"True Detective" estava sinalizando desde o início com esse episódio: o momento em que os investigadores conseguem invadir a festa exclusiva em que homens ricos e poderosos se reúnem para uma orgia.
É uma visão de completa decadência e perversão, realçada pelas imagens fora de foco representando os sentidos confusos da ex-Detetive Bezzerides que havia sido drogada. O resultado é uma descida sem escalas a um antro infernal que lembra a festa assombrada de "O Iluminado" (The Shinning) e, é claro, o sinistro baile de máscaras de "De Olhos bem Fechados" (Eyes wide Shut). Uma perfeita combinação, quase uma homenagem ao aniversário de Stanley Kubrick (que completaria 87 anos essa semana).
Mas antes de abordar o ponto alto do episódio, vejamos o que aconteceu antes.
O episódio anterior terminou com o ex-Detetive Velcoro visitando a casa de Frank Semyon com a intenção de colocar as cartas na mesa. Seu objetivo era confrontar o patrão com a descoberta de que ele matou o homem errado graças a sua dica falsa. O sujeito que Ray matou, não era, afinal de contas o responsável por estuprar a sua mulher Gena e deflagrar os 11 anos de inferno pelo qual ele passou. A situação é imprevisível, todos sabemos que quando Velcoro está furioso tudo pode acontecer. Frank com certeza sabe disso, portanto mantém uma arma engatilhada de baixo da mesa. Ray faz o mesmo. O momento da verdade é doloroso e a dúvida de quem vai bancar o Han Solo na cantina de Mos Eisley persiste até o último segundo da sequência.
O gangster tem que falar devagar e de maneira mansa para não cometer nenhum deslize fatal. Qualquer palavra fora do lugar pode pintar a cozinha de vermelho. Ele explica que recebeu a informação de que um viciado em meth era o responsável pelo estupro e que apenas repassou o nome como uma maneira de fazer justiça. Ray suspeita que Frank o usou para eliminar algum desafeto e cobra explicações. Mais do que ser enganado, Velcoro acusa Frank ade ter sido o responsável por acabar com sua vida, tornando-o um policial corrupto, o que o levou ao abuso de bebida e drogas que culminaram com sua separação. Agora que ele sabe que o verdadeiro estuprador está preso, a única certeza que ele tinha - de que a "justiça" havia sido feita, evaporou.
Mas enfim, Frank e Ray não terminam a cena atirando um no outro. De fato eles conseguem chegar a um entendimento no qual Velcoro poderá se ver livre de Frank desde que o ajude a resolver as pendengas do caso Caspere. Frank em contrapartida promete que vai averiguar quem lhe deu a informação errada e passar para Ray. Com as armas devidamente guardadas, os dois acabam trocando pistas sobre Irina, a prostituta que penhorou os objetos valiosos de Caspere e que conduziu a Ledo Amarilla e ao sangrento tiroteio do episódio quatro. Frank menciona finalmente o Hard Drive com as filmagens comprometedoras que foi roubado na noite do assassinato de Caspere o que leva Ray a relacionar o fato às festas de poderosos ocorrendo em Guerneville. Ray também conta que Blake (o capanga de Frank) está agenciando as prostitutas que abastecem a festinha. Tudo parece se encaixar e a trama consegue andar mais alguns preciosos centímetros.
Ray e Frank conseguem terminar a conversa sem recorrer à violência, mas nem tudo acaba bem para Velcoro. A primeira visita de Chad, seu filho, acompanhado de uma assistente social termina em desastre. Quer dizer, ninguém merece passar uma tarde sentado num sofá na companhia de um estranho e de um pirralho ruivo e rechonchudo querendo assistir reprises de Friends. A experiência vai tão mal que logo depois de deixar o garoto na casa da mãe, ele volta para casa e dá início a um quebra-quebra movido a muitas drogas e muita bebida. Adeus 60 dias de sobriedade, olá esquecimento: "This is the end, my only friend the end", poderia estar tocando no fundo.
Ao terminar sua celebração ao excesso (no melhor estilo Apocalypse Now), Ray parece decidido a abandonar a briga pela custódia de Chad. Ele liga para a mulher e diz que vai desistir da guarda, contanto que Gena não leve adiante o plano de revelar o resultado do exame de paternidade ao garoto. A princípio ela parece satisfeita e Ray desliga o telefone.
Mas no dia seguinte Velcoro já está de volta ao ataque. Isso logo após uma noite em que ele caiu de cabeça em carreiras e mais carreiras de cocaína e bebeu um balde de whisky. Ray faz uma "visita cordial" ao estuprador na cadeia. O diálogo entre eles é no mínimo assustador. Desde o primeiro episódio, quando Velcoro dá uma surra no pai de um moleque que praticava bully, não vimos tanta intimidação:
"Eu vou arrancar cada centímetro de sua pele com um ralador e vou começar com o seu p...".
É o tipo da coisa que um cara não quer ouvir, ainda mais quando dito por alguém que claramente não está fazendo uma ameaça vazia. A coisa está mais para uma promessa. Como resultado o sr. estuprador começa a ponderar preocupado sobre seu futuro imediato. Boa Ray, é por isso que gostamos de você!
Enquanto isso, Frank segue em seu próprio trabalho como detetive em busca do HD de Caspian e da chance de recuperar ao menos uma parte de seu dinheiro. O presidente do Grupo Catalyst prometeu a ele uma porcentagem do corredor ferroviário caso ele encontre o computador e o gangstar sabe que essa pode ser sua melhor oportunidade de diminuir o prejuízo. Antes, no entanto, ele faz uma visita a viúva de Stan - "o misterioso Sr. Stan", assassinado só Deus sabe porque. Ele descobre que Blake tentou consolar a viúva e descobrir se Stan havia falado alguma coisa a ela. Ao que tudo indica, Stan viu ou ouviu algum detalhe sigiloso que fez com que ele fosse apagado antes de poder contar ao chefe. Eu imagino que Blake foi quem dedurou Stan e fez com que ele fosse morto, mas até aqui não há como saber exatamente o que ele descobriu.
Frank dá um jeito de descobrir detalhes sobre as amizades de Irina e com a ajuda de um capanga e de uma pistola de pregos convence um informante a falar um pouco mais sobre a mulher. Irina sumiu depois de ter tentado repassar os objetos de Caspere. Frank e seus homens conduzem uma busca numa das casas usadas pelos mexicanos da Santa Muerte e lá são surpreendidos por um bando que apareceu anteriormente querendo negociar a venda de drogas na boite. Isso permite que Frank faça a melhor piada da noite: "Isso bate todas: participar de um Impasse Mexicano com mexicanos de verdade". Ao menos o impasse é resolvido sem derramamento de sangue - Frank está ficando bom nisso!
Ele consegue um acordo com os mexicanos, permitir que eles operem em sua boite em troca de uma conversa com Irina. Os bandidos aceitam o trato e providenciam um telefonema de Irina no qual ela menciona que um policial teria encomendado a venda dos objetos para a casa de penhores. Isso corrobora de uma vez por todas a armação que fizeram para cima de Ledo Amarilla, com o intuito dele levar a culpa pela morte de Caspere. Frank consegue combinar com Irina um encontro cara a cara, mas ao chegar lá encontra a mulher morta com a garganta cortada. Os gangsters mexicanos aparecem das sombras, e enquanto "Cisco Kid" limpa a lâmina de sua faca o outro negocia os termos do acordo. O trato ainda está de pé, mas Irina foi morta por ter aberto o bico sobre sua negociação com a polícia.
E então, vamos para a sequência climática da noite.
Ani se prepara para seguir para a festa em Guerneville. Ela consegue acesso ao lugar graças a sua irmã Athena que tem alguns contatos no submundo da prostituição de luxo. Ani faz um treinamento básico com sua faca, que serve para nos lembrar que ela é expert em manejar lâminas com precisão mortal, uma perícia que ainda não havíamos visto em ação. Athena recomenda que a irmã vista um vestido adequado e pareça uma moça que custe US$ 2.000. Um ônibus vai vir buscá-la num lugar marcado e levará ela e as outras meninas para a casa.
Como não poderia deixar de ser, Blake age como o agenciador da coisa toda. Ani não pode levar nada para dentro da casa, portanto nada de celular, bolsa e muito menos faca ou arma. Uma vez lá dentro ela estará por conta própria, e nas palavras de Athena, "é fazer sexo ou correr". Ao menos ela está com um transmissor entregue por Woodruff. Nós acompanhamos a viagem do "Whore on Wheels" pelas estradas da Califórnia sentido norte, rumo a mansão em Guerneville. Atrás dele, Paul e Ray seguem mantendo uma distância confortável.
Ao descer do ônibus, Ani se vê perfilada lado a lado com um bando de garotas do Leste Europeu. Cada uma recebe uma dose de spray contendo heroína pura (algo chamado "Molly"), "para ficar no clima". A coisa fica cada vez mais feia quando ela entra na casa e se depara com um bando de velhos sinistros babando em cima das meninas. Ani começa a sentir os efeitos da droga, mas consegue transitar pelos aposentos da festa, evitando os olhares do Prefeito Chessani, Osip e da cúpula da Polícia de Vinci que obviamente estão na festa.
Se uma bacia de viagra não fosse indicativo suficiente do que está para acontecer, Ani tem a chance de presenciar em primeira mão o desenrolar da festinha particular. Uma orgia digna de pesadelo, que não fica devendo nada a festa de "De Olhos bem Fechados". Ani consegue evitar ser puxada pelos velhos ricaços lambões, mas finalmente acaba atraíndo a atenção de um deles que a chama para um dos aposentos reservados. Ela consegue se livrar dele e corre para o banheiro onde vomita. Lá, por sorte dá de cara com Vera, a moça desaparecida desde o primeiro episódio que ela prometeu encontrar. Assim como Ani, Vera não consegue pensar direito, a dose de heroína a deixa confusa e dócil.
Do lado de fora da casa, Ray e Paul se livram de alguns capangas que fazem a segurança da mansão. Eles conseguem espiar por uma janela e vêem Osip e McCandless (o dono da Catalyst) tratando de negócios e guardando alguns documentos numa gaveta antes de descer para participar da festa. Assim que eles vão embora, Paul arromba a porta e rouba os papéis com assinaturas comprometedoras. Que papéis são esses, ainda vamos descobrir, mas parecem ser provas contundentes das maracutaias do grupo inteiro. Ponto para os heróis!
Ani tenta carregar Vera para fora, mas no caminho se depara com o ricaço que cansado de esperar por ela foi a sua procura. Com a visão borrada pelas drogas, cercada por corpos estranhos transando por todos os lados, Ani reage como pode. Ela havia surrupiado uma faca na mesa de jantar e usa a lâmina para abrir caminho. O ricaço cheio de tesão é o primeiro a beijar a lona e quando um russo grandalhão a agarra, Ani finalmente mostra sua habilidade com facas ferindo o sujeito mortalmente. O sujeito sangra e vai perdendo as forças. As duas conseguem escapar se deparando com Paul na porta dos fundos.
O grupo foge em disparada, perseguido por capangas russos armados. As luzes da casa se acendem. Alerta Geral! Ferrou! O jeito é correr como se não houvesse amanhã, puxando Vera à reboque. Ainda bem que Velcoro está esperando com o carro do lado de fora e os resgata antes que os russos possam abrir fogo.
No carro, Paul dá uma folheada nos documentos e sugere que colocar as mãos naquilo valeu a pena. Enquanto isso Ani tenta organizar seus pensamentos, "Acho que eu matei alguém", ela diz enquanto o carro acelera noite adentro.
Faltam dois episódios para o fim da temporada. Ao menos veremos o que Vera sabe e o que dizem esses documentos roubados, tudo indica que o próximo episódio será muito importante.
PISTAS, INDÍCIOS E SUSPEITAS NO EPISÓDIO:
1 - VIAGEM INFERNAL
Durante a sua jornada através da orgia, Ani parece ter alguns flashbacks na qual ela vê a si mesma como uma menininha, provavelmente na comunidade do pai anos atrás. Em todas as cenas, ela é perseguida por um hippie barbado e sinistro que finalmente consegue levá-la para uma van.
Com isso, fica bem óbvio de onde vem o trauma e terror que Ani sente diante de qualquer intimidade. O cara é bizarro, com um sorriso malvado e (na boa!) uma tremenda aparência de lobisomem. Me lembrou até o Bob de Twin Peaks, a entidade responsável pela morte de Laura Palmer naquela série.
Quem era esse sujeito? Que fim ele levou? Será que Ani tinha recordação dele ou apenas as visões e a droga ajudaram a desenterrar essa memória traumática? Seja como for, são perguntas interessantes a serem respondidas pelo pai dela que ao que tudo indica tem culpa no cartório.
2 - DIAMANTES AZUIS
Paul segue o rastro dos tais diamantes azuis que foram roubados da casa de Ben Caspere.
Ele descobre que os tais diamantes azuis foram roubados de uma joalheria de Los Angeles por volta de 1992, na época dos distúrbios de Rodney King que deixaram a cidade à beira da Guerra Civil. Parece que o roubo foi organizado pela Polícia de Vinci, aqueles caras corruptos até a raiz do cabelo. Agora, como os diamantes terminaram com Caspere não se sabe.
3 - AS CRIANÇAS
Enquanto Paul entrevista o policial aposentado que investigou o roubo dos diamantes azuis, este conta que duas crianças ficaram trancadas em um armário durante o assalto. Os pais dessas crianças, um menino e uma menina, foram mortos na frente deles, mas posteriormente teriam sido adotados.
Vamos fazer as contas, se as crianças tinham 3 e 5 anos na época do assalto, elas teriam agora 26 e 28 anos respectivamente. Será que as duas crianças são os filhos do Prefeito Austin Chessani? Pensando a respeito, parece uma possibilidade que o Prefeito as tenha adotado. Mas sabe lá como isso se encaixa na estória... agora, a série não ia perder vários minutos falando das duas crianças se isso não tiver alguma explicação posterior.
4 - RALADOR
Quem mais está ansioso para ver Velcoro cumprindo a sua promessa de passar o estuprador de sua esposa em um ralador?
5 - O QUE HOUVE COM O DR. PITLOV
Por falar em ralador, no episódio passado Velcoro dá uma bela surra no Dr. Pitlov, o psicanalista bizarro que me lembra o falecido Ken humano. O infeliz apanha até a cara cheia de plástica desmoronar e ele cuspir dentes. Velcoro consegue algumas informações com ele, mas em momento algum ele disse que iria liberá-lo depois...
E de fato, o que aconteceu com o Dr. Pitlov? Velcoro matou ele? Se sim, o que ele fez com o cadáver?
6 - STAN, SEMPRE STAN
E não esquecemos do "Misterioso Sr. Stan". Por que um capanga zé-mané como Stan teria sido apagado? O que ele viu? O que ele sabia? O que poderia decretar a sua morte no episódio 3?
7 - OCULTO OU NÃO?
O que nos leva auma questão central na trama: existe afinal de contas algum indício sobrenatural nessa temporada?
Temos alguns indícios bizarros que apontam para um ingrediente de ocultismo: as máscaras de animal (inclusive a máscara do corvo do assassino), o sexo meio ritualístico na mansão, o assassinato esquisito de Ben Caspere (claramente ritualístico), o Instituto do pai de Ani, aquela cadeira onde uma mulher foi torturada, o envolvimento da Santa Muerte e aquela conversa entre Osip e McCandless de que negócios na Lua Cheia eram mais adequados (que diabo foi aquilo?).
Mesmo que não haja nada de ocultismo nessa estória, muita coisa ainda aponta nessa direção. E embora eu tenha ficado decepcionado em não ter visto uma menção a Bohemian Grove, ainda não perdi as esperanças. O que a tal Vera sabe? O que ela viu? No que ela tomou parte?
Parabéns pela resenha em escrita e organizada, explicando a trama até aqui. Os produtores deveriam ter criado outra série, para evitar comparações com a inigualável primeira temporada. Esta demorou para engrenar, mas os diálogos estão espertos e a história, intrigante. Rachel McAdams eu não conhecia, mas está incrível. Vince Vaugh está espetacular. Nem se fala do Colin Farrell, do qual sou fã de carteirinha desde Minority Report.
ResponderExcluirshow
ResponderExcluircontinue comentando a serie, gostei muito da sua visão sobre os episodios, esta temporada sera uma trama policial como em the following creio eu,bom trabalho
ResponderExcluirGostei muito das resenhas!
ResponderExcluirFaltou a do 5º episódio.
ótima analise, agora não sei se é apenas impressão minha, mas o Paul é quem está fazendo o verdadeiro “trabalho de detetive”, ele faz as diligencias, entrevistas as pessoas, e coleta bastante informações. Achava o personagem dele apático, agora com a cena do tiroteio, e a invasão na mansão no ultimo episódio, ele ser “frio” para ter mais sentido.
ResponderExcluirPaul, para fugir dos problemas, meteu a cara no trabalho e quase que faz tudo sozinho. A trama paralela de Velcoro de certa forma o afasta do trabalho, mas isso deve mudar depois da noite de fúria (e poderia ter ocorrido há uns 2 ep.). E Bezzerides? Nesse episódio, ela foi quase inútil. Bastava saber o local da luxuria (seguindo o ônibus, sem precisar dela dentro) e "Paul faria o resto".
ResponderExcluirA trama avançou - e não poderia ser diferente -, mas acho que esse episódio foi o fraco da temporada, que é muito boa, impressão que se solidifica sobretudo de não houver comparação com a anterior.
PS.: King in Yellow esqueceu do ep. anterior?
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Yellow King, tudo certo? Eu achei este blog pois estava procurando referências da primeira temporada e comecei a ler seus textos sobre TD frequentemente a partir da segunda temporada (da qual estou gostando bastante).
ResponderExcluirSeus textos me inspiraram a escrever os meus próprios com as minhas observações e o de outras pessoas sobre cada detalhe da segunda temporada. Gostaria muito que tu lesse e opinasse, então vou deixar o link do meu perfil.
https://medium.com/@stefferson____2
Vale lembrar que o Dr. Pitlov deixa escapar que a esposa do Pref. Chesani não podia suportar as tradições da familia. Seria essa mais uma indicação de um Culto Sinistro.
ResponderExcluirAcho que o Barbudo com sorriso sinistro da Bezzerides Provavelmente seja o pai dela, pois em uma das mãos ele usava uma pulseira igual ao dele, sem falar no estilo Hippie de ser...
ResponderExcluirUma das duas crianças no caso do roubo da joalheria deve ser o Paul, isso explica a constante necessidade de estar "fugindo" de moto (trauma de ficar escondido em um armário...)
Ainda acho que o verdadeiro estuprador no caso do Velcoro seja aquele cara ruivo que trabalha pro Frank...
Vamos ver se acerto algum achismo....