sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Canibal Americano - Os horríveis crimes de Jeffrey Dahmer


ATENÇÃO: Esse texto contém várias descrições gráficas de crimes chocantes, recomenda-se portanto, discernimento por parte do leitor.

"E esses pensamentos horríveis e sangrentos. 
De onde vieram e como surgiram? 
Como puderam povoar minha mente 
de maneira tão vívida e desejável?"

Piave

Konerak tinha apenas quatorze anos e estava correndo por sua vida. Aquela era sua única chance de escapar do apartamento com cheiro horrível, onde o cara loiro assustador lhe deu algum tipo de droga para dormir. Parecia que a sorte estava do seu lado, já que ele começou a se recuperar assim que o homem loiro saiu do apartamento.

Foi necessário usar toda sua força de vontade para levantar e chegar à porta. Ele estava tão desorientado e em pânico que não fazia diferença estar nu. Esta era sua única chance de sobreviver. Ele estava agindo estritamente por instinto. Seu cérebro repetia um único comando:

"Saia daí e fuja. Saia daí e fuja!"

Pouco antes das 2 da manhã, Sandra Smith ligou para o serviço 911 para denunciar um menino correndo "nu" em plena rua. Ela não sabia quem ele era, mas sabia que ele estava ferido e aterrorizado. Os paramédicos chegaram primeiro e colocaram um cobertor em volta do menino atordoado. Dois policiais chegaram logo depois e tentaram entender o que estava acontecendo com o jovem de ascendência asiática.

Sandra Smith, de dezoito anos, e sua prima Nicole Childress, também de dezoito, estavam perto do menino quando a polícia da cidade de Milwaukee chegou. O homem alto e loiro também estava de pé perto do menino. A conversa ficou acalorada entre as garotas, o loiro e a polícia.

O homem disse à polícia que Konerak era seu amante de dezenove anos que vinha bebendo demais. Konerak que estava drogado e incoerente não foi capaz de contradizer o homem loiro de fala mansa. Ele deu à polícia sua identificação com foto, parecia perfeitamente coerente.

As duas jovens tentaram intervir. Elas tinham visto o menino aterrorizado tentando resistir ao homem loiro antes que a polícia chegasse. Elas estavam com raiva e chateadas, os policiais estavam ignorando-as e ouvindo o sujeito.

Só para garantir, os dois policiais foram com o menino e o homem alto e loiro até seu apartamento. O lugar cheirava mal, mas era muito limpo. A roupa de Konerak estava dobrada e colocada no sofá. Havia algumas fotos de Konerak de calcinha de biquíni preta.

Konerak sentou-se calmamente no sofá incapaz de falar com inteligência. Não está claro se ele entendeu a explicação calma que o homem loiro estava dando à polícia. O loiro estava se desculpando por seu amante ter causado um distúrbio e prometia que não iria acontecer novamente.

A polícia acreditou no homem loiro. Eles não tinham motivos para não fazê-lo - ele era articulado, inteligente e muito calmo. O asiático estava aparentemente bêbado e confuso. Os policiais, não querendo entrar no meio de uma discussão doméstica entre amantes homossexuais, deixaram o apartamento com Konerak ainda sentado calmamente no sofá. Naquele bairro, os policiais sentiam que havia coisas mais urgentes para eles fazerem.

O que eles não sabiam é que no quarto ao lado jazia o corpo de Tony Hughes, cujo cadáver em decomposição estava sobre a cama a três dias. Assim que saíram eles não viram o homem loiro estrangular o menino asiático. Após o assassinato, ele fez aquilo que costumava fazer após seus horríveis crimes: fez sexo com o cadáver.

Os policiais não viram o homem loiro tirar fotos do menino morto, e menos ainda o desmembramento de seu corpo e a limpeza de seu crânio para ser guardado como troféu numa estante.

Eles perderam a oportunidade de capturar Jeffrey Dahmer um dos mais terríveis e prolíficos assassinos em série dos Estados Unidos. 

A história não parou por aí. As duas garotas que a polícia ignorou voltaram para a casa da mãe de Sandra Smith, Glenda Cleveland, uma mulher de 36 anos que morava ao lado dos Oxford Apartments, onde Jeffrey Dahmer vivia e matava. Mais tarde, Cleveland ligou para os oficiais para descobrir o que aconteceu com o menino asiático. Ela perguntou quantos anos a criança tinha. "Não era uma criança. Era um adulto", disse o oficial encerrando o assunto.

Quando ela continuou a fazer perguntas, ele disse a ela: "Senhora, não posso deixar mais claro. Está tudo resolvido. Ele está com o namorado e no apartamento do namorado..."

Alguns dias depois, Cleveland ligou de volta para os policiais depois de ler um artigo de jornal sobre o desaparecimento de um menino laosiano chamado Konerak Sinthasomphone, que se parecia com o menino que vira tentando escapar de Jeff Dahmer. Eles nunca mandaram ninguém para falar com ela. Cleveland até tentou entrar em contato com o escritório do FBI em Milwaukee, mas não deu em nada.

Isto até alguns meses depois, na segunda-feira, 22 de julho de 1991, quando o horror foi revelado.

Alguns meses mais tarde, em 22 de julho de 1991, dois policiais de Milwaukee estavam dirigindo na área de alta criminalidade ao redor da Universidade Marquette. O calor era opressivo e a umidade quase insuportável. O cheiro do bairro era ainda mais pungente com a alta temperatura: o lixo nas ruas, a urina e as fezes deixadas pelos sem-teto, o fedor rançoso de gordura cozida, tudo conspirava para empestear o ar.

Por volta da meia-noite, enquanto os dois policiais estavam sentados em seu carro, viram um negro baixo e magro com uma algema pendurada no pulso. Supondo que este homem tivesse escapado de outro policial, eles lhe abordaram perguntando o que havia acontecido. O homem começou a contar uma história sobre esse "cara esquisito" que o algemou em seu apartamento. A vítima tinha 32 anos e seu nome era Tracy Edwards.

A história de Edwards cheirava a algum encontro homossexual que normalmente a polícia evitaria, mas os dois policiais acharam que deveriam checar esse homem que algemou Edwards. Ele morava nos apartamentos Oxford na 924 North 25th Street. A porta do apartamento 213 foi aberta por um homem loiro de trinta e um anos e boa aparência.

Dahmer era a própria imagem da calma. Ele se ofereceu para pegar a chave das algemas no quarto e garantiu que tudo havia acontecido de maneira consensual. Edwards lembrou que a faca com a qual Dahmer o ameaçou também estava no quarto e um dos policiais foi procurar sozinho. Ele pediu ao dono da casa que aguardasse enquanto dava uma olhada por alto.

Ele notou coisas que o incomodaram: fotos de corpos humanos desmembrados, crânios de plástico sobre um armário e objetos estranhos fora de lugar. Ele voltou à cozinha e deu uma olhada, então resolveu abrir a geladeira. Por um instante, o policial ficou pasmo, a cor desapareceu de seu rosto. Então, ele gritou para o parceiro algemar Dahmer e prendê-lo imediatamente.

O plácido e racional homem loiro de repente se voltou contra os policiais e lutou furiosamente enquanto o outro oficial tentava algemá-lo. Enquanto um subjugava Dahmer, o outro foi até a geladeira e a abriu para saber o que havia acontecido. Ele gritou alto quando se deparou com o rosto que olhava para ele e bateu a porta. "Tem a porra de uma cabeça dentro da geladeira!"

Um exame mais atento do apartamento revelou uma íntima justaposição de local arrumado e de uma bagunça indescritível. Enquanto o pequeno apartamento de um quarto estava perfeitamente limpo, especialmente para um solteiro, o cheiro de decomposição beirava o insuportável. A caixa de bicarbonato de sódio na geladeira mal absorvia os odores de uma cabeça decepada em decomposição. O freezer tinha mais três cabeças, armazenadas ordenadamente em sacos plásticos e amarradas com elásticos. As faces podiam ser vistas através do plástico transparente.

Havia uma porta que dava para o quarto, lá ficava um armário grande e o banheiro que tinham sido equipados com cadeados. Anne E. Schwartz, a repórter que foi a primeira a entrar em cena, descreveu o que viu em seu livro "O homem que não podia matar o suficiente": 

"No fundo do armário havia um caldeirão de metal que continha mãos decompostas e um pênis. Na prateleira acima da chaleira havia 2 crânios. Também no armário havia recipientes de álcool etílico, clorofórmio e formaldeído, junto com alguns frascos de vidro contendo genitálias masculinas preservadas em formaldeído... Fotos polaróide tiradas por Dahmer de modelos em vários estágios de morte estavam numa caixa. Uma mostrava a cabeça de um homem, com a carne ainda intacta, colocada na pia. Outra mostrava uma vítima cortada do pescoço até a virilha, como um cervo eviscerado após a morte, os cortes tão limpos que se podia ver o osso pélvico claramente." 

A polícia, o médico legista do condado, a mídia, as famílias dos jovens desaparecidos, a família de Jeffrey Dahmer, toda a cidade de Milwaukee e o mundo tentaram entender o que realmente havia acontecido no apartamento 213. Por fim, a história começou a a vir à tona. 

A primeira pessoa a sondar as profundezas da depravação de Jeffrey Dahmer foi o detetive Patrick Kennedy. Um homem grande como um urso, ele conquistou a confiança de Dahmer e foi a pessoa a quem ele confessou os detalhes preliminares de sua matança desenfreada iniciada treze anos atrás.

Enquanto Dahmer tinha fantasias sobre matar homens e fazer sexo com seus cadáveres aos quatorze anos, ele suportou o desejo por algum tempo. Ao menos até se formar no ensino médio em junho de 1978 quando sua vida deu uma guinada na direção do horror extremo. 

Dahmer apanhou um carona chamado Steven Hicks quando ele estava morando com seus pais na comunidade de luxo de Bath em Ohio. Os dois conversaram e beberam cerveja, mas então Hicks quis ir embora. Dahmer não suportava a ideia de ser abandonado e ficar sozinho. Ele desejava que seus amigos ficassem com ele para sempre. Ao querer sair Hicks assinou a sua certidão de óbito. Dahmer foi por trás dele e atingiu sua cabeça com um peso. O rapaz morreu quase que imediatamente.

Dahmer se sentia estranhamente calmo apesar daquele ser seu primeiro assassinato. Ele estava bem consigo mesmo, aliviado até, embora não soubesse como proceder. De qualquer maneira, precisava se livrar do corpo, então o cortou em pedaços, embalou em sacos plásticos de lixo e levou para o lixão local. Quase foi apanhado por um policial que estranhou a maneira como ele estava dirigindo. Assustado, ele voltou para casa e se livrou dos restos incinerando e pulverizando os ossos. Naquele outono, ele frequentou uma Faculdade por apenas um semestre, sendo reprovado em todos os cursos. Ele bebia sem parar, não dormia direito e sentia sua vida escorrendo pelos próprios dedos.

No final de 1978, seu pai, Lionel, exigiu do filho que ele tomasse um rumo na vida e como resposta Dahmer se alistou no Exército. Ele foi enviado para a Alemanha como auxiliar médico de emergência. Aparentemente, ele não matou ninguém quando estava servindo, o que foi corroborado por uma exaustiva investigação da polícia alemã. Depois de alguns anos, o Exército o dispensou por alcoolismo e ele foi morar na Flórida antes de retornar a Ohio.

Alguns meses depois de uma prisão em outubro de 1981 por embriaguez e conduta desordeira, seu pai achou melhor que Jeffrey fosse viver com a avó em West Allis, Wisconsin. As coisas ficaram calmas por algum tempo e ele manteve o controle por mais quatro anos até ser preso novamente em setembro de 1986 por se masturbar numa feira após uma bebedeira. Dahmer foi colocado em liberdade condicional por um ano.

Mas as coisas continuavam tumultuadas em sua mente perturbada. Ele fantasiava com o crime que havia cometido e ansiava por repetir aquela emoção única que lhe dera por algum tempo uma sensação de controle. A segunda morte ocorreria em setembro de 1987 e a vítima seria Steven Toumi. Os dois estavam bebendo muito em um dos bares gays populares de Wisconsin e decidiram ir até um hotel. Dahmer não soube explicar o que aconteceu, mas quando acordou, Toumi estava deitado morto ao seu lado, havia sangue em sua boca e marcas de agressão. Em meio ao delírio, ele havia perdido o controle e matado novamente. Nem mesmo ele sabia ao certo por qual razão. Dahmer ficou deitado com Toumi por algum tempo afagando seu corpo, então, saiu e comprou uma mala grande o bastante para enfiar o corpo. Depois que ele levou o cadáver de Toumi para o porão de sua avó, fez sexo com ele, se masturbou, desmembrou e jogou os restos no lixo. Ele manteve seu primeiro troféu, a cabeça da vítima embalada em plástico.

O assassinato deu a Dahmer um pouco de tranquilidade, ele experimentou algo chamado "Período de Refração", quando serial killers conseguem satisfazer suas vontades e fantasias. Ele chegou a tentar largar da bebida novamente, frequentou a igreja com a avó e buscou se concentrar no trabalho, mas logo ele seria atormentado pelas suas fantasias novamente. Após provar da morte, ele se tornou cada vez mais fascinado por ela. 

Vários meses depois, ele selecionou sua terceira vítima, um menino nativo americano de quatorze anos chamado Jamie Doxtator, que andava do lado de fora dos bares gays, se prostituindo. O modus operandi de Dahmer se estabeleceu nessa época. Normalmente, ele encontrava e selecionava sua presa em bares gays ou balneários movimentados. Ele atraía suas vítimas oferecendo-lhes dinheiro para posar para fotos ou simplesmente para desfrutar de cerveja e vídeos. Então ele os drogava com comprimidos de Halcion diluídos em bebida alcoólica, os estrangulava, se masturbava no corpo. Após a morte, fazia sexo com o cadáver, desmembrava os restos e os descartavas. Às vezes guardava o crânio ou outras partes como troféus macabros para alimentar suas fantasias doentias. 

Esse mesmo ritual foi praticado com Richard Guerrero, um jovem de origem mexicana no final de março de 1988. Dahmer disse que o conheceu em um bar gay em Milwaukee, embora a família do jovem contestasse mais tarde que seu filho fosse homossexual. No verão daquele ano, Dahmer havia matado quatro homens. Enquanto a avó era completamente ignorante das coisas horríveis que estavam acontecendo em seu porão, ela estava totalmente ciente do barulho e da embriaguez de Jeff e de seus amigos homens visitando a casa. Ela não iria admitir aquele comportamento e decidiu que Jeffrey teria de se mudar.

Em 25 de setembro de 1988, Jeffrey encontrou um apartamento na North 24th Street, em Milwaukee. Logo no dia seguinte se meteu em sérios problemas. Ele ofereceu US$ 50 a um menino laosiano de treze anos para posar para algumas fotos. Ele drogou o menino e o acariciou, mas não foi violento nem teve relações sexuais com ele. Por incrível coincidência, o nome do menino era Sinthasomphone, o irmão mais velho do menino que Dahmer mataria em maio de 1991.

Os pais do menino perceberam que havia algo errado com o filho e o levaram ao hospital, onde foi confirmado que ele havia sido drogado. A polícia pegou Dahmer em seu trabalho na Fábrica de chocolate Ambrosia. Ele foi preso por exploração sexual de uma criança e agressão sexual em segundo grau. Em 30 de janeiro de 1989, ele se declarou culpado, embora afirmasse que achava que o menino fosse mais velho do que parecia.

Enquanto Dahmer aguardava a sentença, ele foi morar novamente na casa de sua avó. Nessa época ele conheceu um homossexual negro de 24 anos chamado Anthony Sears em um bar gay. Como os outros, ele ofereceu dinheiro ao sujeito que era aspirante a modelo, para posar para algumas fotos. Quando chegaram à casa da avó de Dahmer, Sears foi drogado e estrangulado. Dahmer fez sexo com seu cadáver e depois o desmembrou.

Anne Schwartz descreve o que aconteceu a seguir: 

"...ele guardou a cabeça e a ferveu para retirar a pele, depois pintou o crânio de cinza, para que, em caso de descoberta, o crânio parecesse um modelo de plástico usado por estudantes de medicina. Dahmer salvou o troféu por dois anos, até que foi recuperado do apartamento 213 em 23 de julho de 1991. Mais tarde, ele explicou que se masturbou na frente dos crânios para obter gratificação."

Em 23 de maio de 1989, o advogado de Dahmer, Gerald Boyle e o assistente D.A. Gale Shelton apresentaram seus argumentos ao juiz William Gardner. Dahmer estava sendo julgado por conduta imoral. Shelton queria uma sentença de prisão de pelo menos cinco anos e sustentou o seguinte: 

"Na minha opinião, está claro que o prognóstico para o tratamento do Sr. Dahmer dentro da comunidade é extremamente sombrio... Sua percepção é que, o que ele fez de errado foi escolher uma vítima muito jovem - isso e nada mais no seu entender, -- isso é parte do problema... Ele parece ser cooperativo e receptivo, mas qualquer coisa abaixo da superfície indica que ele tem uma raiva profunda e problemas psicológicos que ele não quer ou não é capaz de lidar ."

Três psicólogos o examinaram e concordaram que Dahmer era manipulador, resistente e evasivo. Hoje talvez um especialista treinado fosse capaz de determinar que a maioria dos indícios de psicose estavam presentes e quase gritavam. Hospitalização e tratamento intensivo foram recomendados no final das contas. Boyle, o advogado de defesa argumentou que seu cliente estava doente e precisava de tratamento, não de prisão. Ele elogiou o fato dele ter um emprego. "Nós não temos um infrator múltiplo aqui. Acredito que ele foi pego antes que chegasse ao ponto em que teria piorado, o que significa que é uma bênção disfarçada."

O próprio Dahmer falou em sua defesa, culpando o alcoolismo por seu comportamento. Ele era articulado e convincente, para alguém que já havia assassinado secretamente vários homens naquela altura: 

"O que eu fiz é muito sério. Eu nunca estive nesta posição antes. Nada tão horrível. Isso é um pesadelo se tornando realidade para mim. Se alguma coisa me chocaria com meus padrões de comportamento passados, é issoA única coisa que tenho em mente que é estável e que me dá algum motivo de orgulho é o meu trabalho. Cheguei muito perto de perdê-lo por causa de minhas ações, pelas quais assumo total responsabilidade... Por favor, poupe meu trabalho. Por favor, me dê uma chance de mostrar que posso seguir o caminho certo e não me envolver em nenhuma situação como essa novamente... Essa criança foi o clímax da minha idiotice... eu quero ajuda. Eu quero mudar minha vida."

A atuação convincente de um verdadeiro psicopata. O juiz mordeu a isca, suspendeu sua sentença e colocou Dahmer em liberdade condicional por cinco anos. Ele foi condenado a passar um ano na Casa de Correção com "liberação de trabalho", o que lhe permitia ir trabalhar durante o dia e retornar à prisão à noite. Depois de dez meses, o juiz concedeu-lhe a liberdade antecipada, apesar de uma carta do pai de Dahmer pedindo-lhe que não o libertasse até que recebesse tratamento para parar de beber. Ele foi morar com sua avó no início de março de 1990, mas sua permanência lá estava condicionada a ele encontrar seu próprio lugar para morar.

Em 14 de maio de 1990, Dahmer mudou-se para 924 North 25th Street, apartamento 213 um lugar que se tornaria palco de horrores inacreditáveis e causaria uma nova reviravolta na vida abominável do assassino.

Durante os quinze meses seguintes, Dahmer levou adiante sua compulsão de matar, o que custou a vida de doze homens. O ritmo dos assassinatos acelerou até um frenesi macabro entre maio e julho de 1991, quando ele estava matando quase um homem por semana. Todos, exceto três, eram negros; um era branco, um era do Laos e um era hispânico. A maioria, mas não todos, eram homossexuais ou bissexuais. O mais novo era Konerak, de quatorze anos, e o mais velho tinha trinta e um. Muitas das vítimas viviam o que a polícia chamava de estilo de vida de "alto risco". A maioria dos homens tinha registros de prisão, muitas vezes por crimes graves, como incêndio criminoso, agressão sexual, estupro, agressão, etc.

A lista abaixo aparece em The Man Who Could Not Kill Enough, de Anne Schwartz:

Edward Smith junho de 1990

Ricky Lee Beeks julho de 1990

Ernest Miller, setembro de 1990

David Thomas setembro de 1990

Curtis Straugher Fevereiro de 1991

Errol Lindsey abril de 1991

Anthony Hughes 24 de maio de 1991

Konerak Sinthasomphone 27 de maio de 1991

Matt Turner 30 de junho de 1991

Jeremiah Weinberger 5 de julho de 1991

Oliver Lacey 12 de julho de 1991

Joseph Bradehoft 19 de julho de 1991

O ritual para atrair, assassinar e descartar suas vítimas era geralmente o mesmo, sendo que foi aperfeiçoado com a prática. Ele convidava os homens ao seu apartamento para assistir a vídeos sexualmente explícitos ou posar para fotografias com uma nova câmera que ele dizia ter comprado. Ele esmagava sedativos prescritos e os servia misturados em uma bebida forte. Uma vez drogadas, Dahmer estrangulava suas vítimas com as próprias mãos ou com uma tira de couro. Ele frequentemente fazia sexo com o cadáver e se masturbava sobre nele.

Antes que qualquer limpeza começasse, Dahmer apanhava sua Polaroid e capturava toda a experiência para que ele pudesse se lembrar dos detalhes de cada assassinato. Esse procedimento é comum em assassinos em série que vivem pela excitação que o crime lhes proporciona. Registrar cada momento é essencial para que eles possam relembrar a experiência continuamente. Em seguida, ele abria os torsos com a habilidade de um açougueiro treinado. O assassino ficava fascinado por detalhes macabros que só ele podia perceber como a cor das vísceras. Outros pormenores o deixavam sexualmente excitado, como o calor que um corpo recém-morto ainda emanava. Finalmente, ele desmembraria os homens, fotografando cada etapa do processo para seu futuro prazer visual.

Dahmer eliminou a maioria dos corpos, experimentando produtos químicos e ácidos que reduziam a carne e os ossos a um lodo preto e malcheiroso, que poderia ser despejado no ralo ou vaso sanitário. Assim ele se livrava dos restos e dos indícios, ainda que seu apartamento exalasse um fedor nauseante.

Algumas partes dos corpos ele escolhia para manter como troféus, frequentemente os genitais e o crânio das vítimas. Os genitais eram preservados em formol e colocados em vidros de picles. As cabeças eram cozidas em panelas de pressão até a carne e os músculos se soltarem. Uma vez que o crânio estava nu, ele os pintava com tinta cinza para parecer que eram de plástico.

Os horríveis crimes de Dahmer continuaram por meses, mas eles estavam fadados a ter um final abrupto. Contudo, a captura do Serial Killer talvez não seja tão fantástica quanto a sua gênese. Que tipo de família e lar construiu a psicose de Jeffrey Dahmer? O que o levou a cometer atos ainda mais perversos e bizarros? Haveria indícios de sua psicose ou estes estavam escondidos profundamente em sua psique? Que tipo de criança e adolescente ele foi?

Falaremos sobre isso na conclusão desse artigo.

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