domingo, 4 de fevereiro de 2018

Ferramentas da Feiticeira - Objetos encontrados na Casa da Bruxa de Arkham


Objetos criados por Jason McKittrick
postado na Página do Propnomicon

Uma coleção única de itens baseados no conto clássico de H.P. Lovecraft, "Sonhos na Casa da Bruxa". Criados com incríveis detalhes pelo artista dos Mythos Jason McKittrick, essa coleção é composta pelos artefatos pertencentes a Keziah Mason encontrados na "Casa da Bruxa" depois dos infelizes incidentes envolvendo o aluno da Universidade Miskatonic, Walter Gilman.

Essa coleção de estranhos objetos do período colonial estavam atrás de uma parede de gesso no sótão que era ocupado pelo jovem matemático Walter Gilman. Os itens foram recolhidos pela polícia e uma vez que não havia consenso a respeito de seu propósito ou que eles tivessem sido usados em alguma atividade criminosa, terminaram por ser doados ao Departamento de História da Universidade Miskatonic. Posteriormente eles passaram a integrar o acervo do Museu de História, Arqueologia e Antropologia como itens extremamente valiosos para a história de Arkham e da Nova Inglaterra. 

O MANUSCRITO

"Outros objetos achados incluíam fragmentos lacerados de muitos livros e papéis junto com um pó amarelado deixado pela desintegração total de livros e papéis ainda mais velhos. Todos, sem exceção, pareciam tratar de magia negra em suas formas mais avançadas e horríveis; e a data evidentemente recente de alguns itens é ainda um mistério tão insolúvel quanto o dos ossos humanos recentes. Um mistério ainda maior é a absoluta homogeneidade da caligrafia intrincada, arcaica, encontrada em uma ampla variedade de papéis cujas condições e marcas de água sugerem diferenças de idades entre 150 e 200 anos".


A maioria dos papéis encontrados na Casa da Bruxa apresentavam enorme deterioração e a maioria não pode ser recuperada, à despeito dos esforços da equipe da Universidade. Essa página única de velino sobreviveu quase que por milagre a ação do tempo, umidade e poeira. Considerando que ela ficou exposta sem qualquer proteção é incrível que ele esteja em condições tão boas.

A folha apresenta uma série de direções e marcos espalhados pela casa infame, constituindo o que em teoria seria uma espécie de guia de como se locomover dentro da casa usando referências para acessar "planos e espaços além". Em teoria, seguindo determinada ordem de movimento dentro da casa seria possível acessar portais dimensionais que permitiriam viajar não apenas através do espaço, mas do tempo. Presumivelmente o papel era usado por Keziah Mason em suas práticas de ocultismo. 

Professores do controverso curso de Metafísica Medieval realizaram vários estudos e chegaram a conclusão que os símbolos e anotações equivalem a cálculos de matemática extremamente avançada. Nem mesmo os estudantes do Departamento de Ciências Exatas e Matemática foram capazes de decifrar todos os símbolos e a complicada tabulação. O que uma mulher praticamente iletrada do século XVII fazia com essas fórmulas constitui um enigma. Algumas pessoas suspeitaram que as anotações pertenceriam a Walter Gilman, que foi aluno de matemática até sua trágica morte, contudo uma análise do papel resultou na confirmação de que o velino e a tinta usada tinham pelo menos 200 anos de idade.

Infelizmente com a destruição da casa não há como definir se realmente os marcos existiam e qual seria o seu significado prático.

A LÂMINA

"Nessa profunda camada óssea jazia um punhal de vultoso tamanho, óbvia antiguidade, grotesca ornamentação e formas exóticas, sobre o qual os detritos se empilharam". 


A lâmina usada por Keziah Mason em seus rituais de feitiçaria e alegados sacrifícios estava soterrada por pilhas de ossos e poeira. O material foi identificado pelo laboratório de biologia como uma mistura de ossos humanos - em sua vasta maioria pertencentes a crianças, e ratos comuns. Muitos desses ossos estavam tão desgastados que chegavam a se desintegrar evidenciando sua monumental antiguidade. Entretanto, a análise clínica de algumas amostras atestou que parte do material tinha origem recente, com menos de 10 anos de idade.

Nenhuma explicação para isso foi obtida.

A faca rudimentar é feita de uma espécie de silex afiado e possui cerca de 20 centímetros de comprimento de uma extremidade a outra. O cabo é protegido por tiras de couro cru e ornamentada com uma pedra azulada (possivelmente lápis lazuli) unida ao cabo por uma corrente. Chama a atenção o fato da lâmina se manter afiada a despeito de ter sido abandonada há tanto tempo. 

Ela não possui bainha e fica pousada sobre uma pedra lisa.

A ESTATUETA

"Uma das coisas que entusiasmou profundamente vários professores da Miskatonic - foi uma deteriorada monstruosidade, claramente semelhante à estranha imagem que Gilman doou ao museu universitário, porém maior, lavrada em alguma peculiar pedra azulada em vez de metal, e com um pedestal notavelmente angulado coberto de hieróglifos indecifráveis".


Possivelmente a peça mais incomum encontrada no aposento lacrado do sótão. 

A peça é feita de uma pedra azulada, talhada de maneira rudimentar mas com uma quantidade impressionante de detalhes, evidenciando o talento de seu criador. Não há um consenso a respeito do que ela significa, mas tudo sugere se tratar da representação de alguma criatura mítica. Estudiosos de antropologia sugeriram que poderia ser a representação de alguma entidade demoníaca. 

Medindo exatos 17 centímetros de altura, da base do pedestal até a ponta, a peça é maciça pesando 5 quilos e 450 gramas. Os estudiosos se dividiram quanto a composição química do material usado, alguns sugeriram que a matéria prima poderia ser um asteroide.

Os curiosos hieróglifos gravados na base da estatueta também são um mistério. Nenhum estudioso que examinou a peça foi capaz de determinar sua origem ou significado.

Em 1931, membros remanescentes da Expedição Miskatonic que visitou a Antártida sugeriram que a peça guardava uma surpreendente semelhança com espécimes biológicos encontrados em escavações no Continente Gelado. Uma vez que os espécimes foram destruídos em uma trágica nevasca não houve como corroborar essas suspeitas. Os membros da expedição que tiveram contato com os espécimes, entre eles os Professores Lake e Atwood respectivamente dos Departamentos de Biologia e Astronomia, morreram tragicamente durante a mesma tempestade de neve.   

Em 1933, um dos membros sobreviventes da fatídica Expedição, o graduando da Miskatonic e piloto de avião, Danforth tentou destruir a peça que se encontrava em exposição no Museu. Guardas que faziam a segurança conseguiram evitar que ele danificasse a peça. O graduando recebeu uma reprimenda e teve que arcar com os danos a um expositor de vidro danificado. Ele não explicou o que motivou sua reação violenta diante da peça.  

A BACIA DE METAL

"Arqueólogos e antropólogos ainda tentam explicar as bizarras gravuras sequenciadas numa tigela esmagada de metal leve cujo lado interno apresentava sinistras manchas marrons quando encontrada".   


A curiosa tigela ou bacia de metal é bastante rústica e foi encontrada levemente avariada com marcas condizentes com esmagamento. O metal usado para sua criação desafiou as noções de metalurgia dos especialistas que não conseguiram determinar como ela foi produzida.

A peça tem 25 centímetros de diâmetro e curiosos símbolos cuidadosamente gravados em seu interior. Os símbolos se assemelham sobremaneira aos que estão gravados na base da estatueta o que indica estarem as peças de alguma forma relacionadas. A bacia pesa apenas 3,25 quilos.

As marcas de coloração marrom achadas no interior da bacia, segundo análise do Laboratório de Biologia são condizentes com amostras de sangue seco. Há farta documentação a respeito do uso de utensílios semelhantes utilizados para recolher sangue em rituais de magia negra. Os especialistas do Departamento de Antropologia foram unânimes em afirmar que o propósito da peça seria recolher o sangue produzido em sacrifícios.

Esta peça desapareceu do acervo do Museu da Universidade no ano de 1965. 

Seu paradeiro atual é desconhecido.

O RATO

"No meio destes escombros, oculto entre uma tábua caída e um amontoado de tijolos cimentados da arruinada chaminé, havia uma coisa predestinada a causar mais perplexidade, medo velado e aberta superstição em Arkham que qualquer outra descoberta naquela casa maldita e assombrada. Tal coisa era o esqueleto parcialmente esmagado de um enorme rato deformado, cujas anormalidades anatômicas são, até hoje, tema de debates e fonte de singular reticência entre os membros do Departamento de Anatomia comparativa da Universidade Miskatonic. Muito pouco a respeito deste esqueleto foi divulgado, mas os trabalhadores que o encontraram sussurravam horrorizados sobre os longos pelos marrons aos quais estava ligado".


O esqueleto do enorme roedor encontrado na Casa da Bruxa foi entregue aos professores do Departamento de Biologia que o estudaram.

Não houve um consenso a respeito das notáveis peculiaridades em sua estrutura óssea, sobretudo no que tange ao crânio e às patas da frente, que pareciam mãos. Infelizmente o espécime foi destruído por um funcionário da limpeza do museu que o jogou no incinerador acreditando se tratar de uma simples carcaça de rato. A foto acima é uma das únicas que restam que corroboram a existência do espécime.

Ao menos o crânio que havia sido removido para estudos por outra equipe sobreviveu até os dias atuais. 

CRÂNIO DO RATO


O peculiar crânio do roedor encontrado na Casa da Bruxa é uma das peças mais curiosas do acervo do Museu da Universidade Miskatonic.

O objeto é um crânio parcialmente esmagado de um enorme rato cujas anormalidades em sua estrutura craniana ainda são motivo de debate acalorado e singular reticência entre os membros do Departamento de Anatomia Comparada da Universidade.

O crânio foi colocado em um vidro com cúpula e se encontra no Laboratório de Biologia da Universidade. Ele foi apelidado de "Roedor Monstro" pelos alunos, embora alguns mais ousados gostem de chamá-lo de Brown Jenkin graças a uma crença popular de que Keziah Mason teria transformado um criminoso da região em seu servo familiar.

A peça foi removida do acervo certa vez e permaneceu desaparecida por várias semanas em meados de 1972, reaparecendo depois em uma lata de lixo no pátio da Universidade, embrulhado em folhas de jornal. O caso jamais foi explicado e é considerado como uma brincadeira de mal gosto de algum aluno.

3 comentários:

  1. Muito bons os props. Eu tenho alguns que construí para minhas campanhas, mas não são tão bons quanto esses haha.

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  2. Um artigo fascinante!Sugiro que também falem sobre o curso de Metafísica Medieval e o de Estudos Ocultos da Miskatônica,com a duração deles e seus nomes mais destacados,além de mostrar os pinos de lapela desses cursos.

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