Vinte de janeiro de 1996 seria uma data que entraria para a história da ufologia nacional como o equivalente brasileiro ao Caso Roswell.
O dia em que um suposto disco voador se acidentou nos arredores da cidade de Varginha, em Minas Gerais e que um ser alienígena, sobrevivente teria sido visto por civis e posteriormente capturado pelos militares. Na ocasião, uma operação de resgate e acobertamento também teriam sido encenados com o objetivo de ocultar os fatos e fazer com que a verdade fosse convenientemente nublada. Contudo, a notícia de que um possível contato extraterrestre teria ocorrido se espalhou rapidamente e logo o país inteiro ficaria eletrizado com a simples possibilidade.
Jornalistas, analistas, repórteres e ufólogos convergiram para a região de Varginha em busca da história enquanto ela ainda estava fresca. Testemunhas foram entrevistadas, os lugares visitados e a cobertura do caso ganhou enorme repercussão. Não apenas no Brasil, mas no exterior, o caso recebeu atenção.
Os relatos obtidos eram categóricos ao afirmar que um objeto não identificado, supostamente um veículo espacial, precipitou-se e caiu nos arredores da cidade de Varginha, município de Minas Gerais. De dentro dessa nave acidentada teriam emergido duas criaturas extraterrestres. Eles vagaram sem destino, aparentemente atordoados ou feridos após a queda de seu veículo. Testemunhas teriam visto os dois seres e as autoridades militares, uma vez comunicadas, efetuaram sua captura ainda com vida. Dezenas de testemunhas afirmam ter presenciado o ocorrido, incluindo oficiais do exército que participaram da operação de apreensão dos alienígenas, seu transporte até um hospital da cidade e posteriormente uma autópsia. Até hoje, o caso é tratado com um misto de sensacionalismo e ceticismo velado, com o governo negando toda e qualquer verdade sobre o assunto.
Mas o que realmente teria acontecido naquela data?
Teria sido um caso extraordinário de contato extraterrestre que resultou na captura de uma entidade alienígena ou não teria passado de um exagerado incidente casual? As autoridades brasileiras teriam acobertado o caso? As testemunhas teriam sido coagidas a manter silêncio? E se há algo de verdade no incidente, o que ele representa?
Para investigar o Incidente de Varginha é preciso voltar no tempo e rememorar os eventos que esse ano completam 25 anos. Sim, parece que foi ontem, mas já faz um quarto de século desses acontecimentos e eles permanecem com tantas dúvidas e mistérios quanto na época em que tudo transcorreu.
Os acontecimentos que viriam a ser conhecidos como Incidente de Varginha tiveram início na noite de 19 de janeiro de 1996. Era uma tranquila sexta feira na zona rural, quando por volta das 22 horas, Oralina e Eurico de Freitas perceberam um estranho movimento no sítio onde trabalhavam como caseiros. Algo estava assustando os animais que corriam de um lado para o outro do cercado.
Oralina observou pela janela e verificou que um objeto grande estava pairando estático sobre o pasto, produzindo uma grande quantidade de fumaça. Ele não tinha luz, mas como a noite estava clara, ficava fácil vê-lo. Eurico imediatamente abriu a porta da casa para ver a coisa mais de perto e a descreveu nos seguintes termos:
"O objeto estava muito baixo. Era cinza, comprido, do tamanho de um ônibus, com partes que se mexiam. Cobria tudo de fumaça, uma fumaça clara e sem cheiro".
O objeto pouco depois se elevou a uma altura de 15 metros e pairou sobre o sítio se afastando na direção da Rodovia Fernão Dias, onde desapareceu atrás dos montes. Posteriormente, outras testemunhas relataram que estranhos objetos haviam sido vistos sobrevoando a região desde o começo daquela semana. Contudo, aquela era a primeira vez que o OVNI era visto pairando tão baixo, permitindo que as pessoas até vissem detalhes dele.
Por volta da uma hora da madrugada daquele mesmo dia, testemunhas afirmaram ter visto o mesmo objeto sobrevoando a estrada entre Varginha e a cidade vizinha Três Corações. Dessa vez, o objeto apresentava algum problema pois era possível ver que estava em chamas e que perdia altura rapidamente. O misterioso objeto supostamente caiu em algum ponto nessa área.
Na manhã seguinte, dia 20 de janeiro, a central do Corpo de Bombeiros de Varginha registrou uma curiosa ligação anônima. A pessoa dizia ter visto um animal estranho rondando a mata fechada próximo aos bairros de Jardim Anderre e Santana. Dizia ainda que alguns vizinhos perseguiram o animal, que parecia um macaco, mas não tinham certeza exatamente do que se tratava e que estavam assustadas. Ele pedia providências imediatas, pois as pessoas estavam com medo de sair de casa.
Uma viatura do Corpo de Bombeiros foi enviada apenas cinco minutos depois da ligação e se dirigiu para a localidade que é coberta por uma mata densa. Animais selvagens já haviam sido capturados nessa área, por isso os bombeiros não estranharam a ligação. Ao chegar, os bombeiros se surpreenderam com a presença de um caminhão do exército e militares uniformizados. Os homens pareciam vasculhar a floresta e imediatamente abordaram os bombeiros perguntando o que faziam lá e afirmando que a situação estava sob controle. Os militares eram da escola de Sargento de Armas (ESaA) que fica em Três Corações.
Havia um grupo de soldados na mata e o sargento que conversou com os bombeiros disse que não havia a necessidade deles sequer descerem da viatura. Enquanto conversavam, ouviu-se o som de dois disparos de fuzil e pouco depois alguns soldados surgiram da mata carregando o que parecia ser um grande saco usado para remoção cadavérica. Onze pessoas que estavam na cena afirmaram posteriormente ter visto a mesma coisa. Os soldados não explicaram o que estavam fazendo ou qual era o conteúdo do saco preto. Todo material foi colocado no porta malas do caminhão da EsSA, que seguiu por um destino desconhecido. Automóveis com oficiais da instituição também foram vistos transitando no mesmo local por incontáveis testemunhas.
Na tarde daquele mesmo dia, aconteceria o episódio mais fascinante do caso.
Naquela manhã, Varginha foi atingida por chuvas e uma forte ventania, parte da cidade ficou sem luz e os postes de iluminação nas ruas se apagaram. Kátia Andrade Xavier, de 22 anos, e as irmãs Liliane de Fátima Silva, de 16 anos, e Valquíria Aparecida Silva, de 14 anos, estavam retornando para casa. Decidiram pegar um atalho através de um terreno baldio para evitar a chuva. Ao passar por esse caminho perceberam um movimento estranho e avistaram o que parecia ser uma criatura não-humana, próxima a um muro que dividia o terreno com uma oficina que estava fechada. O ser estava acocorado e passou para as testemunhas impressão de fragilidade, como se estivesse ferido.
Elas não foram capazes de precisar a natureza desses supostos ferimentos, mas foi consenso entre elas que ele estava de alguma forma machucado. O ser não fez qualquer movimento ameaçador, ou ensaiou persegui-las; limitou-se a inclinar levemente a cabeça. Foi tão somente sua aparência grotesca que as espantou. Segundo a descrição oferecida, a criatura era pequena, tendo no máximo 1,50 de altura. Seu corpo era esguio, com braços longos e pernas curtas, não trajava roupas e a pele tinha uma coloração castanha amarronzada. A pele era marcada por "veias saltadas" e ausência total de pelos ou cabelos em qualquer parte. A cabeça, no entanto, era o mais estranho e que o distinguia sobremaneira de um ser humano. Suas feições eram finas, com a boca não passando de um traço sem lábios num queixo afilado. Também não havia nariz ou orelhas perceptíveis. Seus olhos, contudo, eram grandes na forma de eclipses e com uma coloração avermelhada. Outro detalhe curioso é que no topo da cabeça, a criatura tinha três pares de chifres chanfrados, dois nas laterais e um no centro que se estendia até a testa. A cabeça também era ligeiramente desproporcional, grande em comparação ao corpo esquálido.
Logo após avistar a criatura, elas correram o mais rápido possível contando para a mãe das irmãs o que haviam visto. Ela voltou ao terreno acompanhada de Kátia não mais do que 25 minutos depois. A criatura havia desaparecido, mas afirmaram ter sentido um fedor no ar que não souberam descrever. Um pedreiro que trabalhava próximo ao terreno teria dito que os bombeiros haviam levado aquele "bicho estranho" com eles. Com medo do que havia acontecido, e acreditando que a criatura era algo similar ao "diabo", elas decidiram ir embora o mais rápido possível.
As meninas relataram a história para amigos e vizinhos e como costuma acontecer em cidades pequenas, não demorou para que a história se espalhasse. Por volta das 17 horas, jornalistas locais vieram conduzir uma entrevista para que elas contassem o que viram e como se deu o avistamento.
Testemunhas se recordam de ter visto carros estranhos, alguns deles inclusive com identificações do exército e do ESsA subindo e descendo as ruas dos bairros no que definiram como um tipo de patrulha. Carros também foram vistos parados em diferentes pontos e próximos ao terreno baldio onde ocorreu o avistamento por parte das três garotas. Uma chuva fortíssima, bem mais violenta do que da manhã desancou sobre a região inteira e os moradores evitaram sair de casa no final da tarde. Ainda assim , quem estava voltando do trabalho, percebeu a presença de soldados uniformizados e homens à paisana que entravam e saíam de automóveis pela área toda.
Há uma narrativa curiosa que explicaria como se deu a suposta captura da criatura que havia se esvaído e ainda se encontrava livre, andando pelo bairro. A chuva havia diminuído, e nessa versão, o policial Marco Eli Chereze havia voltado para casa com seu parceiro, Erick Lopes, para trocar a roupa encharcada. Era por volta das 20 horas quando saiu e a dupla seguiu de carro pelo bairro ainda às escuras. De repente, Erick que estava na direção freou a viatura bruscamente para não atropelar uma criatura que surgiu diante do farol. O ser era semelhante ao que as garotas haviam visto mais cedo.
Sem saber o que estava vendo, Chereze desceu do carro e se aproximou cautelosamente da criatura. Ela não reagiu e ele a levou para a parte traseira da viatura. Como ela parecia ferida, decidiram levá-la até o posto de saúde mais próximo mas desistiram de deixá-la lá, preferindo seguir até o Hospital Regional de Varginha que contava com médicos plantonistas. Ao chegar, Lopes relatou no balcão o que havia acontecido e imediatamente um oficial do exército foi avisado pelo atendente. O homem supostamente estava ali desde cedo com ordens de registrar cada chegada ao hospital. Ao ouvir o relato do policial, ele imediatamente ordenou que o carro fosse conduzido o mais perto possível da entrada de pacientes. Uma ala inteira do Hospital foi supostamente isolada para receber a criatura.
Durante os dias seguintes, funcionários e pacientes do hospital estranharam a grande movimentação de carros do exército, bombeiros e viaturas oficiais. A chegada de médicos militares também chamou a atenção, bem como a proibição de funcionários transitarem pelas dependências que haviam sido supostamente fechadas. Ambulâncias do Hospital Humanitas também chegaram e pacientes misteriosos teriam sido levados para a ala vedada ao acesso de civis. O isolamento durou, segundo algumas fontes dois dias, mas outros se recordam de que o local permaneceu isolado por cinco ou mais dias. Existe a suposição de que ao menos uma das criaturas teria recebido atendimento médico emergencial, e que tentativas de estabilizar seu quadro de saúde teriam sido feitas sem sucesso. No final das contas existem duas hipóteses aventadas: a de que a criatura teria sido transferida para uma instituição com mais recursos ou que ela teria perecido em face de seus ferimentos. Em ambos cenários, o transporte da criatura ou de seu cadáver teria sido realizado à noite, mediante uma operação noturna com a participação de vários veículos e militares.
O hospital jamais confirmou nenhuma dessas histórias, embora vários funcionários tenham relatado que de fato uma ala inteira do hospital foi subitamente fechada. A presença maciça de militares transitando pelo hospital foi testemunhada por muitas pessoas, inclusive pacientes, suas famílias e funcionários. Posteriormente o Hospital regional justificou a presença de militares afirmando que eles estavam acompanhando a exumação de um corpo que precisou da intervenção de vários legistas. Também surgiu a estranha história de que uma mulher anã havia dado entrada para dar a luz.
Um dos possíveis destinos dos extraterrestres, vivos ou mortos, teria sido a Universidade estadual de Campinas (Unicamp) que dispõe de um Hospital modelo e que possuía na época instalações modernas e especialistas gabaritados em radioterapia. Esse detalhe chamou atenção, após o trágico destino do Policial Chereze, o homem que teria capturado um dos alienígenas.
Marco Chereze morreu no dia 15 de fevereiro de 1996, aos 23 anos de idade. Ele não tinha nenhuma condição debilitante conhecida e seus exames físicos estavam perfeitos na sua última avaliação. Segundo fontes, o policial foi submetido a uma cirurgia para remoção de um abcesso. Apesar da cirurgia ser simples, ele teve febre e reclamou de dores incômodas pós cirurgia. O soldado foi transferido para o Hospital Bom Pastor, mas não resistiu a um acelerado quadro de infecção generalizada que minou sua imunidade. Não há um diagnóstico da causa mortis, o laudo menciona pneumonia, mas ele não é conclusivo.
Para aumentar o temor da população, circulou o rumor de que a família foi aconselhada a enterrar o corpo o quanto antes, sem sequer realizar um velório. A autópsia realizada demostrou que Marco tinha a presença de substâncias tóxicas desconhecidas em seu organismo e que estas teriam ocasionado uma falência crônica de seu sistema imunológico. Segundo a irmã do policial, a família entrou com um processo contra os militares e pediu a exumação do corpo do jovem. Eles acreditavam que Marco teria sido exposto a alguma substância que causou sua morte. Muitos cogitaram que o contato com o extraterrestre durante a captura poderia ter transferido a ele alguma doença.
Em nota oficial, o comandante do 24º Batalhão da Polícia Militar de Varginha Maurício Antônio Santos afirmou que o Policial Chereze tinha um cisto debaixo da axila esquerda e, após o procedimento cirúrgico para retirá-lo, faleceu devido a uma grave infecção hospitalar.
Mas não é apenas o caso trágico do policial Chereze que reforçou a aura de estranheza em Varginha no rescaldo dos eventos misteriosos de 20 de janeiro.
O zoológico municipal da cidade registrou a morte repentina e inexplicável de cinco animais. Segundo Leila Cabral, bióloga e diretora do local, todos os animais eram saudáveis e morreram de um dia para o outro, sem explicação alguma do que poderia estar causando esses óbitos. O zoológico está relacionado aos eventos de Varginha através de uma série de histórias que jamais foram esclarecidas à contento.
Segundo a diretora do zoológico na época, bombeiros estiveram no local querendo deixar na instituição um animal estranho, que teria sido "recolhido em uma diligência na manhã do dia 20". Os bombeiros que não se identificaram disseram que não sabiam o que fazer com a estranha criatura que teria sido recolhida nas ruas da cidade e que era diferente de tudo o que eles já haviam visto. Sabendo que a Dra. Cabral era uma bióloga experiente, talvez ela conseguisse reconhecer que criatura estranha era aquela que estava na caçamba do carro dos bombeiros. Infelizmente, a Doutora não estava presente e os bombeiros ficaram apreensivos de deixara criatura com um tratador, por isso foram embora.
O estranho "animal" que eles haviam capturado não chegou a ser desembarcado do veículo, mas o tratador que conversou com os bombeiros disse que eles pareciam realmente preocupados e que não sabiam o que tinham em suas mãos. Supostamente eles partiram para levar a criatura até o Hospital regional. Quando tomou ciência do ocorrido, a Dra Cabral não deu muita atenção, acreditando que se fosse algo importante, eles voltariam a buscar sua ajuda. Não buscaram e apenas nos dias seguintes, quando a história do ET ganhou corpo é que a bióloga ligou os fatos.
Seria possível que o ET tivesse sido levado até o zoológico? E mais, seria possível que de alguma maneira ele tivesse contaminado os animais meramente com sua presença? Nos dias que se seguiram ao incidente, cinco animais morreram; veados campeiros, antas e uma jaguatirica, animais com hábitos alimentares diferentes, mas que demonstraram a mesma causa de morte - envenenamento da parede gastrointestinal. A necropsia dos animais revelou a presença de uma substância tóxico-cáustica em todos os casos. A hipótese mais provável é que fosse um envenenamento, mas a sindicância aberta para descobrir o que houve, não resultou em nenhuma explicação minimamente razoável criando mais um mistério.
A diretora do zoológico - hoje aposentada, relembra o caso e diz que de fato foi algo estranho. Os animais estavam saudáveis e depois do ocorrido começaram a a manifestar sintomas repentinos dos quais jamais se recuperaram. Algumas pessoas falaram à respeito de envenenamento radioativo, mas não houve nenhuma investigação nesse sentido. Essas mortes permanecem como algo sem explicação e que segundo teóricos teria uma ligação direta com o caso, embora não se saiba de que maneira.
Como todo mistério envolvendo vida extraterrestre, um fator não poderia estar de fora: o acobertamento das agências governamentais. No Incidente Varginha, elementos de uma suposta conspiração por parte do governo para manter tudo oculto do público foram sugeridos repetidas vezes e as coincidências parecem realmente levar a suposições de que algo estava sendo mantido low-profile.
Testemunhas se recordam de pessoas estranhas, aparentemente militares visitando Varginha ao longo do restante do mês. Essas pessoas, visitaram os lugares em que supostamente o extraterrestre fora capturado, registraram o lugar com filmagens e fotografias. Segundo rumores, a cidade recebeu um influxo de visitantes estrangeiros, muitos deles ficaram por alguns dias como se estivessem estudando o ambiente onde o fenômeno transcorreu. Quando um incidente de grande importância envolvendo alienígenas ocorre, muitos ufólogos mencionam a presença posterior de agentes do governo que tratam de abafar o caso e remover todos os indícios. No jargão ufológico, essas pessoas são conhecidas como Homens de Preto (Men in Black). Semelhante ao que se vê no filme de grande sucesso, os Homens de Preto do mundo real são pessoas que agem nos bastidores, manipulam os acontecimentos e criam um panorama que visa explicar as ocorrências de um ponto de vista racional e perfeitamente normal.
Os Homens de Preto no Caso Varginha teriam conduzido entrevistas com testemunhas nas quais geralmente ofereciam uma explicação razoável para o ocorrido. Pediam ainda para que essas testemunhas reavaliassem suas palavras e refizessem suas conjecturas afim de afastar as supostas conexões com o inexplicável.
A ação mais incisiva dos Homens de Preto teria envolvido uma tentativa de suborno para comprar o silêncio das garotas que alegam ter visto o extraterrestre. Sem dúvida, esse foi o elemento mais chamativo do caso e o que atraiu mais a atenção da mídia. As meninas deram sucessivas entrevistas nas quais contaram e recontaram a história. Algum tempo depois do ocorrido, elas relataram que um grupo de indivíduos desconhecidos as visitou e pediu que elas se retratassem da história, assumindo que talvez tivessem cometido algum erro de julgamento e o que tinham visto era realmente um animal - estranho, mas comum. Para tanto, os homens ofereceram a elas uma quantia considerável de dinheiro.
Tanto a mãe quanto as garotas se negaram a fazer uma retratação e mantiveram sua história original, sem se desviar do que haviam dito originalmente. De fato, um elemento importante no testemunho delas é que a história não foi desvirtuada ou desmentida em momento algum - elas se mantiveram fiéis ao seu depoimento inicial e ainda o sustentam mesmo 25 anos tendo se passado.
Outras testemunhas deixaram de falar à respeito do caso, assim como bombeiros e militares que estiveram de serviço no dia em questão, mas que posteriormente afirmaram não ter visto nada de estranho, ainda que aquele dia tenha sido, no mínimo atípico, por conta da movimentação de autoridades e da forte chuva que caiu na região causando problemas.
Com todas essas suposições e acusações de tentativas de acobertamento, o que os militares dizem à respeito do caso?
Desde que o assunto se tornou público, pesquisadores de OVNIs, equipes de TV e até membros da imprensa internacional visitaram a cidade que se converteu em uma espécie de Meca para interessados no tema. O Incidente ganhou contornos surpreendentes e atraiu atenção do grande público.
A declaração oficial do Corpo de Bombeiros menciona que no dia 20 de janeiro, apesar das fortes chuvas, os oficiais decidiram levar os caminhões da corporação para uma revisão. Isso causou a grande movimentação de carros oficiais pela cidade. No hospital, um casal de anões aguardava o momento de um parto, o que coincidiu com a história da ESA (Escola de Sargentos das Armas) ter capturado alguém e levado às pressas ao hospital municipal. o que teria acontecido, segundo a versão oficial, é que um carro da instituição abriu caminho para o carro que vinha atrás. No mesmo dia, supostamente foi realizado o translado de restos humanos exumados à pedido da secretaria de segurança local, por isso legistas estavam presentes no local.
As explicações são curiosas, mas elas incluem as versões oficiais do governo e autoridades sobre o caso. Em comum, todos negam ter havido qualquer tipo de contato com alienígenas ou operação de acobertamento. Mas o que dizer do incidente mais emblemático no Caso, o avistamento do ET por três testemunhas?
Segundo a versão oficial oferecida pela Secretaria de Segurança Pública, por conta do forte temporal, o que as três testemunhas afirmaram ter visto não passava de um outro anão, um morador de rua que sofria de problemas mentais, estava sujo e machucado. Esse indivíduo costumava morar naquelas imediações e teria sido visto anteriormente no terreno baldio. A explicação foi tratada com indignação pelas testemunhas que afirmaram ter visto algo muito diferente do tal senhor.
Algum tempo mais tarde, foi descoberta a verdadeira identidade do senhor citado na declaração: trata-se de Luiz Antônio de Paula, de 34 anos. Segundo Vitório Pacaccini, um dos principais investigadores do caso, comparar Luiz ao que as três irmãs descreveram é uma ofensa à inteligência. Para ele, seria impossível elas terem feito tal confusão.
“Ele tem alguma deficiência mental, mas nenhuma deformação. Ele sabe como comer tudo sozinho, dormir em sua cama [nunca dorme na rua], tomar banho, usar o banheiro, pedir – através de gestos – uma série de coisas e tem senso de humor”, relata Vitório em sua análise. E vai mais além, afirma que "as autoridades tentaram apresentar o indivíduo como alguém que sempre estava naquela área, sendo que ninguém se recordava de tê-lo visto por ali anteriormente".
No Inquérito Policial Militar, na página nº 334, há o seguinte registro:
"Segundo o depoimento constante à Fl Nr 219, do Sr Comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar, sediado nesta Cidade, a chuva intensa e o vento forte ocasionaram vários atendimentos dos bombeiros na região, não tendo sido registrada nenhuma solicitação de apreensão de animal ou criatura estranha naquele dia. O depoente mostrou a este encarregado as fotografias juntadas aos presentes autos de um cidadão conhecido como “Mudinho”, que provavelmente apresenta algum desvio mental e cujas características físicas puderam ser posteriormente evidenciadas no estudo fotográfico de simulação levado a efeito na Seção de Informática da EsSA. Tais evidências tornam, portanto, mais provável a hipótese de que este cidadão, estando provavelmente sujo, em decorrência das fortes chuvas, visto agachado junto a um muro, tenha sido confundido, por três meninas aterrorizadas, como uma ‘criatura estranha".
Da mesma forma, as autoridades afirmaram negaram ter captado qualquer atividade estranha no sistema de radar que cobre a região de Varginha. Negam ainda ter observado qualquer presença de objetos voadores não identificados sobrevoando a região, o que contradiz o testemunho do casal que avistou o veículo e de várias outras pessoas que afirmavam ter observado estranha atividade aérea.
De uma vez só, as autoridades negaram cada um dos pontos arguidos por testemunhas e pesquisadores, fazendo um enorme esforço nesse sentido. Ufólogos acreditam que a operação de acobertamento tenha sido idealizada seguindo diretrizes padrão que visam negar os fatos e criar dúvidas razoáveis sobre os incidentes.
Mas o que teria acontecido naqueles dias estranhos em Varginha? Teria um veículo espacial, uma nave realmente se acidentado? Teriam homens do espaço se perdido? E teriam eles sido caçados por militares que após a captura realizaram um cuidadoso acobertamento dos fatos?
Seja lá qual for a verdade, o Incidente Varginha se converteu em um evento de grande repercussão que continua causando debate e gerando controvérsia. Ufólogos importantes na comunidade internacional acreditam que algo de grandes proporções de fato teria ocorrido no Brasil e que as autoridades estavam despreparadas para entender ou lidar com ele. Em meio a tantos rumores e boatos, alienígenas ou seus corpos, teriam sido supostamente negociados com nações estrangeiras em troca de benefícios em acordos com o governo brasileiro.
A questão ainda parece estar longe de uma solução e as pessoas ainda se perguntam se o que aconteceu em Varginha foi um contato alienígena ou uma série de eventos triviais. Seja lá qual for a verdade, ela parece se encontrar no meio de um tiroteio entre crentes e céticos. A única certeza que se tem é que o Incidente continuará por muitos anos sendo lembrado como o equivalente brasileiro ao marcante Caso de Roswell.
das ist interessant!
ResponderExcluirmuito boa a matéria meus manos obgdo
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