O texto à seguir foi escrito com base na descrição de H.P. Lovecraft à respeito do Necronomicon e onde o livro blasfemo do árabe louco, poderia ser encontrado.
Cópias Conhecidas
Condenado e sistematicamente destruído pela Igreja, atualmente restam apenas cinco exemplares do Necronomicon no mundo. Ao menos, cinco exemplares cujo paradeiro é de conhecimento público. Várias outras cópias foram preservadas em bibliotecas ou coleções particulares, mas sua existência não é corroborada e tampouco negada.
De tempos em tempos, exemplares surgem no mercado negro e são rapidamente adquiridos por colecionadores de livros raros, por interessados no conteúdo místico ou por indivíduos atraídos pela reputação blasfema da obra. O valor dele atinge altas cifras, muito além dos recursos disponíveis a maioria dos estudiosos do oculto. Poucos podem se dar ao luxo de obter uma cópia desse livro negro. Dado o valor e as condições frágeis das cópias existentes, as instituições que possuem cópias do Necronomicon, raramente permitem sua consulta.
Além disso, o fato do Necronomicon atrair pessoas de caráter duvidoso (leia-se cultistas e membros de seitas), também coopera para que a consulta do livro seja vedada, exceto a estudiosos e pesquisadores com credenciais imaculadas. O reitor da Universidade Miskatonic, o renomado Professor Henry Armitage, enviou correspondência para seus colegas pedindo -- quase implorando, que não fosse permitida a consulta pública desse volume. Armitage explicava sobre as implicações dramáticas de deixar o Necronomicon cair em mãos erradas. Ele obviamente se referia ao perturbador caso de Wilbur Whateley que conseguiu copiar trechos do Necronomicon antes que o professor soubesse de seu conteúdo profano. Nem todos seus colegas acreditavam no seu relato, contudo o acesso ao livro dificilmente é garantido.
As cinco cópias conhecidas são todas do texto em latim traduzido por Ollaus Wormius. Quatro exemplares pertencem a segunda edição espanhola, impressa no século XVII e apenas uma é da edição alemã original do século XVI.
Os exemplares da versão latina fazem parte dos acervos da Bibliothèque Nationale de Paris, da Biblioteca da Universidade Miskatonic, em Arkham, a Biblioteca Widener, em Harvard, e à Biblioteca da Universidade de Buenos Aires. O único exemplar sobrevivente da edição alemã encontra-se no cofre da Biblioteca do Museu Britânico em Londres.
Embora acredite-se que a última cópia remanescente do Necronomicon em grego tenha sido destruída durante o caos que se seguiu à Caça às Bruxas de Salem em Massachusetts, rumores sobre outras cópias emergem frequentemente. O rumor mais recente a esse respeito afirma que o artista Richard Upton Pickman mantinha um exemplar em seu ateliê de Nova York. Se isso era verdade, o tomo parece ter desaparecido junto com o excêntrico pintor em 1926.
Cópias manuscritas do documento traduzido pelo Dr. John Dee, a maior parte delas danificadas ou incompletas, também costumam surgir. A descoberta mais recente foi feita pela Universidade Miskatonic, que adquiriu uma versão quase completa do Necronomicon de Dee para seu invejável acervo. O mais mundano Manuscrito Sussex também pode ser encontrado na coleção da Miskatonic e em outras bibliotecas na Europa.
É consenso que nenhuma cópia do Al-Azif, o documento original em árabe tenha sobrevivido à presente data, embora circule um rumor de que uma cópia surgiu em São Francisco pouco antes do terremoto e incêndio que destruiu a cidade em 1906. A alegação que o Museu Briânico dispunha de uma cópia também foi negada.
Há alguns anos, o Professor Phileus Sadowsky, filólogo e professor de literatura árabe da Universidade de Sófia, Bulgária, afirmou ter consultado um livro medieval árabe, intitulado Kitab al-Azif, na Magyar Tudomanyos Akademia Orientalisztikai Kozlemenyei, da Hungria mas a instituição negou possuir tal obra.
Segundo Sadowsky, o livro media 21 x 16 centímetros e estava escrito em um pergaminho já bastante apodrecido e semi-devorado por vermes. Havia marcas de queimadura na extremidade direita do volume, como se alguém o houvesse arremessado ao fogo e se arrependido logo em seguida. O livro fora escrito em letra tremida e, segundo o Professor, não se tratava do trabalho de um calígrafo ou escriba profissional. O material usado no pergaminho e o estilo dos caracteres arábicos o fez presumir que a obra tinha sido copiada na Síria ou no Irã, em meados do século VIII.
Por anos acreditou-se que a biblioteca da Universidade Al-Azhar no Cairo também dispunha de uma coleção de manuscritos em pele de carneiro que continha trechos completos do Al-Azif. Esses manuscritos teriam sido salvos do legendário incêndio que consumiu a Biblioteca de Alexandria. O boato foi negado pelos diretores da instituição, embora alguns pesquisadores ocidentais afirmem que a obra consta no acervo. Se essa informação for verdadeira, o manuscrito estaria seguramente entre os livros mais raros do mundo.
Descrição Física
Todas as cópias impressas do Necronomicon são em tamanho de folio. As edições latinas impressas na Espanha e Alemanha tem dimensões idênticas (18 por 11 1/2 polegadas) e contém 802 páginas. Há rumores que a cópia em grego teria cerca de 30 páginas à mais. O formato da letra usada é o clássico "black letter gothic", e numerosos desenhos ilustram as páginas. A encadernação, assim como acontecia com a maioria dos livros no período refletia o gosto pessoal dos donos (até o século XIX, os livros vinham da impressão sem capa e esta era adicionada pelo comprador).
O Necronomicon em poder do Museu Britânico tem uma capa do século XV em couro e se encontra em condições razoáveis. Impresso na Alemanha, o texto está em bom estado mas lamentavelmente sete páginas estão ausentes (tendo sido cortadas cuidadosamente com uma lâmina afiada). O volume em poder do Museu Britânico é proveniente de uma doação anônima no ano de 1753.
A cópia pertencente a Bibliotheque Nationale se encontra em más condições, encadernada em papel cartonado como era comum na época. O texto também está em condições lamentáveis, com muitas páginas rasgadas e várias outras ausentes. Outras folhas estão indecifráveis, manchadas por uma substância que parece ser sangue. A aquisição do livro permanece envolta em mistério, o volume foi depositado sobre a mesa do bibliotecário chefe por um furtivo homem de aparência estrangeira em meados de 1811. O misterioso doador foi encontrado uma semana mas tarde em um apartamento infestado de ratos, vítima de veneno.
A Universidade de Buenos Aires possui uma cópia trazida para a América do Sul no final do século XVII. O exemplar teria vindo da Espanha entre os objetos de um sacerdote. Embora o texto esteja em condições apenas razoáveis, ele é único por apresentar anotações nas margens em um idioma desconhecido.
A Biblioteca Widener de Harvard contém um Necronomicon em péssimo estado de conservação. Sua encadernação ainda é a original, mas estragada e descascando. O texto está completo, mas muitas páginas se soltaram e outras estão rasgadas e amassadas. Trabalhos de restauração estão sendo realizados. O livro era parte da coleção de Harry Elkins Widener, um milionário americano que obteve o livro em um leilão pouco antes de embarcar na fatídica viagem do Titanic em 1912. Widener e sua cópia sobreviveram ao naufrágio.
O exemplar da Universidade Miskatonic foi obtido no final do século XIX pelo jovem Professor Henry Armitage, que havia sido contratado pela instituição. Adquirido da coleção do negociante de Providence, Whipple Phillips, a edição de Miskatonic recebeu uma nova encadernação com couro de cabra no século XVIII. Um título falso, Qanoon-e-Ilsam, identifica o livro na sua folha de rosto. O texto está completo e em boas condições gerais.
Estou juntando coragem para começar o meu ultimate necronomicon...vai dar trabalho hehe
ResponderExcluirEstou adorando essa sequência de posts sobre o necronomicon.
ResponderExcluirAinda planejo montar um, imitando esses tomos antigos, como os das fotos. Seria um ótimo item pra entregar na mesa =}
(mas vai dar tanto trabalho que ainda não deu coragem xD )