quinta-feira, 7 de junho de 2018

"O Ciclo de Yig" - Antologia da Clock Tower sobre o Pai das Serpentes


No Universo dos Mythos de Cthulhu, Yig é um dos Grandes Antigos mais atuantes.

Interpretado por muitas civilizações ancestrais, ele assume a forma dos dragões chineses, da serpente emplumada, do Deus da cura cultuado pelos nativos americanos, de Set, o Deus egípcio do mal, ele está presente no mito haitiano da Serpente do Arco Iris e é personagem chave na fábula do Éden no papel do grande tentador, arquiteto da Queda do Paraíso. 

A serpente é a personificação da Besta e quando Yig adentrou a nossa realidade e teve de decidir qual forma assumir em nosso planeta, ele buscou aquela que inspirava maior terror na humanidade.

Yig apareceu pela primeira vez na história "A Maldição de Yig", concebida por Zealia Bishop, quase que completamente reescrita por H.P. Lovecraft. Nessa história, Yig é descrito como uma criatura humanóide com características de serpente, o corpo cheio de escamas, olhos vítreos e boca larga. De acordo com Lovecraft, todas as cobras são servas de Yig - elas são as suas "crianças". Quando deseja punir aqueles que o desafiam Yig as envia na calada da noite, ou lança sobre seus desafetos uma maldição aterrorizante que transforma a vítima em uma abominação, um ser meio homem, meio réptil.

Yig é figura central em várias histórias e contos, dos parceiros do Círculo Lovecraftiano, Robert E. Howard o usou como entidade principal no Culto de Set e o identificou com a raça atávica, o Povo Serpente da Valúsia, inimigos do Rei Kull.

Infelizmente, as histórias de Yig jamais foram publicadas no idioma português. 

Mas isso está prestes a mudar...

A Editora Clock Tower, já conhecida dos fãs do horror cósmico, responsável por excelentes coletâneas de contos, até então inéditos, de grandes expoentes do gênero anunciou seu próximo projeto que se encontra na reta final de financiamento.

A Coletânea dedicada ao Pai das Serpentes tem o sugestivo nome "O Ciclo de Yig" e reúne os três grandes contos escrito pelo criador do Mythos envolvendo o deus réptil.

Os contos são "A Colina" (The Mound), escrito por Lovecraft em 1930, atuando como ghostwriter para Zealia Bishop que queria uma história tradicional de assombrações e velhas maldições indígenas. Lovecraft subverteu o tema sugerido, acrescentou elementos típicos do Horror Cósmico, uma civilização perdida nos subterrâneos do meio-oeste americano, o Reino de K'na yan que seria combustível para muitas outras histórias nas décadas seguintes. A história não foi publicada durante a vida de Lovecraft, mas após a sua morte foi redescoberta e ganhou um lugar de destaque pela sua criatividade.

O segundo conto é o clássico "A Maldição de Yig" (The Curse of Yig), escrito em 1928. A história introduz a entidade serpentoide Yig, narra uma terrível maldição extraída por um culto contra um homem que desafia a vontade de um Deus. A Maldição em si é absolutamente bizarra, Lovecraft está em grande forma, apesar de atuar novamente como ghostwriter para Zealia Bishop.

A terceira história é "Vindo dos Aeons" (Out of Aeons) co-escrita por Hazel Heald. Os fãs de Lovecraft encontrarão nessa narrativa vários elementos clássicos de sua obra entre os quais cultos blasfemos, tomos profanos (o Livro Negro de Von Junz!), maldições aterrorizantes, civilizações ancestrais, citações a Deuses Exteriores e um dos mais mortais Grandes Antigos da Mitologia Lovecraftiana. o terrível Ghatanathoa (um dos meus monstros favoritos!)

Completa a edição uma série de extras inéditos: prefácio de Daniel I. Dutra, cartas dos autores, ilustrações de época e arte interna elaborada por Elson Félix.

Sem dúvida um excelente acréscimo ao repertório de histórias de Horror Cósmico com a qualidade da Clock Tower.

Para quem estiver interessado, visite o  Site Lovecraft e adquira o seu.


4 comentários:

  1. Poderia esclarecer minha dúvida sobre como se ler corretamente a palavra "Cthulhu" ?

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    1. Amigo essa palavra não foi feita para humanos falarem, logo, qualquer pronúncia tá correta, assim como a forma de escrita, chama de Cleiton

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  2. Não conhecia essa entidade dos Mythos. Excelente iniciativa da Clock Tower. Acompanharei com interesse e farei um esforcinho pra garantir o meu também. Até porque temos que apoiar essas obras .

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  3. Na verdade tanto a ilustração da capa, quanto as internas são de minha autoria.
    Bom, quanto aos contos, eles são magníficos, eu gostei especialmente do primeiro "A Colina", mas os outros também são excelentes.
    Existe uma certa dificuldade em transformar em imagens a obra do Lovecraft, além da quantidades de elementos em suas histórias, o que ele descreve, é algo que não pode ser visto, somente sentido, o horror cósmico dele não pode ser compreendido com a imaginação

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