lado a lado, cortadas por ruelas e becos elas assomam ao longo da colina que dá nome ao bairro. Muitas casas se aglomeram, acavalando-se loucamente pelas ruas apertadas. O projeto urbanístico caótico é resultado da ocupação por parte das famílias de imigrantes despejadas no porto de Arkham no início do século. Muitos deles receberam permissão de ocupar as velhas casas abandonadas que existiam aqui depois da inundação de 1888. Entre as construções mais antigas encontra-se a pérfida morada que pertenceu a lendária feiticeira Keziah Mason, conhecida como A Casa da Bruxa. Ela foi convertida em uma pensão que hospeda famílias de baixa renda e alunos com recursos modestos.
Muitas ruas não são mais do que passagens estreitas e vias tortuosas em forma de escada, que sobem a colina e, eventualmente, são atravessadas por pórticos de pedra escura. O crime é comum nessa vizinhança e muitos moradores de Arkham consideram essa área perigosa evitando-a, sobretudo, à noite.
Church Street no coração de French Hill |
A oeste da colina, alemães e famílias do leste europeu dividem espaço com ocasionais poloneses. A área possui sua parcela de casebres amontoados com telhados remendados, estendendo-se por seis quadras. Nessa área fica a Igreja de St. Michael fundada em 1854.
Uma propriedade chama a atenção nesse ambiente decadente. Uma imponente mansão com um jardim bem cuidado, totalmente cercado por um muro alto. Trata-se da Silver Twilight, uma espécie de clube de cavalheiros ou para alguns sociedade nos mesmos moldes da maçonaria. As viúvas fofoqueiras que moram nas proximidades contam estórias sobre o que acontece atrás de suas portas durante a madrugadas, horário em que seus frequentadores costumam se reunir. Se perguntado a respeito, alguns moradores apenas se benzem e desconversam.
UPTOWN
A maior parte deste bairro é de classe média, mas as ruas Saltonstall e High merecem maior atenção. Empoleiradas no alto da South Hill, possui apartamentos, como o condomínio Franklin Place, que concede uma bela vista do campus e do rio. Essas duas ruas de tijolos têm dezoito metros de largura e são ladeadas por árvores que proporcionam uma ótima sombra.
Mansões em estilo georgiano-federalista, uma vez propriedades de antigos donos de moinhos, seguem pelos dois lados das ruas, da continuação da Boundary até a South Garrison. As casas são postas lado a lado, uniformemente a três metros e meio da calçada de tijolos. Um pequeno gramado de um metro e meio de largura estende-se entre a casa e a calçada.
Mansões em estilo georgiano-federalista, uma vez propriedades de antigos donos de moinhos, seguem pelos dois lados das ruas, da continuação da Boundary até a South Garrison. As casas são postas lado a lado, uniformemente a três metros e meio da calçada de tijolos. Um pequeno gramado de um metro e meio de largura estende-se entre a casa e a calçada.
Santonstall Street |
As casas ao longo da rua Pickman são de um estilo mais modesto e moderno. Aqui são numerosas as casas de dois ou três andares, a maioria de madeira, sendo que muitas foram divididas em apartamentos. Algumas estão escondidas atrás de outras casas, acessíveis somente por becos estreitos. Muitas antigas mansões em estilo Georgiano ainda existem na região. Moradores aqui incluem universitários mais velhos que resolveram se fixar na cidade e professores permanentes.
Washington Street |
A South Hill Street quase nos limites da cidade, não possui iluminação e é pouco habitada. As casas aqui são antigas, cambaleantes, tomadas por musgos, trepadeiras e com suas fachadas e telhados empenados. Embora muitas sejam grandes, a maioria não possui gás ou água encanada. A rua é recoberta de caibros de madeira e seixos que foram dispostos muito tempo atrás.
Velhas e abandonadas casas de fazenda ainda podem ser encontradas, elas vão sendo gradualmente absorvidas pela cidade a medida que ela cresce; escondidos atrás de grandes árvores, estão antigos jardins que foram mantidos pelas antigas famílias, mas que estão abandonados agora. Esta área ainda não foi incorporada. Os residentes ainda têm de retirar sua água de poços escavados ao longo da rua.
South Hill Street |
SOUTHSIDE
Quase nos limites da cidade, South Side é uma área que começou a ser habitada pioneiramente por famílias de irlandeses e poloneses, e mais recentemente por um número cada vez maior de imigrantes italianos. Alguns habitantes mais antigos de Arkham chamam a área de Pequena Itália ou mais pejorativamente de Bairro dos Carcamanos.
Originalmente a região era pantanosa com algumas charnecas que no verão enchiam de mosquitos e afastavam os quem ali tentava se estabelecer. O terreno fazia parte de uma velha chácara que foi comprada pela prefeitura e aterrada, com os lotes colocados a venda por um preço atraente. Os títulos de propriedade foram negociados por corretores italianos que facilitavam a venda para seus conterrâneos. As casas que ali surgiram foram bem construídas com direito a jardins frontais e cercas brancas transformando o lugar em um agradável subúrbio. A vizinhança se beneficiou ainda de um pequeno comércio na rua Walnut.
South Sentinel Street |
Na fronteira norte com French Hill, as casas são mais antigas e lotadas por famílias pobres que habitavam French Hill e foram vindo para o sul em busca de uma vizinhança menos combalida. Algumas delas foram construídas no século XVIII como o sobrado decrépito onde funciona funerária do senhor Jaspar Eleazar a mais antiga da cidade. A área tem muito de French Hill e os moradores tentam evitar que as outras ruas sejam tomadas pelo mesmo processo que transforma os prédios em cortiços. A recessão da economia sem dúvida irá agravar esse quadro.
Na rua Pickman encontra-se o Instituto Larkin, um hospital psiquiátrico renomado e opção para os que não se agradam com o Asilo Arkham. Na South Garrison, o prédio da Sociedade Histórica de Arkham destoa no ambiente como uma construção extremamente bem cuidada, aberta ao público diariamente. Ela conta com uma biblioteca, museu e arquivos históricos repletos de curiosidades e informações sobre a cidade.