BENDAL-DOLUM
Seja por maldição ou por desígnios divinos, a fabulosa cidadela de Bendal-Dolum cessou de existir. O lugar esteve lá, na aurora dos tempos, uma fortaleza de rocha esverdeada erguida em meio a mais intransponível selva tropical.
Diz a lenda que Bendal-Dolum não foi construída por mãos humanas, seus grandes blocos de pedra ciclópicas e torreões foram edificados pelos servos tentaculares dos deuses. Eles habitaram esse lugar por milênios até se retirarem para as profundezas, deixando o local abandonado. Tribos primitivas posteriormente reclamaram para si a cidadela e remodelaram sua arquitetura alienígena para adequá-la às suas necessidades. Esses homens talharam as pedras e construíram escadas e rampas, templos e um palácio notável. Eles adoravam os deuses de outrora e sacrificavam alguns dos seus para os habitantes originais que ainda viviam na escuridão abissal de seus fossos.
Uma casta de alto-sacerdotes que servia Shub-Niggurath controlava a cidade. Eles utilizavam seus feitiços para fortalecer sua posição e realizavam festivais blasfemos nos quais a Deusa em pessoa era invocada. O poderoso feiticeiro pré-humano Haon-Dor da Hiperbórea teria sido um dos sumo-sacerdotes dessa ordem. Supõe-se que lutas pelo poder e rivalidades internas terminaram colocando os bruxos uns contra os outros. Isso desagradou Shub-Niggurath que decretou a destruição da cidadela. Certas tábuas falam sobre as Crias Negras da Deusa, se ergueram dos jardins suspensos onde habitavam para devorar a população residente. Também há rumores de doença, peste e outras catástrofes que podem ter causado o fim do lugar o que também explica porque ele jamais foi habitado novamente. Bendal-Dolum ficou deserta desde então, sendo gradualmente engolida pela selva desaparecendo da vista de todos.
As poucas tribos que conheciam sua localização a consideravam maldita, sendo um tabu explorar seus segredos. Várias Expedições modernas tentaram encontrar Bendal-Dolum, mas sua posição inóspita nas profundezas de Belize - na América Central, impediram que ela fosse descoberta. Uma selva infernal: quente, densa e repleta de mosquitos se interpõe como um obstáculo quase intransponível. Há boatos de que a Expedição comandada pelo renomado Arqueólogo, Jeremy Morgan, custeada pela Universidade Miskatonic, achou indícios de sua existência, contudo os poucos sobreviventes que retornaram da jornada em 1928, evitaram falar de suas descobertas. Posteriormente em 1990, a expedição do Dr. Eric Williamson vasculhou a mesma região trazendo alguns artefatos supostamente encontrados na cidadela.
Bendal-Dolum é considerada uma lenda e são poucos os pesquisadores sérios dispostos a arriscar suas credenciais para provar sua existência. Mesmo os poucos artefatos que mencionam a cidadela são contestados e dividem acadêmicos. Para alguns Bendal-Dolum não passa de um mito criado pela Civilização Maia, uma cidade espiritual habitada por demônios e espíritos antigos. Painéis adornando as ruínas do Palácio de Kalkamal, supostamente fazem menção a Bendal-Dolum a tratando como um lugar maldito.
Quem pode imaginar os segredos e tesouros que repousam no interior de Bendal-Dolum? É provável que o valor inestimável destes artefatos só possa ser igualado aos perigos que ainda residem nesse lugar.
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A suposta localização de Bendal-Dolum em uma das regiões mais selvagens de Belize dificultaram a sua descoberta por exploradores. |
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O Palácio da Cidadela esconde muitos mistérios como rostos enormes de pedra adornando os templos. |
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Uma visão do interior de Bendal-Dolum |
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A Pirâmide de Bendal-Dolum é uma das edificações mais impressionantes do complexo. |
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As Construções de pedra da Cidadela perdida continuam de pé esperando por visitantes |
BÔNUS: AS CAVERNAS DA VIDA
Nomeadas dessa forma pelos sacerdotes de Shub-Niggurath que compunham a casta mais elevada em Bendal-Dolum, este complexo de cavernas se localiza nos subterrâneos da cidadela e se estende por quilômetros.
As Cavernas se conectam aos lendários Fossos de Bendal-Dolum, o refúgio dos horrores que construíram a cidade originalmente. Muitos destes seres hibernam nos recessos mais profundos, alguns deles fossilizados e fundidos às rochas que foram seu covil por milênios. A maioria desses seres estão inativos, mas alguns despertam de tempos em tempos, vasculhando os túneis, se arrastando através deles em busca de sustento.
Há fortes indícios que as Cavernas da Vida conectam o mundo desperto à Terra dos Sonhos. Alguns cultos oníricos realizam peregrinações até uma montanha mística onde deixam oferendas para Shub-Niggurath. O lugar costuma atrair Bestas Lunares que coletam viajantes que são escravizados.
As Cavernas da Vida tem esse nome pois as crias de Shub-Niggurath também habitam esse lugar que fervilha com a influência da Deusa. Restos de matéria alienígena cobrem as paredes e o chão, se formando e reformulando eternamente, gerando formas de vida em constante transformação. Alguns devotos abençoados pelo leite da Deusa ou impregados pelo seu sêmen também escolheram habitar essas cavernas após sofreram mutações grotescas que fez deles menos homens e mais abominações.
A Caverna da Vida parece ter uma fome voraz de matéria prima genética que possa ser corrompida e alterarda de formas imprevisíveis. Explorar esse lugar é um grande risco tanto físico quanto mental uma vez que aqueles que o fazem podem ser mudados em seu âmago. Rumores sugerem que alguns membros da Expedição Morgan, inclusive seu líder, teriam sofrido esse destino apavorante e que estariam ainda nas Cavernas, alterados ao ponto do irreconhecível.
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